Em dia nacional de luta, 01/03, trabalhadores protestaram contra ameaça de corte de 27% da remuneração. Empregados públicos que atuam na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19 dizem estar desvalorizados, há dois anos sem reajuste

Em um momento em que os números da pandemia de Covid-19 crescem em quase todos os estados brasileiros, colocando a população e, principalmente, os trabalhadores da saúde e de serviços essenciais em risco, o Governo Federal desvaloriza os empregados que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Em dia nacional de luta, trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) protestaram pela integridade de seus salários.

Há dois anos sem reajustes, os empregados públicos estão sob ameaça de perderem 27% de seus salários, caso a proposta do Governo de corte no benefício de insalubridade seja executada. Reajustes não estão previstos, nem pela taxa de inflação. Nesta segunda-feira, 1º, trabalhadores e trabalhadoras de todo o País se mobilizaram nas redes e, em alguns casos, nas ruas, respeitando os protocolos sanitários.

Empregados em risco de vida

Debaixo de muita chuva, os empregados do complexo hospitalar da Universidade Federal do Ceará (UFC), com apoio de sindicatos locais aliados, manifestaram-se pela valorização de seus trabalhos e colegas. Foram expostas faixas com os dizeres “Quem cuida merece cuidado” e balões simbólicos do luto foram soltos. Falas de mobilização foram feitas, destacando a responsabilidade da empresa com seus trabalhadores.

Andrea Quintela, membro da Comissão Nacional do Acordo Coletivo de Trabalho e empregada da Ebserh-CE, diz estar preocupada com a ameaça de corte salarial. “Num momento tão delicado como este, de pandemia, estamos arriscando nossas vidas pela população, mas o governo quer reduzir R$ 1 mil do nosso salário”, compartilha. “O Governo está ignorando os profissionais de saúde, os heróis e heroínas deste momento. Está ignorando a pandemia”, complementa.

ACT na Justiça

Neste 1º de março, completa-se um ano de atraso da assinatura do ACT 2020-2021, que hoje tramita do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Hoje, as partes deveriam assinar o ACT 2021-2022. Segundo os empregados da Ebserh, o atraso é culpa da empresa, que ignora o diálogo com os trabalhadores. Segundo Quintela, o benefício de insalubridade é inegociável e os empregados seguirão em mobilização, conscientizando a categoria de necessidade de luta para preservação de seus direitos conquistados.

Fonte: Condsef

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