O fim da era Trump

Para o bem do equilíbrio da balança da geopolítica mundial, chega ao final a trajetória do aventureiro milionário Donald Trump a frente da Casa Branca nos últimos e inacreditáveis quatro anos. Mesmo perdendo a eleição no voto popular para a democrata Hilary Clinton em 2016, por uma significativa diferença de 2.868.691 votos, levou a presidência americana, graças ao espúrio modelo de eleições adotado pelos Estados Unidos, no qual é declarado eleito vencedor, o candidato que obtiver o maior número de delegados de um inusitado colégio eleitoral, mesmo sendo derrotado nas urnas. A fragilidade da legislação eleitoral daquele país, facilitou e permitiu a legal, porém, ilegítima vitória de Trump, que se valeu, agora o sabemos, das até então desconhecidas fakenews, estelionato para burlar o sistema eleitoral americano. Em outras palavras, este desastrado governo Trump foi uma farsa do primeiro ao último dia em que o histriônico presidente se apossou da caneta e da senha atômica do homem mais poderoso do mundo. Chegou melancolicamente ao final de sua catastrófica administração, sob a obscura tentativa de invasão do capitólio, para impedir a certificação do presidente eleito em 2020, Joe Biden, do Partido democrata, que assumiu a presidência no último dia 20 de janeiro.

A presidente da Câmara dos deputados norte-americana, a também democrata Nancy Pelosi, apelou ao entao vice-presidente Mike Pence, para que invocasse a 25a emenda, na qual o gabinete pode destituir o presidente. Pelosi alegou que as motivações para o impeachment de Trump seria por “ele ser louco, desequilibrado e perigoso. Ele deve partir”, tuitou com seus correligionários. Tump é muito mais do que pode supor a presidente da Câmara dos deputados norte-americana, Trump é um fascista e um criminoso. Deverá responder por muitos dos seus tresloucados atos enquanto esteve despachando suas políticas de ódio e de intolerâncias contra a humanidade no salão oval. A mediocridade desocupou o cargo de “líder do mundo livre”, como eram ou são designados os presidentes dos EUA pela mídia, sobretudo no período da “Guerra Fria”. Segundo o ativista progressista Noam Chomsky, “Trump é o pior criminoso da história, inegavelmente. Nunca houve na história política, uma figura que se dedicasse tão apaixonadamente a destruir os projetos da vida humana na terra num futuro próximo”. A despeito de sua administração desastrosa, não podemos desconsiderar que a tosca figura presidencial de Trump obteve 74.223.744 ou 46,9% dos votos dos americanos. Este fato merece uma reflexão. Donald Trump é um obtuso do mal, o seu sectarismo cego é exatamente o inverso do personagem de Chance, interpretado por Peter Sallers no filme “Muito Além do Jardim”, de 1979 e dirigido por Hal Ashby, cuja a inocência ao extremo de um jardineiro, que nunca havia tido contato com o mundo exterior, a não ser pela televisão, faz dele um importante conselheiro do presidente americano por suas metáforas botânicas. Trump não tem um mínimo de pureza ou grandeza, pois a sua passagem pelo poder será lembrada pela marca da intransigência, arrogância e imposição de um unilateralismo imperialista. Dentre as suas medidas embaladas por um populismo desequilibrado e inconsequente, podemos destacar: a saída dos Estados Unidos do Clube de Paris, fórum de debates sobre o aquecimento global e o efeito estufa, a tentativa de revogar o Obamacare, a xenófoba construção do muro contra imigrantes na fronteira do México e, por fim, o seu negacionismo da pandemia da Covid-19, que registra até o presente momento, mais de 25 milhões de infectados e que já levou a morte 420 mil cidadãos norte-americanos. Resta apenas saber se teremos um efeito dominó, e congêneres a Trump também serão mandados para a lata do lixo da história, assim como o seu mentor.

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