Resolução também pede acesso à Faixa de Gaza para proteção aos civis. Foram 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções; proposta do Canadá que condenava o ataque do grupo terrorista Hamas foi rejeitada.
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de aprovar, na tarde desta sexta-feira (27), a resolução proposta pela Jordânia para o conflito entre o Estado de Israel e os palestinos. Com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, o documento exige a proteção de civis na Faixa de Gaza e demais áreas de conflito, além de uma trégua humanitária.
“Israel está transformando Gaza em um inferno perpétuo na Terra. O trauma vai perseguir gerações inteiras”, disse Ayman Safadi, ministro das Relações Exteriores da Jordânia, que propôs a resolução em parceria com outros 22 países árabes.
A resolução não é vinculativa, mas tem peso político.
Aprovação pode isolar EUA e Israel
Apesar de as resoluções da Assembleia Geral não terem o mesmo peso legal que as decisões do Conselho de Segurança, elas funcionam como um indicador do consenso internacional.
É o que pensa Alexandre Coelho, especialista em Política e Relações Internacionais e Secretário do Comitê de Pesquisa da Ásia e do Pacífico da International Political Science Association (IPSA).
“Uma resolução aprovada por uma grande maioria pode servir como um indicador forte do consenso internacional, o que pode, por sua vez, exercer pressão moral e política sobre os Estados em questão”, diz.
Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas não é capaz de propor uma solução, assim como tem sido no contexto da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a Assembleia Geral pode avaliar alguma resposta para questão.
Se for adotada pela maioria de dois terços, assim como foi na votação desta sexta-feira, a resolução fornece orientações sobre a condução da guerra.
Coelho avalia que o impacto inicial da aprovação da resolução é o isolamento dos EUA e de Israel diante da comunidade internacional.
A aprovação da resolução pode impulsionar novas negociações no Conselho de Segurança, segundo Coelho. A situação pode ser favorável a uma eventual nova proposta brasileira.
”Podemos dizer que a Resolução é interessante e positiva para a diplomacia brasileira, na medida em que o Brasil pode negociar, junto com os países do Conselho de Segurança, uma nova resolução que atenda a todos. Mas veja, é difícil conseguir”, afirma.
Fonte: G1 e Revista Fórum