Requerimentos de convocação de presos que denunciaram líderes religiosos foram feitos pelos deputados Erika Hilton e Pastor Henrique Vieira

Deputados do PSOL apresentaram requerimentos na CPMI do 8 de janeiro para convocar evangélicos que relataram à Polícia Federal terem viajado a Brasília para o ato antidemocrático por meio de ônibus organizados por igrejas. Os pedidos para convocação se baseiam em reportagem publicada pelo UOL em março sobre os indícios de participação de igrejas evangélicas na organização das caravanas para o 8 de janeiro. Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Erika Hilton (PSOL-SP) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que é da Igreja Batista do Caminho. Os parlamentares querem que a CPMI aprofunde uma linha de investigação a respeito desse tema.

Como revelou o UOL, a informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco pessoas, que foram presas pela PF no acampamento montado no quartel-general do Exército. Os parlamentares pediram a convocação de todos eles.

Moradora de Sinop (MT), Sirlei Siqueira, por exemplo, afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”, mas não deu detalhes sobre o financiador. Também morador de Sinop, Jamil Vanderlino afirmou ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”.

Um dos autores dos requerimentos de convocação, o deputado Pastor Henrique Vieira afirmou que essa linha de investigação pode beneficiar o segmento religioso.

Plano de trabalho

A relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), iria apresentar seu plano de trabalho em sessão marcada para a última quinta-feira, mas a reunião foi adiada para a terça-feira. Na sessão, devem ser apreciados os primeiros requerimentos de convocação para dar início aos trabalhos da comissão.

Já foram apresentados mais de 700 requerimentos à CPMI pelos parlamentares da base aliada do governo federal e da oposição. Os governistas buscam focar a investigação nos bolsonaristas, com pedidos de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados. Os oposicionistas querem usar a comissão para apontar falhas e responsabilidades da gestão petista no dia 8 de janeiro.

A comissão é presidida pelo deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), que é alinhado ao presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Cabe a ele definir quais requerimentos serão votados e a ordem das convocações para os depoimentos. Em entrevistas, Maia já afirmou que ainda não vê elementos para convocar Bolsonaro a prestar depoimento.

Fonte: Uol

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