Sindicato culpa “pressão do governo” por morte de professora em escola do Paraná

A morte da professora Silvaneide Monteiro Andrade, de 56 anos, dentro do Colégio Estadual Jayme Canet, no bairro Xaxim, em Curitiba, na manhã da última segunda-feira (30), gerou grande comoção entre educadores e reacendeu o debate sobre a pressão vivida por profissionais da rede pública de ensino.

De acordo com nota da APP-Sindicato, que representa os trabalhadores da educação pública do Paraná, Silvaneide estava em sala de aula quando foi chamada pela equipe pedagógica. No local, sofreu um infarto fulminante e morreu antes de receber atendimento médico. Já a versão da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed-PR) aponta que a professora teve um mal súbito durante o expediente, sem detalhar as circunstâncias.

Para o secretário-geral da APP-Sindicato, Celso José dos Santos, o episódio representa mais um reflexo de um modelo de gestão escolar que, segundo ele, adoece os profissionais. “É uma tragédia. Mais uma professora que faleceu neste modelo de educação que acaba pressionando, vigiando. Então, a APP está aqui prestando solidariedade e apoio aos estudantes, professores, funcionários e à família da professora, porque lutamos para que a escola seja um ambiente saudável, seguro, e não um ambiente que leve uma professora a uma situação como essa”, disse. O sindicalista destacou que a entidade luta para que as escolas sejam ambientes saudáveis e seguros, e não espaços que causem sofrimento aos profissionais da educação.

“A escola precisa voltar a ser acolhedora”, diz colega

Colegas de trabalho descreveram Silvaneide como uma professora dedicada e muito respeitada pelos alunos. Para a professora Luzenaide Leal, que atua como PSS (Processo Seletivo Simplificado), a morte poderia ter sido evitada.

“Era uma professora comprometida com seu trabalho. É muito triste termos que sentir essa dor, que poderia ser evitada se houvesse menos pressão e mais compreensão. A escola precisa voltar a ser um lugar acolhedor para os estudantes e para os professores. À medida que as pressões aumentam, os professores vão adoecendo”, desabafou.

A professora Veroni Salete Del Ré, que conhecia Silvaneide, relatou o impacto emocional do caso.
“Estou abaladíssima com a situação. Hoje visitamos outras escolas da região e vi colegas trabalhando com atestado médico. Isso mostra a pressão e o assédio que estamos vivendo neste momento, enquanto trabalhadores da educação”, afirmou.

APP-Sindicato lamentou a perda e reiterou que seguirá cobrando condições de trabalho mais humanas para os profissionais da rede pública de ensino.

“É uma tragédia. Mais uma professora que faleceu neste modelo de educação que acaba pressionando, vigiando. Então, a APP está aqui prestando solidariedade e apoio aos estudantes, professores, funcionários e à família da professora, porque lutamos para que a escola seja um ambiente saudável, seguro, e não um ambiente que leve uma professora a uma situação como essa”, lamentou o Secretário-Geral da APP, Celso José dos Santos.

Fonte: TN Online e Portal Alto Piquiri

Chapa Virar à Esquerda defende a saída do PT do governo Paulo Dantas

Em reunião realizada hoje, 31/05, na sede do PT, em Maceió, os participantes da chapa Virar à Esquerda, a terceira chapa na disputa pelo Diretório Estadual do partido, aprovou a proposta de saída do PT do governo Paulo Dantas, caracterizado como representante das oligarquias, além de defesa da reestatização da Eletrobras e da Casal, empresa de água e saneamento, cujos serviços em Maceió foram privatizados na gestão de Renan Filho. Uma moção de apoio a greve dos professores de Maceió e da rede estadual também foi aprovada.

Para enfrentar as “máquinas partidárias” representadas pela candidatura do deputado estadual Ronaldo Medeiros (Resistência Socialista) e Dafne Orion (Construindo um Novo Brasil), a chapa Virar à Esquerda indicou o jornalista diagramador Paulo Henrique (Diálogo e Ação Petista) como candidato a presidente do PT Alagoas.

“A campanha será feita conversando com a militância, explicando nossas propostas e agrupando num movimento para fazer o PT Virar à Esquerda”, explicou Paulo Henrique.

Em Maceió, o grupo terá como candidato o professor Emmanuel Miranda, que atualmente é membro da Executiva do PT de Maceió e diretor da CUT Alagoas. Na disputa nacional apoia o deputado federal Rui Falcão para presidente.

Exportação de combustível do Brasil para Israel subiu 44.000% desde 2023

Federações nacionais dos petroleiros pedem ao governo que suspenda a venda de petróleo, que alimenta a máquina de extermínio contra o povo palestino

Na última quarta-feira (30), completaram-se 600 dias de genocídio cometido por “israel” em Gaza. São mais de 66 mil palestinos exterminados, contando com mais de 11 mil desaparecidos, ainda soterrados baixo as ruínas deixadas pelos bombardeios israelenses. Isso representaria, no Brasil, proporcionalmente, um morticínio de 6,3 milhões de pessoas.

Um terço da população dizimada é composta por crianças (mais de 22 mil), enquanto a quantidade de mulheres mortas é de mais de 13 mil. É a maior proporção de mulheres e crianças assassinadas em toda a história, maior que na II Guerra Mundial. Também são mais de 10 mil palestinos sequestrados de Gaza e da Cisjordânia, incluindo menores, mulheres, idosos, médicos, e aprisionados nos campos de concentração israelenses, onde sofrem torturas e acabam morrendo. Um brasileiro está entre as vítimas fatais, e outros 11 permanecem presos sob condições desumanas.

Além da luta da resistência palestina em Gaza, há a solidariedade internacional. A maior demonstração dessa solidariedade tem vindo, desde outubro de 2023, dos houthis no Iêmen. Eles bloquearam o Mar Vermelho, por onde passa cerca de 12% do comércio marítimo mundial. Isso tem representado um duro golpe à economia israelense, voltada para a guerra. Também há um embargo comercial a “israel” por vários países, especialmente árabes e islâmicos. Contudo, mesmo alguns países muçulmanos têm adotado uma postura dúbia, de denúncias a “israel” enquanto alimentam a máquina de guerra israelense.

No Brasil, o presidente Lula é um dos maiores denunciantes do genocídio em Gaza. Poucos indivíduos ou organizações têm a capacidade de alcançar tanta gente e “furar a bolha” como ele tem. E ele tem alcançado muita gente e furado muito a bolha da censura promovida pela imprensa às denúncias contra “israel”. Lula tem a coragem que poucos líderes mundiais têm, denunciando o genocídio pelo que ele é, em frente aos inquisidores da imprensa brasileira, ferramenta de propaganda e manipulação a serviço de “israel”. Porém, a coragem de Lula não se reflete em ações concretas do governo brasileiro para frear a matança em Gaza, permitindo que setores da burguesia brasileira e internacional, além do lobby sionista, atuem livremente pela aniquilação dos palestinos. Os discursos são importantes, mas medidas práticas são urgentes.

“israel” tem uma balança comercial global deficitária. No entanto, com o Brasil, sua balança é superavitária desde o início da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em 1997. Ou seja, o comércio com “israel” sempre foi deficitário para o Brasil.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. (Gráfico: Fepal)

Em 2024, o Brasil foi o 12º maior parceiro comercial de “israel”, representando 2,1% do comércio do regime genocida. É o 2º das Américas (atrás dos EUA, o maior parceiro de “israel” no mundo) e o 1º da América Latina (o segundo é o México, que no geral é o 28º parceiro de Israel, com um comércio três vezes menor que o brasileiro).

Até fevereiro do ano passado, o Brasil era um dos cinco maiores fornecedores de petróleo para “israel”, de acordo com estudo feito pela ONG Oil Change International. O Brasil enviou 260 mil toneladas de petróleo cru produzido em campos de propriedade conjunta da Shell, TotalEnergies e da Petrobras entre 13 de outubro de 2023 e finais de janeiro de 2024. Esse óleo cru foi enviado em duas viagens desde o porto de Santos. Até o mês de julho, o Brasil era responsável pelo fornecimento de 9% do petróleo bruto importado por “israel”, tendo enviado 65 remessas de óleo cru e combustível nos primeiros nove meses de genocídio.

Segundo a investigação, Shell, TotalEnergies e outras multinacionais facilitaram o fornecimento do combustível. Um porta-voz da Petrobras disse ao jornal The Guardian que a empresa não “entregou nenhuma carga de petróleo bruto de sua produção a Israel” naquele momento. Seja como for, em 2024 o Brasil destinou 2,7 milhões de barris de petróleo bruto a “israel”, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), em carta enviada esta semana ao presidente Lula pedindo o embargo energético aos perpetradores do Holocausto Palestino.

Conforme os dados que podem ser encontrados na plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil tem aumentado exponencialmente a exportação de petróleo para Tel Aviv desde o início do genocídio atual em Gaza, no dia 7 de outubro de 2023. A venda de óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) do Brasil para “israel”, em 2024, teve um aumento de 12.380% em valores em comparação com 2023. E, até abril de 2025, teve um aumento de 256% em relação a 2024, chegando a cerca de R$ 900 mil. O valor exportado em 2025 é 44.300% maior que aquele de 2023. Também é 790% maior do que em todo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos maiores aliados de “israel”.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. (Gráfico: Fepal)

Já a exportação de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus teve um aumento de 55% em 2024 em comparação com 2023 (exportamos para “israel” mais de R$ 1 bilhão em óleo bruto em 2024). Este ano, até abril, essa categoria de produto ainda não foi exportada para “israel”. Por último, a exportação de produtos residuais de petróleo e materiais relacionados, em 2024, foi 1.347% maior que em 2023, e foi também maior do que em qualquer ano do governo Bolsonaro. Essa categoria de produto também não foi exportada para “israel” este ano, até o mês de abril.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. (Gráfico: Fepal)

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. (Gráfico: Fepal)

O The Guardian informa que “Israel depende do petróleo bruto e de produtos refinados do exterior para operar a sua grande frota de aviões de combate, tanques e outros veículos militares”. No ano passado, a Corte Internacional de Justiça, que considera a ocupação da Palestina ilegal e está julgando o bloqueio de ajuda humanitária, exigiu que “israel” evite qualquer ato genocida e recomendou a países e empresas não serem cúmplices desses atos. Empresas e países que fornecem petróleo às forças armadas israelenses, portanto, segundo o entendimento da CIJ, são cúmplices desse genocídio.

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A entrega da Petrobras a acionistas privados e a quebra do monopólio estatal são os principais responsáveis pelo apoio prático que está sendo fornecido a partir do Brasil para o extermínio de crianças e mulheres palestinas. As multinacionais que exploram o nosso petróleo e os parasitas que se apoderam da Petrobras lucram com o abastecimento dos tanques e aviões israelenses que destroem Gaza. Esse caso é mais um que comprova a necessidade de reestatização completa da Petrobras e sua submissão ao controle direto dos trabalhadores petroleiros, bem como do retorno do monopólio nacional e estatal da exploração do petróleo brasileiro.

Sindicatos e organizações populares, na Europa, estão realizando protestos e ações de sabotagem do transporte de combustível para “israel” nas ferrovias e portos. A campanha Embargo Global de Energia para a Palestina argumenta que a energia em todas as suas formas — carvão, petróleo bruto, combustível de aviação e gás — desempenha um papel ativo no fomento do genocídio e no financiamento da ocupação colonial da Palestina. Ela apela a trabalhadores, sindicatos, organizações ambientais e grupos pró-Palestina para que bloqueiem e interrompam o fluxo de energia, como o combustível de aviação militar, que entra e que sai de “israel”.

A FUP e a FNP, na carta destinada ao presidente Lula, “enfatizam a necessidade de o Brasil ir além das declarações públicas e implementar um embargo energético robusto contra Israel, em conformidade com suas obrigações legais internacionais”. Elas exigem a suspensão imediata de exportações de petróleo, de projetos com empresas de energia e o apoio a medidas internacionais contra o regime sionista. “O Brasil forneceu para Israel o petróleo bruto e refinado para operar sua frota de caças, tanques e outros veículos e operações militares, bem como as escavadeiras que atuam destruindo a infraestrutura nos campos de refugiados e cidades da Cisjordânia ocupada.”

“Os signatários acreditam firmemente que a liderança do Brasil pode estabelecer um precedente para que outras nações ajam de forma decisiva diante da Nakba (a catástrofe palestina) em curso”, dizem os petroleiros.

* Jornalista especializado em política internacional, autor dos livros-reportagem “O povo esquecido: uma história de genocídio e resistência no Donbass” e “Bloqueio: a guerra silenciosa contra Cuba”.

Fonte: Fepal

Depois de muita luta, edital do concurso para professores da Uneal é publicado

Depois de muita mobilização, com paralisações e até protestos em Maceió, a comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Alagoas, finalmente comemora a publicação do edital do concurso para professores. Serão 127 vagas distribuídas por todos os cursos e campi da Instituição.

A cerimônia de assinatura do edital de publicação no Diário Oficial, foi realizada ontem, 30/05, onde o governador Paulo Dantas também inaugurou o novo prédio do Campus I (Arapiraca) da Uneal. Durante o evento, o sindicato dos docentes (SINDUNEAL) e dos técnicos (SINTUNEAL) aproveitaram para entregar as cartas de reivindicações das categorias.

Para o reitor Odilon Máximo, as “127 vagas fortalecerão ainda mais o ensino, a pesquisa e a extensão na nossa universidade”. O reitor também destacou a importância das reformas e construções realizadas pelo governo nos campi de Arapiraca, Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos.

Para o professor Luizinho, presidente do Sindicato dos Docentes da Uneal, “a história da nossa universidade é uma história de luta permanente, e que a participação da comunidade acadêmica foi fundamental para esse vitória. Mas, devemos continuar mobilizados para garantirmos a posse dos professores aprovados e o restante da nossa pauta de reivindicações”.

Para favorecer setor privado, deputada propõe fim da obrigatoriedade de vacinas infantis

A destruição da rede pública de vacinação interessa ao lobby do setor privado, que passaria a cobrar altos preços pela vacinação no Brasil.

Dois projetos de lei foram apresentados pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) com a proposta de eliminar a obrigatoriedade da vacinação em todo o país, inclusive em situações de pandemia ou calamidade pública. As medidas também buscam estabelecer um direito à recusa de vacinas por qualquer cidadão, inclusive crianças.

O primeiro deles, o PL 2641/2025, estabelece que a aplicação de vacinas só poderá ocorrer mediante consentimento expresso, livre e esclarecido do indivíduo ou de seu responsável legal. O texto também proíbe que a vacinação seja exigida como condição para matrícula em instituições de ensino, acesso a serviços públicos, participação em concursos ou emissão de documentos como passaporte e carteira de motorista.

Além disso, o projeto inclui no Código Penal o crime de “coação vacinal”, com penas que variam de 2 a 4 anos de reclusão. A proposta considera coação não apenas ameaças explícitas, mas também medidas indiretas que restrinjam direitos ou acesso a serviços com base na condição vacinal. A pena é agravada caso o ato seja cometido por servidores públicos ou em ambientes como escolas e unidades de saúde.

Já o PL 2643/2025 trata especificamente da vacinação infantil. A proposta permite que pais ou responsáveis deixem de vacinar crianças caso apresentem atestado médico que comprove contraindicação ao imunizante, desde que assinado por profissional com especialidade adequada ao quadro clínico.

Na justificativa, a deputada argumenta que submeter uma criança com contraindicação médica à vacinação representaria “violação ao direito individual à saúde”. Para ela, pais nessa condição deveriam ser protegidos legalmente, e não penalizados.

Vacinação infantil no Brasil

Os textos também mencionam decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reconhecem a obrigatoriedade da vacinação infantil, mas defendem que essas diretrizes sejam revistas à luz de novos princípios de autonomia familiar e liberdade individual.

As propostas ainda precisam passar pelas comissões temáticas da Câmara dos Deputados antes de serem votadas em plenário.

Fonte: ICL

Primo de Nikolas Ferreira é preso com 30 kg de maconha

O primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi preso na última sexta-feira (23/5) após ser flagrado transportando 30 kg de maconha no porta-malas de um carro, em Uberlândia (MG).

Glaycon Raniere de Oliveira, de 28 anos, afirmou aos policiais federais que atuaram na ocorrência que ele é motorista de aplicativo e que levava a droga para uma terceira pessoa.

Metrópoles apurou que Glaycon e um colega pegaram o entorpecente em uma padaria de Uberlândia e seguiam com destino a Nova Serrana (MG), centro-oeste de Minas Gerais, quando foram abordados pela PF na saída da cidade. Os dois estavam dentro de Toyota Etios.

O acompanhante de Glaycon foi liberado, mas o primo do deputado permaneceu detido. Glaycon é filho de Eneas Fernandes, candidato do PL à prefeitura de Nova Serrana nas eleições municipais deste ano — Eneas não foi alvo da ação.

Além da PF, atuaram no caso as polícias Civil (PCMG) Militar (PMMG) e Penal (PPMG), que integram a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO-MG).

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do primo do deputado. Procurado, o deputado Nikolas Ferreira não atendeu as chamadas da reportagem. A equipe de assessores do parlamentar também não retornou o contato. O espaço segue aberto.

Fonte: Metrópoles

Israel anuncia o maior roubo de terras palestinas na Cisjordânia desde os acordos de 1993

O roubo de terras será para construir mais 22 assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada

Oficializando o assalto a terras palestinas, o governo de Israel aprova 22 novos assentamentos judaicos ilegais na Cisjordânia ocupada, em uma manobra tática para inviabilizar a criação de um Estado da Palestina e ao mesmo tempo consolidar a colonização e anexação da Cisjordânia, acelerando a limpeza étnica da população palestina.

Desses 22 novos assentamentos, a criação de 9 postos avançados, alguns deles estarão localizados em pontos estratégicos, em áreas mais remotas na Cisjordânia, como o Monte Ebal, uma colina que fica entre as cidades palestinas de Nablus e Sa’ Nur, mais uma evidência de que a principal função desses assentamentos é a de privar o povo palestino da terra da qual são nativos.

A fieira de assentamentos também cria mais uma barreira na existência de continuidade de território palestino, medida que inviabiliza a constituição de um Estado viável.

“Lideramos uma decisão histórica para os assentamentos: 22 novos assentamentos na Judéia e Samaria (como os israelenses chamam a Cisjordânia), a renovação do assentamento no norte de Samaria e o fortalecimento da avenida oriental do Estado de Israel – o muro de escudos,” anunciou o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, assumindo o aspecto militarista e segregacionista do assalto anunciado.

“Os novos assentamentos são todos colocados dentro de uma visão estratégica de longo prazo, cujo objetivo é fortalecer o domínio israelense sobre o território, evitar o estabelecimento de um Estado palestino e criar a base para o desenvolvimento futuro dos assentamentos nas próximas décadas,” assumiu abertamente o fascista Smotrich.

Smotrich já tinha ameaçado, um mês atrás, de fazer um golpe contra o próprio governo de que faz parte, se o exército israelense não ocupar Gaza e forçar um governo militar para expulsar os palestinos. Ele também tem um cargo no chamado Ministério da Defesa israelense, como encarregado de “assuntos civis” nos territórios palestinos ocupados.

Trata-se do mesmo Smotrich que já tem defendido publicamente o genocídio palestino:

“Dentro de alguns meses… Gaza será totalmente destruída. Os cidadãos de Gaza estarão concentrados no sul. Eles estarão totalmente desesperados, entendendo que não há esperança e nada para procurar em Gaza, e estarão procurando realocação para começar uma nova vida em outros lugares,” declarou em uma conferência de “política de assentamentos” em Ofra, outro assentamento ilegal já estabelecido na Cisjordânia.

Esses assentamentos são uma total violação dos Acordos de Oslo de 1993, que dividiu o território palestinos em três zonas, e, pelo menos no papel, previu a continuação da retirada das forças do exército de Israel iniciada por Rabin antes de ser assassinado e que os israelenses passaram a desrespeitar as etapas seguintes previstas nos Acordos e, em vez disso, passaram a cercar Arafat na sede da Autoridade Nacional Palestina, também estabelecida em Oslo e violentada pelo governo do carnicieiro de Sabra e Shatila, general Sharon.

“A decisão do gabinete de estabelecer 22 novos assentamentos, o movimento mais extenso desse tipo desde os Acordos de Oslo, sob os quais Israel se comprometeu a não estabelecer novos assentamentos, remodelará drasticamente a Cisjordânia e consolidará ainda mais a ocupação”, denunciou a organização israelense “Paz Agora”.

Em julho do ano passado, a Corte Internacional de Justiça estabeleceu que a ocupação das forças de Israel em territórios palestinos é ilegal e ordenou a evacuação de todos os assentamentos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Determinação descumprida por Israel.

Fonte: Hora do Povo

Lula volta a condenar “matança de mulheres e crianças” no campo de extermínio de Gaza

Durante lançamento do programa “Agora Tem Especialistas”, presidente expressa indignação com o genocídio no território palestino

Durante o lançamento do programa Agora Tem Especialistas, nesta sexta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a manifestar repúdio à escalada de violência contra civis na Faixa de Gaza, com ênfase especial no assassinato de mulheres e crianças. A declaração, feita em tom firme e carregada de emoção, reiterou o posicionamento do governo brasileiro diante da tragédia humanitária que se desenrola no território palestino.


“Queria pedir a vocês da área médica: pelo amor de Deus, vamos fazer com que o pobre se sinta gente. Nós já sofremos o dia inteiro com o que acontece lá na Palestina, com aquela matança de mulher e de criança todo santo dia, uma coisa sem compreensão. E na saúde a gente pode evitar isso. Não vamos deixar esse programa falhar”, declarou Lula, ao final de seu discurso.


A fala do presidente se insere em uma série de posicionamentos do governo brasileiro que denunciam as violações de direitos humanos cometidas contra a população civil palestina desde a intensificação dos ataques israelenses. Lula já havia classificado anteriormente os episódios em Gaza como genocidas.

Fonte: Brasil 247

O vai e vem entre JHC, Lira e Renan

A disputa política em Alagoas já vem há muito tempo sendo capitaneada por dois flancos, um liderado pelos Calheiros, o outro por Arthur Lira. Mas recentes acontecimentos podem fazer surgir um terceiro campo eleitoral.

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, conhecido por JHC – ainda no PL, mas podendo retornar ao PSB a qualquer momento –, chega ao final de maio rompido com Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara dos Deputados e ainda uma das figuras mais fortes em Brasília. Contudo, os sinais de que o prefeito da capital alagoana de aproximação com os Calheiros, ao que consta, teve a fiação cortada.

JHC e Arthur Lira se aproximaram em virtude das eleições de 2022, quando se aliaram para enfrentar o campo que os Calheiros como centro de gravidade. Lira precisava de um nome para disputar o Governo do Estado, após o acordo em torno no nome para a sucessão indireta de Renan Filho – que renunciou para concorrer ao Senado naquele – foi para o brejo.

Havia um acordo de consenso em torno do nome de Paulo Dantas, atual governador de Alagoas e reeleito em 2022. Paulo Dantas estava entre os que migrariam em peso para o União Brasil, que seria comandando pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor. Mas o então deputado Paulo Dantas ficou muito próximo ao então governador Renan Filho e mais distante de Arthur Lira, fazendo o então presidente da Câmara dos Deputados “tomar” o partido do grupo de deputados estaduais liderados por Marcelo Victor.

Daí, todos esses parlamentares migraram para o MDB, hipertrofiando a legenda e dando a ela 14 dos 27 deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Alagoas. Para quem tem mais dificuldade em fazer conta de cabeça, isso é metade mais um do parlamento estadual. Ou seja, o grupo, se considerar somente os que estão sob o guarda-chuva partidário do MDB, tem força para fazer o que bem entender na Casa.

Diante desse cenário, pragmaticamente, JHC se uniu ao grupo de Arthur Lira ara a disputa em 2022, lançando o então senador Rodrigo Cunha, que trocou o PSDB pelo União Brasil, comandado politicamente por Arthur Lira em Alagoas, a governador e o então deputado estadual Davi Davino Filho, à época no PP, a senador.

A aposta contra a máquina do governo estadual e da Assembleia Legislativa soava convidativa porque o nome do outro lado, quem quer que fosse o nome, não seria então um figurão da política alagoana. Logo, haveria certo equilíbrio de forças nesse sentido.

E o grupo comandado por Lira, com toda a força política que Brasília pode proporcionar – e isso era algo que Arthur Lira tinha em demasia, ainda mais no governo Bolsonaro, tentou de todas as formas  atrapalhar a eleição indireta de Paulo Dantas a governador, lhe tirando tempo com a “caneta na mão” para sua reeleição em outubro de 2022. Até então, Paulo Dantas era um deputado pouco conhecido do eleitorado alagoano, assim como Rodrigo Cunha, apesar de senador. 

Rodrigo Cunha foi eleito na esteira da antipolítica que dominou o debate público em 2018, mas como seu mandato em Brasília foi muito apagado, ele chegou em 2022 um desconhecido do eleitorado médio.

Estava aí a “paridade de armas”: de um lado a máquina estadual e da Assembleia Legislativa; do outro a máquina da Prefeitura de Maceió e a federal no estado. Ambas encabeçadas por nomes “desconhecidos”. 

Paulo Dantas foi reeleito, o MDB – como já pontuei acima – elegeu 14 dos 27 deputados estaduais entre a bancada federal, o MDB elegeu dois deputados entre 9, o PP também dois, sendo um deles o próprio Arthur Lira, como o mais votado com 219.452 votos. Para o Senado, deu o esperado e Renan Filho foi eleito, mas ele foi derrotado em Maceió por Davi Davino Filho por uma diferença de 79.401 votos. Renan Filho obteve 159.492 votos e Davi Davino Filho, 238.893 votos.

Chegam as eleições municipais e a disputa na capital alagoana foi protocolar. JHC venceu com facilidade, atingindo 83,25% (379.544 votos). O segundo colocado, Rafael Brito, deputado federal pelo MDB, obteve 12,74% (58.084). Essa disputa se deu sob a mesma configuração da ocorrida dois anos antes. As causas para esse resultado acachapante são várias, mas a principal, para mim, é a falta do fazer política em Maceió pelo campo capitaneado pelo MDB, mas esse não é o tema aqui.

Começa a segunda gestão de JHC, que agora tem Rodrigo Cunha como vice-prefeito, o que deu mandato no Senado a Eudócia Caldas, mãe do prefeito, já que ela era a suplente de Cunha em Brasília. JHC deu espaços a Arthur Lira e aos outros aliados que vieram pela gravidade, tanto gerada por Lira quanto pela própria prefeitura de Maceió e pela projeção futura de um novo nome política e eleitoralmente forte em Alagoas para rivalizar com os “grandões”.

Como JHC não tem um grupo para chamar de seu, se valendo somente de seu desempenho pessoal até agora, aliar-se a Arthur Lira acabou até sendo – pelas circunstâncias – o caminho natural. Afinal, em boa medida, um dependia do outro, inclusive para a montagem do tabuleiro eleitoral para 2026.

Há um ditado que diz: “nada como uma noite entre dois dias”. E foi exatamente isso que ocorreu. Após o pleito municipal, as rusgas entre JHC e Lira começaram a aparecer aqui e acolá. Primeiro, JHC não deu um espaço de destaque a Davi Davino Filho. A tal Secretaria Municipal de Relações Federativas não serviu para, absolutamente, nada. Lira recebeu a Educação, colocando na pasta sua prima Jó Pereira, que foi deputada estadual, mas ficou sem mandato por ter sido a vice de Rodrigo Cunha em 2022.

Contudo, em pouco meses, JHC deixou vazar insatisfação com Arthur Lira porque ele teria garantido rios de recursos federais. O problema é que já não estávamos mais sob o governo Bolsonaro, no qual Lira era todo-poderoso em relação a recursos públicos.

Lira e JHC se afastaram, se aproximaram e, agora, se afastam novamente. A diferença é a proximidade com o pleito de 2026, o que dificulta movimentos de vai e vem.

Nesse meio tempo também, Marluce Caldas, procuradora do Ministério Público de Alagoas e tia de JHC, foi escolhida por seus pares para a lista do órgão a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O sobrinho, previsivelmente, passou a se dedicar quase que exclusivamente a garantir a indicação da tia à Corte, passando os primeiros meses de sua segunda gestão na Prefeitura de Maceió mais em Brasília do que na capital alagoana. Só para se ter ideia, até este momento, nem líder a Prefeitura tem na Câmara Municipal de Maceió, tamanha a atenção dada por JHC à indicação da tia ao STJ.

Até com o presidente Lula, o prefeito de Maceió foi fazer beija-mão. Foi a um evento em homenagem à primeira-dama Janja da Silva, foi a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra, fez  contato com João Campos, prefeito de Recife para voltar ao PSB e integrar a base de apoio a Lula, deixando o PL, ao qual ele se filiou – saindo do PSB! – entre o primeiro e o segundo turnos de 2022.

Até dos Calheiros, mesmo de forma tímida, JHC se aproximou o suficiente para o senador Renan Calheiros e João Caldas, pai de JHC, participarem juntos de inauguração de rodovia próxima à cidade de Ibateguara – terra dos Caldas – com direito a elogios do senador à família do prefeito.

As especulações correram soltas sobre uma aliança entre os Caldas e os Calheiros, deixando Arthur Lira chupando dedo. Depois de algumas semanas, Lira faz elogios a JHC, o apontando como um excelente nome para o governo de Alagoas.

Mas por conta do “balé” de JHC, dando passos para cá, passos para lá, e sem fechar questão sobre se será candidato a governador ou a senador, Arthur Lira, além de não se empenhar pela nomeação de Marluce Caldas ao STJ, teria passado a atuar contra, enquanto Renan Calheiros fez o movimento oposto. Ao menos deixou vazar fazer isso.

Lira quer JHC candidato a governador para ter facilitada a disputa ao Senado em 2026; Os Calheiros preferem JHC candidato ao Senado para selar a volta de Renan Filho ao Governo do Estado. Já JHC, quer o Governo do Estado e a vaga no Senado, neste momento ocupada por sua mãe.

Evidentemente, que essa conta não fecha. Logo, a pouco mais de um ano do início do processo eleitoral, propriamente dito, as tensões vêm à tona.

JHC exonerou todos os indicados por Arthur Lira na Secretaria Municipal de Educação. Logo, manchetes: JHC rompe com Artur Lira.

Ora, pela lógica estabelecida na política alagoana, JHC, então, vai fechar com os Calheiros. 

Nesta quinta-feira, 29 de maio, o governador Paulo Dantas deu uma declaração positiva sobre a vinda de JHC para a base de Lula, em se concretizando seu retorno ao PSB que, neste momento, é do controle do governador, uma vez que sua filha, Paula Dantas preside o partido. Contudo, o governador e seus mais próximos migrarão para o PSD, deixando o PSB livre para JHC.

Mas aí, instantes depois, JHC – ávido nas redes sociais – compartilha vídeo de Alfredo Gaspar atacando o governador. Além de sinalizar afastamento dos Calheiros, o gesto também pode ser entendido como reafirmação de rompimento com Arthur Lira

Alfredo Gaspar, apesar de não falar isso abertamente, vislumbra candidatura ao Senado como o nome dos bolsonaristas em Alagoas. E por causa disso, deverá deixar o União Brasil devido à federação que a legenda formará com o PP, cujo comando em Alagoas será de Arthur Lira. Não cabem dois nomes ao Senado que pescarão dos mesmos votos “soltos”.

Sim, “votos soltos” porque os amarrados, neste momento, estão com Renan Calheiros e Arthur Lira. Todos os prefeitos alagoanos tiveram apoio deles, ou em separado ou de ambos no mesmo palanque. Além do que, o prefeito de um quer dar o segundo voto ao Senado no outro. É o sonho de consumo para garantir emendas com aquele Congresso anabolizado de poder que temos em Brasília.

Mas como o seguro morreu de velho, já foi noticiado que os Calheiros começaram a investir no segundo voto ao Senado. Para mim, um claro aceno a JHC que, neste momento, parece não se empolgar com isso.

O hiperfoco de JHC agora é a tia no STJ. Pela lógica do jogo do poder em Alagoas, ter um nome numa corte superior é um impulso gigantesco. Nem redbull dá tanta asa assim. JHC, além de votos seus, de opinião mesmo, comanda a Prefeitura de Maceió; tem emissora de rádio e um canal de TV local; tem a mãe no Senado. O que falta? Uma toga e, no caso, não seria uma qualquer, mas uma no STJ.

Além disso, JHC não tem só o Alfredo Gaspar para fazer frente aos “grandões” de Alagoas. Neste momento, nada impede haver aproximação com Davi Davino Filho, que tem muito voto em Maceió, fruto da ONG de sua família, a “FunBrasil”.

Mesmo assim, não vejo JHC com essa força toda para peitar os Calheiros e os Lira agora. Aliás, ele é quem teria mais a perder. Se se lançar em 2026 e não eleger, seja ao Senado ou ao Governo do Estado, fica sem nada e, em boa medida, à mercê de Rodrigo Cunha, que assumiria a Prefeitura de Maceió. Sua mãe, Eudócia Caldas, não parece ter força para ser reeleita. Aliás, o prefeito de Maceió  demonstrou nas eleições de 2024 só ter votos na capital. JHC e o PL não elegeram nada fora de Maceió.

JHC até pode optar terminar seu mandato como prefeito, o que avalio como improvável. Se ele ficar dois anos sem mandato, é grande o risco de morrer politicamente. Mas como em política até boi pode voar, essas movimentações de agora podem fazer o cenário político alagoano passar a ter três campos eleitorais. 

Mas já pensaram se o vento muda a nuvem de lugar e os Calheiros e os Lira resolvem por se unirem, atendendo ao pleito de seus prefeitos, mesmo que de forma “branca”? Quem segura?

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