Com 100 municípios em emergência, entre desabrigados, desalojados, mortos e feridos Bahia tem mais de 470 mil pessoas afetadas.

A situação na região sul da Bahia segue muito grave. De acordo com informações da Defesa Civil estadual, dos 417 municípios baianos, 166 foram atingidos pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas. De ontem para hoje (27), aumentou para 100 o número de cidades com estado de emergência decretado. Dados das prefeituras totalizados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) totalizam 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados.

O governador Rui Costa (PT) montou um gabinete avançado em Ilhéus. Com isso, pretende coordenar as ações de apoio às cidades atingidas e o resgate de vítimas. Até esta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros confirmou 358 feridos e 20 mortos em decorrência das chuvas nas cidades de Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (1), Aurelino Leal (1) e Itabuna (2). Mais de 471 mil pessoas foram afetadas de alguma forma. São, além dos desabrigados, desalojados, feridos e mortos, pessoas que perderam bens e também negócios no sul da Bahia.

Serão realizadas parcerias entre o governo e os municípios atingidos para a reconstrução das casas em áreas mais altas. “Vamos reconstruir essas casas fora do alcance da água, para que, no futuro, a tragédia não se repita”, disse Rui Costa.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o estado teve em quatro dias o equivalente a um mês de chuvas. Além disso, o Inmet prevê intensificação de chuvas até quarta-feira (29) e a continuidade das precipitações até o início de janeiro. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro está em férias e não tem agenda para visitar a Bahia. Bolsonaro esteve no Guarujá, litoral sul de São Paulo. E partiu hoje para São Francisco do Sul, em Santa Catarina, onde, segundo informação obtida pela RBA, concluirá seus 13 dias de folga na Praia do Forte.

Apoio de outros estados

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a Rui Costa a atuação das Forças Armadas no estado. “E importante e urgente que as Forças Armadas, com sua estrutura de enfrentamento às calamidades, atuem no apoio para as vítimas da enchentes. Sem nenhum tipo de veto político, mas sim para ajudar o povo da Bahia”, ressaltou Lula em seu site.

A Bahia recebe apoio do Ceará, Espírito Santo, Minas, São Paulo, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba e Sergipe, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Vinte viaturas, 10 aeronaves, oito botes e um barco foram mobilizados, segundo o governo baiano.

O pátio do aeroporto de Ilhéus está sendo utilizado como base para as aeronaves que atuam no salvamento de pessoas. Desse modo, ajuda também na distribuição de medicamentos, alimentos e água em municípios vizinhos. Entre eles Ibicaraí, Itajuípe, Itapitanga, Coaraci, Camamu, Canavieiras, Igrapiúna, Itacaré, Maraú, Una, Uruçuca, Itambé, Itororó, Itapetinga e Dário Meira

“Eu quero agradecer o esforço de todas as equipes, inclusive dos voluntários que estão ajudando. Também quero agradecer aos governadores que estão ajudando. Nossa prioridade no momento é resgatar as pessoas que estão em risco”, disse o governador. Estamos com helicópteros operando nas diversas cidades, resgatando as pessoas. Infelizmente, ontem não conseguimos acessar regiões mais altas por causa do mau tempo e da falta de visibilidade. Mas já retomamos as ações hoje pela manhã.”

Além de Ilhéus, há postos avançados também em Itapetinga, Vitória da Conquista, Ipiaú e Santa Inês. O objetivo, segundo o governo, é facilitar o trabalho dos bombeiros e dar mais celeridade e eficiência às ações em outras regiões.

Crédito para recomeçar

Comerciantes que tiveram seus negócios destruídos pelas chuvas terão a disposição uma linha de crédito para recomeçar. O projeto de lei, enviado pelo governador e aprovado na Assembleia Legislativa, prevê a liberação de R$ 20 milhões em financiamentos. O governo informa que os empréstimos de até R$ 150 mil não terão cobrança de juros. Acima desse valor incidirá a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O prazo para pagamento será de até 48 meses, com 12 meses de carência.

“Vamos replicar o que fizemos no extremo sul e no sul, com o apoio aos segmentos rurais, urbanos e aos comerciantes, com uma linha de crédito através da Agência de Fomento do Estado da Bahia [Desenbahia]. É um crédito sem juros para que comerciantes possam recomeçar as suas vidas. A chuva causou um grande estrago. Mas, com a força e a energia do povo da Bahia, vamos começar a reconstruir esses locais”, afirmou Rui Costa.

Fonte: Rede Brasil Atual

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