Decisão do STF favorece bancos na retomada de imóveis de inadimplentes sem ação judicial

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou os bancos a retomarem os imóveis em caso de inadimplência no pagamento do financiamento, sem a necessidade de uma ação judicial que autorize o despejo dos moradores.

O resultado referenda a Lei 9.514 de 1997 e encerra a matéria da Corte, que discutia se esse método feria a Constituição. A decisão respalda o parecer do relator do texto, o ministro Luiz Fux.

No relatório, Fux destaca que é possível recorrer ao Judiciário “a qualquer momento” para questionar o procedimento de retomada dos imóveis por parte dos bancos. “Nada obsta o ingresso ao Judiciário a qualquer momento, para dirimir eventuais irregularidades ocorridas no curso da cobrança extrajudicial, conferindo a possibilidade do exercício do contraditório judicialmente”, opinou.

Pedro Faria, economista e doutor em história, acredita que a decisão mostra um “conflito de classe”. “O STF está chancelando uma prática já estabelecida, mas basicamente é um conflito de classe, no sentido que temos os proprietários do capital e a classe trabalhadora, que toma empréstimo. Nesse âmbito financeiro, o conflito de classe se dá na disputa pela concessão de crédito”, explicou o pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Por outro lado, Mozar Carvalho, fundador do escritório Machado de Carvalho Advocacia afirmou que a medida busca conferir maior rapidez e eficácia ao processo de recuperação de crédito, “além de otimizar os custos associados a processos judiciais”, mas ponderou que “a não intervenção da Justiça pode ter várias consequências.”

“Sem a supervisão judicial, pode haver um aumento no número de execuções extrajudiciais que não respeitam integralmente os direitos e garantias dos devedores. Além disso, pode haver situações em que a aplicação estrita da lei não leve em consideração circunstâncias particulares que justificariam uma abordagem mais compassiva ou flexível”, afirmou Carvalho, que lembrou da crise provocada pela pandemia da covid-19.  

“Existem situações em que o devedor, por motivos justificáveis, não consegue efetuar temporariamente o pagamento de seu financiamento. Neste contexto, quem avaliará essa situação de forma extrajudicial? A decisão não forneceu clareza sobre isso”, encerrou.

Por fim, Faria critica o argumento da celeridade, que ao final, favorecerá apenas os bancos. “Quando você é forçado a ir pela via judicial, você impõe restrições e uma lentidão ao banco na tomada de ativos que foram dados como garantia.”

Fonte: Brasil de Fato

ONU aprova resolução que exige proteção de civis e trégua humanitária na Palestina

Resolução também pede acesso à Faixa de Gaza para proteção aos civis. Foram 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções; proposta do Canadá que condenava o ataque do grupo terrorista Hamas foi rejeitada.

Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de aprovar, na tarde desta sexta-feira (27), a resolução proposta pela Jordânia para o conflito entre o Estado de Israel e os palestinos. Com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, o documento exige a proteção de civis na Faixa de Gaza e demais áreas de conflito, além de uma trégua humanitária.

“Israel está transformando Gaza em um inferno perpétuo na Terra. O trauma vai perseguir gerações inteiras”, disse Ayman Safadi, ministro das Relações Exteriores da Jordânia, que propôs a resolução em parceria com outros 22 países árabes.

A resolução não é vinculativa, mas tem peso político.

Aprovação pode isolar EUA e Israel

Apesar de as resoluções da Assembleia Geral não terem o mesmo peso legal que as decisões do Conselho de Segurança, elas funcionam como um indicador do consenso internacional.

É o que pensa Alexandre Coelho, especialista em Política e Relações Internacionais e Secretário do Comitê de Pesquisa da Ásia e do Pacífico da International Political Science Association (IPSA).

“Uma resolução aprovada por uma grande maioria pode servir como um indicador forte do consenso internacional, o que pode, por sua vez, exercer pressão moral e política sobre os Estados em questão”, diz.

Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas não é capaz de propor uma solução, assim como tem sido no contexto da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a Assembleia Geral pode avaliar alguma resposta para questão.

Se for adotada pela maioria de dois terços, assim como foi na votação desta sexta-feira, a resolução fornece orientações sobre a condução da guerra.

Coelho avalia que o impacto inicial da aprovação da resolução é o isolamento dos EUA e de Israel diante da comunidade internacional.

A aprovação da resolução pode impulsionar novas negociações no Conselho de Segurança, segundo Coelho. A situação pode ser favorável a uma eventual nova proposta brasileira.

”Podemos dizer que a Resolução é interessante e positiva para a diplomacia brasileira, na medida em que o Brasil pode negociar, junto com os países do Conselho de Segurança, uma nova resolução que atenda a todos. Mas veja, é difícil conseguir”, afirma.

Fonte: G1 e Revista Fórum

MST denuncia ação arbitrária da PM contra acampados em União dos Palmares

Publicamos a denúncia feita pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) contra a ação arbitrária da Polícia Militar em União dos Palmares. Segue a Nota:

“DENÚNCIA! Ação arbitrária da Polícia Militar no Acampamento Che Guevara, organizado pelo MST, em União dos Palmares (AL). O acampamento fica nas terras da massa falida da Usina Laginha.

📢 Sem ordem judicial, a Polícia Militar de Alagoas esteve nesta tarde, a pedido de vigias da Massa Falida, alegando que iriam fechar um galpão utilizado pelas famílias como espaço comunitário e de reuniões.

O clima de ameaça ocorre desde ontem, quinta-feira (26), quando homens armados estiveram no acampamento e disseram que iriam fechar o referido galpão.

Os mesmos homens retornaram para o acampamento hoje e em seguida a Polícia Militar chegou. As famílias pediram a ordem judicial, que não tinham, mas chegou reforço com diversas viaturas, inclusive do BOPE. Com isso se retiraram e disseram que vão voltar com a ordem, nem que seja à noite ou na madrugada.

‼ A Massa Falida deveria cumprir o acordo de que as terras da Usina Laginha iriam para a Reforma Agrária.

🚩Seguimos alertas e em luta!!!

Compartilhe a denúncia!”

Movimentos sociais realizam ato de solidariedade ao povo palestino

Com a participação de dezenas de pessoas, foi realizado na tarde desta sexta-feira (27), em frente ao antigo Produban, no Centro de Maceió, um ato público em defesa da Palestina. Representantes de sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda de Alagoas se manifestaram com bandeiras da Palestina e exigiram o imediato cessar-fogo e o fim do bloqueio que impede que os palestinos tenham acesso a ajuda humanitária.

Os manifestantes denunciaram o genocídio que o Estado sionista de Israel pratica há décadas contra o povo palestino com o apoio dos EUA e a conivência da ONU.

Para o professor Luiz Gomes, representante do Comitê Alagoano de Solidariedade ao Povo Palestino, “Nós estamos aqui para exigir o cessar-fogo imediato e o fim do bloqueio assassino à Gaza. Só a mobilização internacional poderá deter o Estado sionista e assassino de Israel”.

Jornalista recebe apoio de entidades e colegas após ser ameaçado por deputado

O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas e as demais entidades da categoria, incluindo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram solidariedade ao jornalista Marcelo Firmino, um dos mais antigos profissionais do jornalismo alagoano. Firmino está sendo ameaçado pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PL), insatisfeito porque o jornalista divulgou sua aliança com o bloco político do governador Paulo Dantas (MDB).

A informação publicada por Marcelo Firmino, no site ÉAssim, teve como base postagem em rede social feita pelo deputado Bruno Toledo (MDB), que integra a bancada governista na Assembleia Legislativa Estadual.

O fato

Depois de convidar o Cabo para integrar o grupo parlamentar apoiador do governo estadual, então formado por 20 parlamentares, o deputado Bruno Toledo comemorou a aceitação com postagem no Instagram.

“Exercitando sempre o diálogo democrático com os partidos que comporão a Assembleia Legislativa, estive hoje com o líder do PL, Deputado @cabobebeto, autêntico representante da direita em Alagoas, para formação de um bloco parlamentar. Agradeço a confiança do PL em compor o bloco que integro. Agora somos 21 parlamentares” – disse Toledo, em sua rede social, divulgando a aliança com o Cabo Bebeto.

Confirmando a informação, o Cabo respondeu no perfil do colega do MDB:

“Independência, e democracia por Alagoas, obrigado pela confiança, cortesia, compreensão e amizade de sempre meus amigos”.

No texto em que publicou as postagens, Marcelo Firmino lembrou que o Cabo foi o maior apoiador da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição.

“Quando sua “excelência” anuncia, em vídeo chulo, que vai à justiça contra este velho jornalista por ter comentado em blog a sua aliança com os governistas, constata-se que a sua ira desmedida é fruto da própria incoerência. Está nas redes sociais” – disse o jornalista.

Quem é

Com mais de 40 anos de atividades, Marcelo Firmino é um dos mais sérios profissionais da Imprensa alagoana. Seu currículo inclui passagens pelos jornais Gazeta de Alagoas, inclusive ocupando cargos de chefia, Tribuna de Alagoas, TV Pajuçara, como repórter de rua e apresentador, emissoras de Rádio, entre outros.

Diante da publicação, o Cabo Bebeto moveu uma ação contra o jornalista alegando danos morais e querendo R$ 12 mil de indenização. A juíza do caso julgou improcedente a ação do deputado. Insatisfeito com a sentença judicial, ele resolver impetrar uma ação criminal, onde pede a prisão de Marcelo.

Já há audiência marcada para o dia 7 de dezembro próximo.

Solidariedade

Diante da ação descabida do parlamentar, as entidades de classe decidiram se mobilizar em defesa do profissional de comunicação. Neste sentido, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Alexandre Lino, deverá emitir nota de solidariedade e apoio a Marcelo Firmino.

“Estamos ao seu lado como sindicato para o que você precisar” – disse o dirigente sindical, após tomar conhecimento da reação do Cabo.

Por sua vez, os profissionais manifestaram irrestrito apoio ao jornalista, em declarações onde destacam a honradez e independência de Marcelo Firmino.

“Quando um jornalista experiente, responsável, sem máculas, honesto e que sabe colocar as palavras certas nos lugares certos recebe um processo dessa natureza, o que devemos esperar dessas “otoridades”? Todo o meu respeito e solidariedade, companheiro Firmino…Lembrando que fascistas não passarão!!!” – disse o jornalista Deraldo Francisco, editor do jornal e site ODia.

“Força, @Marcelo Firmino!!! Estou dentro de qualquer ação que se faça em apoio a este companheiro!!” – disse a jornalista Kátia Vasco.

“Nossa solidariedade a Marcleo Firmino” – disse o editor do site Repórter Alagoas, Odilon Rios.

“Minha solidariedade ao combativo jornalista @Marcelo Firmino. Estou a disposição como colega de imprensa e advogado” – posicionou-se Vladimir Barros, da Tribuna do Sertão.

“@Marcelo Firmino , minha solidariedade é irrestrita, no que você precisar. E acho que esse é o sentimento da maioria dos que fazem jornalismo em Alagoas e conhecem seu trabalho e sua conduta. Sabemos disso. Mas o Cabo Bebeto também precisa saber que você não está só. Está na hora de levarmos nossas manifestações de apoio e solidariedade para fora dos grupos de jornalistas no WhatsApp, e externa-las nas redes sociais” – afirmou, indignada, a jornalista Fátima Almeida, que presidiu o SindJornal por dois mandatos.

Pastor é autuado por trabalho escravo em casa de reabilitação, no RJ

Dependentes químicos foram obrigados a trabalhar em diferentes estabelecimentos de bairros da zona oeste do Rio, mas parte dos salários eram entregues a pastor evangélico da Igreja Alcance Vitória

Jackson de Sobral Almeida, pastor responsável pela Igreja evangélica Alcance Vitória, em Paciência, bairro do Rio de Janeiro, foi autuado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), por manter sete dependentes químicos em condições de trabalho análogo à escravidão. O pastor mantinha a casa de apoio com o nome da Igreja e era fornecedor de mão de obra a estabelecimentos da região.

Segundo as vítimas, abrigadas na casa de reabilitação mantida pela Igreja, elas eram obrigadas a trabalhar sem registro em carteira, em três mercados em diferentes partes da zona oeste, além de um sacolão em Paciência e em uma fábrica de suco de laranja. A maior parte do que recebiam era entregue ao pastor ou era oferecido como dízimo.

Muitas vezes, em vez de um dinheiro, os trabalhadores recebiam tinta para pintura das casas onde moravam, ou carne e salsicha para comer. Eles também consumiam alimentos com validade vencida. O alojamento era em condições insalubres e não havia água encanada.

Um trabalhador contou que um dos serviços que realizava era de lixar treliças, sem nenhum tipo de equipamento de proteção e que inalava os resíduos do processo. Ele trabalhava 12 horas por dia, das 6h às 18h, com uma hora de intervalo de almoço.

Eles ainda eram obrigados a frequentar três vezes por semana, os cultos da igreja e, para isso andavam 40 minutos na ida e na volta. Antes dos cultos eram obrigados a ficar de joelhos por duas horas.

A Igreja também os obrigava a seguir uma cartilha com regras rígidas para “recuperar homens do vício das drogas, álcool e devolver dignidade, respeito e confiança na sociedade através de um encontro com Jesus”.

Era proibido o uso de celulares, fumar, não brigar e não abandonar a casa. Se o interno fosse embora por conta própria ele não teria direito de levar o dinheiro que conseguiu com o seu trabalho, já que os valores eram guardados pela Igreja. Os trabalhadores também só podiam enviar dinheiro às suas famílias, caso tivessem filhos. Quem se recusasse a fazer trabalhos externos, era obrigado “a capinar um terreno sob um sol de 40 graus”.

A Igreja Alcance Vitória é ligada à Victory Outreach Church, que tem Igrejas em várias cidades do mundo. Em seu site aparecem tanto o endereço em Paciência quanto o endereço do sítio da casa de reabilitação, na rua das Amoreiras, em Cosmos. Em destaque, está o nome do pastor Jackson Sobral.

O resgate foi realizado no sítio que pertence ao Ministério, em Cosmos, bairro vizinho, no mês de agosto, durante uma fiscalização da Superintendência do Trabalho no Rio, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho (MPT), por auditores-fiscais, uma procuradora do MPT e policiais federais da Delegacia de Defesa Institucional.

Multas

O Pastor Jackson firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para devolver os valores que devia aos trabalhadores (de um total de mais de R$ 17 mil), além de pagar R$ 500 para todos os resgatados por 1 ano e 8 meses a partir de novembro.

Duas empresas que pagaram remuneração aos trabalhadores também firmaram um TAC para fazer o pagamento das rescisões e FGTS.

Todos os trabalhadores terão direito ao seguro-desemprego e tiveram devolvidos os valores retidos pela Igreja. Alguns deles receberam direito a 20 parcelas mensais de R$ 500 a partir de novembro de 2023.

O g1 procurou o pastor Jackson e a defesa da Igreja responsável pela casa de Reabilitação, mas ainda não teve retorno.

Fonte: CUT

Greve na General Motors contra as demissões de 1,2 mil trabalhadores

A montadora demitiu 800 trabalhadores de São José dos Campos, 300 de São Caetano do Sul e 100 de Mogi das Cruzes

Diante de uma greve de 11,5 mil metalúrgicos que desde a última segunda-feira (23) mantém três fábricas da General Motors (GM) paradas no estado de São Paulo, os primeiros encontros entre trabalhadores e empresa não tiveram acordo. A próxima reunião acontecerá nesta sexta-feira (27). Segundo os grevistas, “as fábricas só voltam a rodar” com a readmissão de 1,2 mil trabalhadores que foram mandados embora.  

A demissão de cerca de 10% do quadro de funcionários somado das fábricas da GM em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes aconteceu no último sábado (21), por e-mail e telegrama. Em nota, a gigante da indústria automotiva informou que “a adequação é necessária” por conta da “queda nas vendas e nas exportações”.  

De acordo com David Martins de Carvalho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, trabalhadores seguem recebendo telegramas de demissão ao longo dos últimos dias.  

A surpresa com que o corte chegou aos sindicalistas ouvidos pelo Brasil de Fato não foi só por conta de as montadoras de carros no país terem recebido, desde junho, R$ 800 milhões de isenção fiscal pelo programa de incentivo do governo federal.  

Mas também porque a demissão em massa representa a quebra de um acordo. Desde o último 3 de julho, cerca de 1,2 mil metalúrgicos da montadora estão em lay-off, ou seja, com seus contratos de trabalho suspensos temporariamente. A medida foi firmada com o sindicato e tinha, como contrapartida, a garantia de estabilidade de emprego para todos os funcionários da empresa até 3 de maio de 2024. 

“Foi uma medida totalmente arbitrária, sem nenhuma compaixão com ninguém. Inclusive mandando mulher e marido embora, deixando a família toda desempregada”, relata Carvalho. “A paralisação foi provocada pelos próprios trabalhadores, o sindicato respaldou”, explica Aparecido Inácio da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul.

Nesta sexta-feira (27), uma audiência de conciliação entre o sindicato de São José dos Campos e a General Motors acontece às 15h no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas. A discussão, no entanto, não será sobre a demanda dos grevistas. O tema é um processo de dissídio coletivo de greve movido pela empresa, ou seja, uma ação judicial questionando a legalidade da paralisação.  

“A empresa está exclusivamente argumentando pela abusividade da greve. Portanto não estamos vendo a princípio nenhuma possibilidade de acordo”, avalia David Carvalho. “Então estamos sentindo que a GM vai tentar segurar, mas nós estamos também totalmente empenhados: só voltaremos ao trabalho se houver a suspensão das demissões”. 

Também nesta sexta, às 10h, haverá uma reunião entre os sindicatos e a GM convocada pela superintendência do Ministério do Trabalho, na capital paulista.    

Brasil de Fato questionou a empresa sobre a continuidade da greve e a demanda dos trabalhadores, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria.  

Ato e uniformes na grade da fábrica 

Além dos braços cruzados, a mobilização dos metalúrgicos nesta semana envolveu uma manifestação pelo centro de São José dos Campos na quinta (26) e uma intervenção na unidade produtiva da multinacional na quarta (25).  

Tendo o cancelamento das demissões como exigência central voltada à General Motors, a passeata também contou com faixas e cartazes cobrando que o governo Lula (PT) e também o estadual, de Tarcísio de Freitas (Republicanos) tomem providências sobre o caso. “Empresa que recebe dinheiro público e isenção de impostos tem de ser proibida de fazer demissões”, dizia um dos cartazes.  

Embora alegue queda nas vendas, a General Motors no Brasil produziu 88 mil veículos no terceiro trimestre de 2023, quantidade 12,8% maior que o mesmo período no ano passado. No âmbito mundial, a multinacional estadunidense registrou um lucro líquido de US$ 3,06 bilhões (mais de R$ 15 bilhões) neste trimestre.  

Nas grades da fábrica de São José dos Campos, os trabalhadores penduraram cerca de 100 camisetas de seus uniformes, com escritos como “não às demissões”, “devolvam meu emprego”, “minha família sofreu muito” e “somos um único time”. Somente nesta unidade, a produção média é de 150 carros por dia.  

“A greve continua até a gente suspender as demissões”, ressalta Valmir Mariano, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região: “Essa é a nossa expectativa. Por seguimos na luta constante”.

Fonte: Brasil de Fato

Lula envia PL de alteração do novo ensino médio ao Congresso

Atendendo às reivindicações estudantis e dos professores, Lula acaba de enviar ao Congresso Nacional, um Projeto de Lei que altera o Novo Ensino Médio. Aprovado por Michel Temer e implementado por Bolsonaro, o NEM foi um dos principais ataques à educação no último período, esvaziando as disciplinas científicas, ampliando a carga horária sem ampliar a estrutura e garantir a permanência e instituindo formas bizarras de contrato de professores, como o notório saber e as parcerias públicos privadas. O NEM se transformou num dos principais fatores para a evasão escolar vista nos últimos tempos.

A proposta do governo Lula amplia o tempo da Formação Geral Básica (as matérias normais, científicas, como História, Química, Geografia…) para 2400 horas (antes, era 1800), restaura as disciplinas e torna o Espanhol obrigatório, define nacionalmente as matérias optativas (agora chamadas de percurso de aprofundamento), e proíbe o ensino a distância e o notório saber nas matérias de formação geral básica.

O envio da lei para o congresso é mais um avanço conquistado através da luta dos estudantes e professores, que seguem no combate pela revogação total do NEM.

Redação com JRdoPT

Trabalhadores do Acampamento Mandacaru são ameaçados em Traipu

Famílias que vivem há cerca de duas décadas no Acampamento Mandacaru, na cidade de Traipu, no Agreste de Alagoas, estão de novo sob ameaça de serem removidas ilegalmente da área.  

Mesmo com liminar de despejo suspensa, máquinas destruíram parte da roça do Acampamento Mandacaru, em Traipu, no Agreste de Alagoas.

As famílias acampadas foram surpreendidas nesta terça-feira (24) com tratores identificados como da prefeitura de Girau do Ponciano e que estavam sob ordem dos grileiros da região destruindo parte da plantação do acampamento.

As famílias denunciam que essas ameaças buscam intimidar a luta pela reforma agrária e que vão resistir. Ao mesmo tempo, o Movimento dos Sem Terra, está acionando as autoridades estaduais e nacionais para fazer parar as constantes ameaças que os moradores vem sofrendo de grileiros, com a conivência do poder público local.

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