Após mais de 14 horas de julgamento, o cabo Johnerson Simões foi condenado a 53 anos e 1 mês pelos crimes de homicídio triplamente qualificado contra os irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira. O policial também foi condenado pelo crime de fraude processual, ao tentar implantar provas falsas contra as vítimas – retornando ao lugar onde matou os irmãos para inserir armas de fogo de modo a tentar incriminar os jovens. O militar também foi condenado pela morte do pedreiro Reinaldo Ferreira, por execução errada, uma vez que a terceira vítima estava do outro lado da pista quando foi atingido fatalmente pelos disparos. Outras três pessoas foram atingidas de raspão. Desta vez, a impunidade não marcará o desfecho do caso.

Josivaldo Ferreira Aleixo e Josenildo Ferreira Aleixo tinham, respectivamente, 18 e 16 anos, quando foram assassinados a tiros após serem submetidos a uma abordagem agressiva por militares em um ponto de ônibus no bairro onde residiam, o Village Campestre. O crime, ocorrido em 25 de março de 2016, também vitimou fatalmente Reinaldo da Silva Ferreira, que estava do outro lado da rua. Na próxima quinta-feira, 25 de novembro, o autor dos disparos, o cabo Johnerson Simões Marcelino, será finalmente submetido a júri popular, após ter sido preso preventivamente por ainda tentar implantar provas na cena do crime contra as vítimas. Os irmãos, que conviviam com retardo mental em graus leve e moderado, voltavam da casa da madrinha quando foram abordados. Segundo relatos de testemunhas, sem compreender a agressividade da intervenção e a violência cometida pelos policiais contra seu irmão, Josivaldo reagiu aos militares com tapas. O cabo Johnerson Simões, até então encostado na viatura, fez vários disparos contra os jovens, atingindo fatalmente os irmãos, além de Reinaldo da Silva, e uma quarta vítima que teve ferimentos leves. Após os disparos, Johnerson alegou que iria levar os irmãos até o hospital. Entretanto, o trajeto foi além de percorrer um caminho mais longo, a viatura ainda efetuou paradas sem justificativa. Por fim, o militar apresentou à delegacia armas que, posteriormente, se comprovou não pertencer aos irmãos.

Fonte: Cedeca

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