Líder religioso multimilionário que fazia campanha contra a vacinação morre de Covid-19. Além de criticar a imunização, o pastor afirmava que se tratava com ivermectina para se prevenir contra a doença
Líder religioso e dono de uma empresa de TV conservadora nos Estados Unidos, o apresentador Marcus Lamb, de 64 anos, que ganhou notoriedade no país por espalhar notícias falsas desestimulando a vacinação contra a Covid-19, morreu nesta terça-feira, 30, após ser contaminado pela doença.
“É com o coração pesado que anunciamos que Marcus Lamb, presidente e fundador da Day Star Television, voltou para casa de Deus nesta manhã. A família pede que a privacidade seja respeitada neste momento de luto de uma perda tão difícil. Por favor, continuem a colocá-los nas suas orações”, publicou a emissora nas redes sociais.
A esposa de Marcus, Joni Lamb, afirmou que o marido tinha diabetes e desenvolveu uma pneumonia após ser diagnosticado com o novo coronavírus. Segundo ela, a família seguiu “inúmeros protocolos”, alguns deles contraindicados pelos órgãos de saúde, que não funcionaram. O religioso tomava ivermectina para prevenir a infecção provocada pelo coronavírus. O medicamento não tem eficácia contra a doença.
“Ele acreditava 100% em tudo o que falamos aqui na emissora. Continuamos acreditando nisso, obviamente”, disse a viúva. A morte de Marcus ocorreu poucas semanas após a contaminação.
Além de publicar uma série de vídeos e podcasts contra vacinas para Covid-19, gripe e HPV, o Daystar já chegou a veicular reportagens divulgando tratamentos não eficazes para a doença e apontando “perigos” não existentes dos imunizantes.
O filho de Marcus, Jonathan Lamb, afirmou em transmissão no dia 23 de novembro que a doença do pai foi um “ataque de energia espiritual”. “Não há dúvidas de que o inimigo não está feliz com o trabalho do meu pai e está fazendo tudo o que é possível para derrubá-lo”, declarou.
Fundada no fim dos anos 1990, a Daystar Television Network se tornou o segundo maior canal cristão no mundo, atingindo cerca de 2 bilhões de pessoas. No site da rede, a Daystar chamou as vacinas de “a coisa mais perigosa” que as crianças enfrentam.
Fonte: Pragmatismo Político