Alimentos sobem mais do que a inflação e reajustes salariais têm média negativa

Preços dos alimentos sobem três vezes mais que a inflação dos últimos 12 meses, maior alta nos últimos 18 anos, mas os reajustes salariais médios ficaram negativos em média 0,53%. População corta o que pode

O prato preferencial da maioria dos brasileiros, que também é recomendado por nutricionistas, composto por arroz, feijão, carne, legumes e salada, está cada vez mais difícil de ser colocado à mesa da população por causa da disparada dos preços. Nos últimos 12 meses, o custo da comida aumentou 19,4% – mais do que triplo em relação à inflação oficial do país (5,20%). É a maior onda de alta dos alimentos nos últimos 18 anos.

Em contrapartida os salários dos trabalhadores e das trabalhadoras tiveram variação real média de menos 0,53%, já descontada a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados dos reajustes salariais são do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que também observou que reajustes iguais ao INPC ficaram em cerca de 29% das negociações salariais analisadas, e apenas 10% das negociações resultaram em ganhos reais.

“Quanto mais a inflação cresce, no contexto de crise econômica, maior é a dificuldade das negociações coletivas conseguirem repor a inflação, e esta crise econômica com inflação crescente é o pior dos cenários para os trabalhadores”, diz a técnica do Dieese Adriana Marcolino. “O resultado é uma queda brutal no poder de compra dos brasileiros”, completa.

O levantamento do Dieese sobre os preços da cesta básica também mostra o quanto o poder de compra do trabalhador está corrompido. O rendimento médio de todos os trabalhos efetivamente recebidos pelas pessoas ocupadas de 14 anos ou mais, no 4º trimestre de 2020, foi de apenas R$ 2.482,00. Se levarmos em consideração que uma cesta básica para uma única pessoa em São Paulo, em fevereiro deste ano, custou R$ 639,47 e que o salário mínimo, segundo o Dieese, deveria ser de R$ 5.375,05, pode-se imaginar o tamanho do rombo nos orçamentos das famílias que têm de pagar ainda aluguel, tarifas de água e luz e demais despesas.

Em geral, com crise econômica e menor demanda, o preço cai, mas o que estamos vivendo é a soma de crise econômica e inflação crescente, o que só demonstra o tamanho do desajuste da economia brasileira- Adriana Marcolino

O drama de quem luta para pôr comida à mesa

O resultado deste descompasso entre reajustes de preços e os salários é a diminuição dos produtos que o brasileiro compra e leva para a casa. A cuidadora de idosos, Mônica Santos, sabe bem como está difícil ajudar na alimentação de seis pessoas da sua família: seus pais, dois sobrinhos, um irmão especial e a sua filha.

Ela conta que sua mãe aposentada ganha um salário mínimo (R$ 1.100), mas com os empréstimos consignados que fez sobram apenas R$ 600. O pai, também aposentado, ganha cerca de R$ 1.300, mas o que sobra,  também por causa de créditos consignados, é em torno de R$ 800. Por isso, Mônica  precisa levar carne para eles.

“Meus pais precisam de uma alimentação saudável, e eles gostam de carne e o jeito é comprar de segunda. A alcatra e o contra filé estão com preços impossíveis e sou obrigada a levar um bife duro, que, ou eu cozinho, ou dou uma ‘surra’ nele até amolecer, antes de fritar”, conta Mônica.

A cuidadora de idosos faz a conta: no mês de janeiro gastou R$ 450,00, entre carnes e um pouco de gêneros de primeira necessidade. Em fevereiro foram R$ 560,00. Mas no início deste mês de março gastou R$ 215,00 só em carnes e ainda, segundo ela, vieram apenas seis pacotinhos.

“A sorte é que onde meu irmão faz tratamento é dada uma cesta de feira com muitos legumes, e meus pais conseguiram comprar uma casinha na zona leste de São Paulo, pelo CDHU e não precisamos pagar aluguel”, diz Mônica.

Apesar de se alimentar fora por morar na casa de uma idosa que cuida em função da pandemia, Mônica passa quatro dias por mês, durante suas folgas com a família, e é ela quem leva o que chama de “pesado” das compras.

“O arroz está tão caro, e eu adoro, sou viciada, mas fui obrigada a reduzir o meu próprio consumo. Acabei fazendo dieta tirando o arroz do cardápio”, conta indignada.

Produtos que mais subiram de preços 

Os produtos alimentícios que mais subiram, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram: o óleo de soja (87,89%), o arroz (69,80%), a batata (47,84%) e o leite longa vida (20,52%). Já entre os grupos de alimentos pesquisados pelo IBGE, as maiores altas ocorreram em cereais, leguminosas e oleaginosas (57,83%), óleos e gorduras (55,98%), tubérculos, raízes e legumes (31,62%), carnes (29,51%) e frutas 27,09%.

Os reajustes da gasolina também pressionam o IPCA que voltou a acelerar e fechou o mês de fevereiro em 0,86% contra 0,25% e janeiro – é a maior taxa para o mês desde 2016, segundo o IBGE.

Fonte: CUT Brasil

Paraguai: mobilização popular encurrala presidente que pode sofrer impeachment

Entrevista com o presidente da CUT-A, Bernardo Rojas

Uma semana depois da explosão popular no Paraguai contra o governo de Mário Abdo Benitez (Marito, amigo de Bolsonaro), o PortalCUT ouviu neste domingo (13) o presidente da Central Unitária de Trabalhadores–Autêntica (CUT-A) Bernardo Rojas, sobre a situação no país vizinho.

Confira abaixo a entrevista feita pelo assessor da CUT, Júlio Turra:

Júlio Turra: Como você avalia a mobilização popular em curso no Paraguai?

Bernardo Rojas: Desde o início de março, os trabalhadores da Saúde denunciavam em atos  públicos o descaso do governo Marito com o povo paraguaio em meio à pandemia: falta de pessoal médico e hospitalar, de insumos básicos, leitos e agora de vacinas, com o sistema sanitário a beira do colapso. Em 5 de março, o ministro da Saúde renunciou, sob pressão das ruas ocupadas de forma espontânea por milhares de manifestantes, os jovens em grande número, que passaram a exigir a saída do presidente aos gritos de “fora Marito”.  As manifestações prosseguiram no fim de semana e até hoje ocorrem em vários pontos do país. Em 6 de março, a CUT-A soltou uma nota pública denunciando a violenta repressão policial aos manifestantes concentrados diante do Palácio do Governo e nela dissemos: “a quarentena revelou a verdadeira cara desta administração estatal, que prioriza os interesses de alguns grupos políticos e econômicos – a elite – por cima dos interesses de 99% da população, deixando de lado as necessidades básicas de todo o nosso povo”.   

JT: Há forças políticas que organizaram essas mobilizações?

O governo fala, como sempre, em “infiltrados” violentos, para tentar justificar a repressão policial. Na verdade é um movimento espontâneo, sem direção política reconhecida, uma explosão popular similar à ocorrida no Chile em 2019. Os políticos e parlamentares, inclusive da oposição, como os da Frente Guasú (do ex-presidente Lugo), são rechaçados nas manifestações e o que mais se ouve nelas é “que se vayan todos” (fora todos). A cidadania levantou-se contra o governo por não suportar mais a situação de corrupção, desprezo e ataques às condições de vida da maioria esmagadora do povo, o que ficou ainda mais patente com as medidas adotadas diante da pandemia.

JT: Como se coloca a CUT-A diante dessa situação?

BR: A ministra do Trabalho nos convidou para uma cerimônia com o presidente logo após a explosão popular. Dissemos à ministra que não estávamos acostumados a levar apoio político a governos. Se fosse para discutir as reivindicações dos trabalhadores, poderia ser, mas não era o caso. Algumas organizações sindicais aceitaram o convite, nós não participamos, porque queremos ficar ao lado do nosso povo, cuja mobilização é a única possibilidade de mudanças profundas em nosso país em beneficio da ampla maioria.   

De nossa parte, CUT-A, decidimos, numa recente reunião conjunta com entidades estudantis e movimentos camponeses,  nos somar às manifestações em todos os cantos do país para avançar nas mudanças reais e profundas no modelo de estado atual.

O Movimento Agrário Popular (MAP), que é ligado à CUT-A, já fez atos públicos e marchas em Caaguazú e agora junta-se a outros setores camponeses numa marcha até a capital, Assunção, para exigir a saída de Marito e seu entorno do governo nacional.

JT: oposição propôs um julgamento político  –  algo similar ao impeachment, mas muito mais rápido – de Marito, como você vê essa possibilidade?

BR: Vários setores apóiam o julgamento político de Marito no Congresso. Mas quem controla a maioria dos parlamentares é o ex- presidente Horácio Cartes, que governou o país entre 2013 e 2018 e que é o homem mais rico do país e dono do partido Colorado, o mesmo de Marito. Cartes chantageia o atual presidente exigindo que ele apóie a sua proposta de uma Constituinte que abra a porta para sua volta à presidência. Neste caso, orientaria o voto contrário ao julgamento político, senão o abandonaria. Lembremos que Marito já teve um pedido anterior de julgamento político negado pela maioria controlada por Cartes, quando foi denunciado por suas negociações sobre a binacional Itaipú com o governo Bolsonaro, em prejuízo dos interesses paraguaios. A oposição não tem votos suficientes para destituir o atual presidente.

JT: Como prossegue a luta, então?

BR: A situação é difícil, mas, para nós, só a continuidade da mobilização popular, com a participação dos setores organizados da classe trabalhadora, do campesinato e da juventude, é que pode abrir uma saída positiva. Para terminar, queria mandar um grande abraço aos companheiros da CUT do Brasil, dizendo-lhes que estamos muito felizes com a recuperação dos direitos políticos do ex-presidente Lula, o que vai reforçar a luta de vocês para por um fim no governo Bolsonaro.

Fonte: CUT Brasil

Mais um da família Bolsonaro: Polícia Federal abre inquérito para apurar negócios suspeitos de Renan Bolsonaro

Filho de Jair Bolsonaro é suspeito de promover tráfico de influência com o governo para beneficiar empresas privadas

247 – Não é apenas Flávio Bolsonaro que está na mira de investigações por relações suspeitas. A Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (15) um inquérito para apurar negócios envolvendo Jair Renan, filho de Jair Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. 

O grupo capixaba Gramazini Granitos e Mármores, que tem como lobista Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” de Jair Bolsonaro, obteve em setembro de 2019 um benefício fiscal que concede 75% de desconto no pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) até 2028.Segundo reportagem de Pedro Capetti, no jornal O Globo neste domingo (14), trata-se de benefício muito diferente do praticado pela grande maioria das empresas brasileiras. Com o desconto, a empresa paga apenas 25% do imposto que deve à União.

Levantamento no Diário Oficial da União mostra ainda que apenas em 2021 a empresa obteve amis de 15 autorizações da Agência Nacional de Mineração (ANM) para prospectar novas áreas para produção de minério.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento preliminar para apurar “possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro” na proximidade entre o grupo empresarial e o filho de Bolsonaro.

Carro de R$ 90 mil

No final do ano passado, a Gramazini Granitos e Mármores deu um carro elétrico no valor de R$ 90 mil a Jair Renan, que estava inaugurando a empresa no estádio Mané Garrincha – a Bolsonaro Jr.

Fonte: Brasil 247

Ajuste fiscal promovido por JHC causará paralisação de serviços de saúde e educação

De acordo com matéria veiculada pela Gazeta de Alagoas, o prefeito JHC (PSB) promoverá um severo ajuste fiscal, com corte de 30% das despesas de custeio, deixando claro que a saúde e educação serão atingidas por esse corte, colocando assim em prática a destruidora política de Bolsonaro e Paulo Guedes.

A consequência do corte no orçamento municipal será uma maior precarização dos serviços públicos e sem dúvidas promoverá a paralisação dos serviços de saúde e educação que juntos representam 46% do orçamento municipal e que certamente sofrerão os maiores impactos do ajuste fiscal.

Resta saber, onde está o compromisso de JHC com a população maceioense. Em plena pandemia os recursos para ações de saúde serão reduzidas, assim como as crianças que há quase um ano sem   aulas serão mais uma vez penalizadas. E como fica seu compromisso da campanha eleitoral de valorizar os servidores públicos?

Golpista da Bolívia Jeanine Áñez é presa por terrorismo

Jeanine Áñez usurpou presidência após golpe de 2019, é acusada de “conspiração, sedição e terrorismo”. Brasil fará o mesmo com seus golpistas?

A golpista, racista e assassina Jeanine Áñez, que usurpou a presidência da Bolívia após a derrubada ilegal de Evo Morales em novembro de 2019, foi presa neste sábado (13) e transferida a um presídio em La Paz. Ela é acusada de “conspiração, sedição e terrorismo”. Será que um dia o Brasil fará o mesmo com seus golpistas?

No momento da prisão, a covarde ex-ditadora – que autorizou várias atrocidades contra seus opositores – escondeu-se em uma cama box. Segundo a Agência Boliviana de Informação, quando soube que os policiais estavam em sua casa, Jeanine Áñez se abrigou dentro da cama antes de ser presa. Os agentes chegaram a pensar que ela teria fugido para o Brasil, mas conseguiram achar a fujona.

Alto comando militar na cadeia

A detenção foi ordenada pela Justiça após investigações do Ministério Público. Também foram emitidos mandados de prisão para cinco ministros do governo golpista, incluindo Arturo Murillo, que chefiou a perseguição contra líderes do Movimento para o Socialismo (MAS), e Williams Kaliman, ex-comandante das Forças Armadas da Bolívia.

A ordem de prisão ainda inclui ex-membros do alto comando militar boliviano em 2019, entre eles o almirante Palmiro Jarjuri, ex-comandante da Marinha; Jorge Gonzalo Terceros, ex-comandante da Força Aérea; o general Gonzalo Mendieta, ex-comandante do Exército; além do general Jorge Gonzalo Terceros, da Força Aérea Boliviana.

No processo, a Justiça boliviana responsabiliza a cúpula do governo de Jeanine Añez de ter causado mais de 30 mortes na repressão aos protestos contra o golpe civil-militar. As penas para os crimes descritos, caso sejam confirmadas, vão de cinco a 20 anos de prisão. Outros líderes da conspiração golpista ainda estão sob investigação.

situação na Bolívia segue muito tensa. No último fim de semana, em eleições regionais, o MAS perdeu disputas em locais importantes, como no departamento de Santa Cruz de la Sierra. Foi eleito governador o fascista Luis Fernando Camacho, um dos chefes do golpe contra Evo Morales. Grupos paramilitares, terroristas, seguem em atividade na Bolívia.

Fonte: Blog do Miro

A motivação para aprovação da PEC Emergencial 186/19

Luciana Caetano[1]

Dados extraídos do sítio da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)[2], atualizados em fev/2021, revelam 4,7 mil devedores em todo o país inscritos na dívida ativa da União, totalizando R$ 2,6 trilhões. Constituído, majoritariamente, por dívidas de FGTS e previdência social, esse montante representa 58,5 vezes os R$ 44 bilhões prometidos às famílias em situação de vulnerabilidade social, a título de auxílio emergencial.

Analisando por outro ângulo, esses R$ 44 bilhões correspondem a apenas 1,7% do que é devido à União. Em outras palavras, se para cobrar a dívida da classe empresarial, a União se vestisse da mesma valentia que adota para destruir direitos trabalhistas, pagaria o auxílio emergencial e ainda sobraria dinheiro, se cobrasse pelo menos 2% da dívida ativa. Se fosse zerada, o governo reduziria à metade a dívida pública federal que já passa de R$ 5 trilhões.

A propósito, a PEC 186/19 prevê ainda lei complementar sobre a sustentabilidade da dívida pública como mais um gatilho à aplicação das mesmas restrições às custas do setor público, adicionando a venda de estatais para redução da dívida, que correspondia a 56,3% do PIB em 2014, conforme tabela 1, e já ultrapassa 80%, graças as promessas assentadas no receituário neoliberal, com dois claros propósitos – transferir ao setor privado o patrimônio público e desidratar o setor público, ignorando a insuficiência do salário mínimo como renda de acesso a bens a serviços essências à vida. O resultado desse modelo é uma população mais empobrecida e um recrudescimento das desigualdades sociais que alcançaram o nível mais baixo da história em 2014.

O bloqueio de concurso público e o congelamento de salários dos servidores públicos nas três esferas de governo, somados à reforma previdenciária, à reforma trabalhista e ao congelamento do gasto público até 2036 (PEC 95/2016) sinalizam com elevação do sucateamento do serviço público e precarização do trabalho em uma sociedade com grande parcela vivendo abaixo da linha da pobreza. Essa equação não pode dar certo, se o objetivo é a retomada de crescimento que carece de urgente redistribuição de renda para elevar a capacidade de consumo dos que compõem a base da pirâmide social. Até 2022, assistiremos perplexos a inclusão de outras pautas que sinalizam com o agravamento das condições de recuperação da economia, assim como maior concentração de

renda e desigualdade social, a exemplo da reforma administrativa e a política de privatização, que tem colocado nas mãos da iniciativa privada patrimônio que custou anos de endividamento público socializado com toda população brasileira. O processo de privatização do patrimônio público brasileiro, desde o governo de Fernando Collor de Melo, é um crime de lesa pátria.

Aproveito a oportunidade para sugerir, a quem interessar possa, consulta ao site da PGFN, onde é possível baixar arquivo dos devedores da União, por Unidade Federativa, com CNPJ, razão social, data de inscrição e origem da dívida. Essa dívida não inclui as contraídas com governos estaduais e municipais. À classe trabalhadora só restam duas saídas: estar bem informada e construir sólidas articulações políticas. À luta!!!

Fonte: Banco Central do Brasil, Nota técnica nº 47, 2018.


[1] Economista e professora da Universidade Federal de Alagoas.

[2] painel. MicroStrategy (fazenda.gov.br). Acesso em 13/03/2021.

Desemprego é recorde em 20 estados. Em metade do país, maioria não tem ocupação

Taxa é maior em estados do Nordeste. E também para mulheres e negros

O desemprego no país, que atingiu sua maior taxa em 2020 (média de 13,5%), também foi recorde em 20 das 27 unidades da federação. Segundo o IBGE, que nesta quarta (10) divulgou detalhes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, as maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, na região Sul. Além disso, em 15 estados o nível de ocupação ficou abaixo de 50%.

A taxa de desemprego mais alta em 2020 foi registrada na Bahia: 19,8%. Depois vêm Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e, já no Sudeste, Rio de Janeiro (17,4%). Em São Paulo, foi de 13,9%, também recorde. Já as menores foram apuradas em Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%).

Ocupação recua

Como o IBGE havia informado, em um ano o número de ocupados diminuiu em 7,3 milhões, caindo para 86,1 milhões, o menor número da série histórica, iniciada em 2012. “Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país”, diz o instituto. O nível de ocupação no ano passado foi de 49,4%.

E ficou abaixo da metade em 15 estados. Os nove do Nordeste, cinco da região Norte e o Rio de Janeiro (45,4%). “Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas”, aponta o instituto. O maior nível de ocupação foi o de Mato Grosso (58,7%).

Variação regional

A queda da ocupação, que levou ao desemprego recorde, atingiu todos os setores, incluindo os informais. A taxa média de informalidade recuou para 38,7%, ante 41,1% no ano anterior. Nas regiões, essa média foi superada em 19 estados – de 39,1%, em Goiás, a 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50%. Abaixo de 30%, só São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%).

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano”, diz a analista Adriana Beringuy, do IBGE. “Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, acrescenta.

No último trimestre de 2020, a taxa de desemprego foi de 13,9%. Cai para 11,9% entre os homens e sobe para 16,4% entre as mulheres. É ainda maior entre pessoas pretas (17,2%), atingindo 15,8% no caso dos pardos – classificações usadas pelo instituto. A taxa de desemprego dos branco foi de 11,5%, abaixo da média.

Fonte e foto: Rede Brasil Atual

Bolsonaro planeja reduzir valor do seguro desemprego

Incapaz de tributar os mais ricos, Bolsonaro quer penalizar os mais pobres reduzindo o valor das parcelas do seguro desemprego

As mudanças no seguro-desemprego em estudo pelo governo Bolsonaro visa incluir uma nova regra de cálculo nessa direito trabalhista. Hoje, o trabalhador dispensado sem justa causa recebe de três a cinco parcelas com um valor fixo. Pela proposta que vem sendo elaborada por Paulo Guedes, o beneficiário passaria a receber parcelas com redução de 10% a cada mês, ou seja, menos dinheiro no bolso do trabalhador que perdeu o emprego e que vai ter mais dificuldade para se manter.

A redução progressiva de 10% a cada mês é aplicada sobre o benefício inicial. Um trabalhador que hoje tenha direito a cinco parcelas de R$ 1,5 mil, por exemplo, passará a receber esse valor cheio no primeiro mês, R$ 1,35 mil no segundo, R$ 1,2 mil no terceiro e R$ 1,1 mil nos dois últimos, pois já terá atingido o limite de redução dado pelo piso nacional.

Apesar da piora no mercado de trabalho e incertezas sobre a retomada da economia, com a medida de redução do valor do seguro desemprego, o governo Bolsonaro espera economizar alguns bilhões e contar com a compreensão dos trabalhadores e de seus familiares, sinaliza a equipe técnica.

Sem orçamento aprovado, Maceió não tem como pagar salários de prestadores de serviço da saúde

Já se vão 73 dias que  JHC (PSB) assumiu o comando da prefeitura de Maceió e até o momento não foi encaminhado à Câmara Municipal, a Mensagem do Executivo com o orçamento para o ano de 2021.

De acordo o art. 51 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o prazo máximo para encaminhamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2021 à Câmara Municipal de Maceió, era 15 de outubro de 2020, devendo ser discutido, votado e sancionado até 15 de dezembro de 2020.

Em função da vitória eleitoral de JHC, o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2021 foi retirado da Câmara Municipal de Maceió e até então não foi devolvido. A consequência disso, é que falta dinheiro para o pagamento de despesas básicas, a exemplo dos prestadores de serviço da saúde e terceirizados, pois o município só pode desembolsar mensalmente 1/12 do total de cada dotação.

RCP

Foto: Tribuna Hoje

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