Gangue utilizavam redes sociais para mobilizar bolsonaristas e arrecadar fundos para ações terroristas

A inteligência da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) identificou as principais lideranças dos bloqueios em rodovias que ocorreram após o 2º turno das eleições, no dia 30 de outubro. Também foram reconhecidos 11 veículos utilizados para apoio logístico às manifestações. A apuração é do O Antagonista.

As informações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 519, que investiga a ação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nos bloqueios das rodovias em todo país.

De acordo com o relatório, foram identificados quatro grupos no WhatsApp que coordenavam as ações: 

1 – Intervenção Federal (225 membros)
2 – Brasil pelo Futuro (220 membros)
3 – Brasil Hoje (254 membros)
4 – Paralisação Nordeste – Maceió (1.200 membros)

Este último chegou a ser bloqueado pelo WhatsApp e um outro grupo reserva foi criado no Telegram, o PN (Paralisação Nordeste) que chegou a reunir 247 seguidores.

“As lideranças são difusas e não há uma centralização de comando entre eles, porém alguns indivíduos se destacam no sentido de prover insumos, meios, organização e incitação para que os atos aconteçam“, diz trecho do relatório que aponta que havia dois tipos de lideranças. “Parte se reúne, articula e organiza via redes sociais (com maior ênfase no WhatsApp e Telegram, Instagram em menor escala), enquanto uma outra parte articula o movimento in loco, (fazem uso do microfone, tomam a frente de negociações e conversam com a imprensa como líderes).”

O documento da PM-AL cita, entre líderes e articuladores:

– Jean Kellwy Rodrigues da Silva Costa, Lucas Thyago Soares Silva, Ronylle Diogo Oliveira de Deus:  apontados como líderes do grupo Intervenção Federal, cuja função seria filtrar os conteúdos, gerenciar membros, canalizar o debate e arrecadar dinheiro através de uma chave Pix em nome de Jean;

– Cássio Tomas Lima Menezes: aparece como criador a administrador dos grupos Brasil Hoje e Brasil pelo Futuro, ambos no WhatsApp. Cassio também arrecada fundos via chave Pix;

– Icaro Manuel Santos Ribeiro e Deiwd Silva Cedro: identificados como líderes do Paralisação Nordeste – Maceió e PN, ambos no Telegram. Icaro e Deiwd atuavam com a moderação, gerenciamento de membros e incitação dos manifestantes;

– Karinne Pereira dos Santos, Jacksuel da Silva Marques e Fernando Antonio Maia Filho: membros do Paralisação Nordeste – Maceió que teriam atuado até o dia 2 de novembro. Eles eram articuladores do grupo, mas era Karinne a responsável pela arrecadação financeira do grupo;

– Kayo Gustavo Fragoso Carneiro da Cunha: candidato a deputado estadual nas eleições de 2022, identificou-se como um dos líderes do movimento em entrevista uma rádio. Conhecido como Kayo Fragoso, ele é um dos organizadores da manifestação golpista que acontece na avenida Fernandes Lima, em Maceió. Kayo faz parte da Escola de Líderes Conservadores do vereador por Maceió Leonardo Dias (PL). Segundo a PM-AL, Kayo atuava nos locais dos atos e também disponibilizou sua conta para arrecadação de fundos;

– Jornandes Brito dos Santos e José Wilson Barboza de Magalhães Junior: também atuavam como líderes nos lugares onde ocorriam as manifestações.

Fonte: O Fato AL

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