A Rússia anunciou a expulsão de diplomatas dos Estados Unidos (EUA) antes de 31 de janeiro de 2022, em resposta a medida semelhante de Washington contra ela, quando os dois países planejam uma reunião de alto nível, sem que se saiba. discutir o conflito das embaixadas.

Não é a primeira vez que ambas as potências enfrentam uma situação difícil motivada pela expulsão recíproca de pessoal diplomático, por alegadas suspeitas de espionagem, conflito que se alastrou nos últimos meses, a par do recente contencioso pela Ucrânia.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zajárova, observou que “até 31 de janeiro de 2022, funcionários da embaixada dos Estados Unidos que estiveram em Moscou por mais de três anos terão que deixar a Rússia”.

Ele especificou que Moscou considera a exigência de Washington de que 54 diplomatas russos deixem a embaixada como expulsão, à qual a Rússia “reage respectivamente”.

O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, relatou na semana passada a próxima partida de 27 diplomatas russos estacionados no país norte-americano junto com suas famílias.

“Nossos diplomatas foram expulsos. Em 30 de janeiro, 27 pessoas com suas famílias nos deixarão e em 30 de junho um número semelhante sairá daqui”, explicou Antonov em declarações durante entrevista ao canal do YouTube Soloviov Live.

Nesse sentido, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Riabkov, disse que os Estados Unidos ainda podem mudar sua decisão de expulsar 54 diplomatas russos, caso contrário, seu país agirá de forma semelhante e sob os mesmos termos.

Questionado sobre a possibilidade de Washington impedir a implementação de tal decisão, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que Washington estabeleceu duas datas, o final de janeiro e a mesma época de junho, para a implementação dessa medida.

Riabkov explicou que se essa disposição for aplicada, o mesmo número de militares dos Estados Unidos deixará a Rússia, sob o mesmo princípio de que são aqueles que excedem o período de permanência de três anos na nação euro-asiática.

Por sua vez, o secretário de Estado Antony Blinken se encontrará com seu homólogo russo Sergei Lavrov na quinta-feira, paralelamente à cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Estocolmo.

O encontro acontece em um momento em que as tensões entre a aliança militar ocidental e a Rússia aumentaram devido ao acúmulo de tropas de Moscou perto da fronteira com a Ucrânia. 

Antes de seu encontro com Lavrov, Blinken terá um encontro separado com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, à margem da cúpula.

A Rússia afirmou que há um perigoso posicionamento de tropas ucranianas perto da área do conflito separatista na parte oriental do país.

O presidente Vladimir Putin afirmou que “as ameaças estão aumentando em nossa fronteira ocidental”, com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) colocando sua infraestrutura militar mais perto da Rússia. 

Putin ofereceu ao Ocidente a participação em conversações substantivas sobre o assunto, acrescentando que Moscou não precisaria apenas de garantias verbais, mas de “garantias legais”.

O leste da Ucrânia está atolado em um conflito entre o governo de Kiev e separatistas pró-russos desde 2014, que eclodiu logo após Moscou anexar a Crimeia. Desde então, a disputa já causou mais de 13.000 mortes. 

Fonte: Telesur

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