Nas primeiras horas da manhã de 6 de abril o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizou uma assembleia na porta da fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo. Mais de 500 trabalhadores presentes decidiram levar a frente a luta contra o fechamento da fábrica.
No dia anterior, a direção da fábrica anunciou o fechamento da planta. A notícias pegou os trabalhadores de surpresa, pois não havia nenhuma sinalização anterior nesse sentido. A direção do Sindicato foi enfática ao afirmar que “em nenhum momento a direção da fábrica falou em fechar, inclusive nas últimas negociações com sindicato a Toyota havia falado em investir na planta.”
Antes da assembleia o clima era de angústia entre os trabalhadores. “Ontem tinha trabalhador chorando na saída da fábrica. A empresa não avisou nada. É um desrespeito com os trabalhadores”, disse um diretor do sindicato no carro de som.
Muitos trabalhadores comentavam sobre a surpresa com o anúncio do fechamento da fábrica. Alguns falavam sobre a viabilidade da transferência dos trabalhadores para outras unidades da Toyota no interior do Estado. A empresa afirmou, no dia anterior, que “será oferecida a oportunidade” para os trabalhadores serem realocados em outras fábricas. A Toyota tem outras fábricas também em Porto Feliz, Indaiatuba e Sorocaba.
Durante a assembleia, um diretor do sindicato afirmou “Esse negócio de transferir trabalhador para outra fábrica no interior, esquece isso. Veja o histórico disso aí em outras fábricas. Não dá certo. Nós moramos aqui, nossa família mora aqui, a escola dos nossos filhos é aqui.”
Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalurgicos do ABC foi enfático “a luta é contra o fechamento dessa fábrica. Nós precisamos ter consciência que não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. Vamos ter que lutar muito pra conseguir algo.” A assembleia decidiu a paralisação total das atividades da fábrica no dia, os 3 turnos. Também decidiu protocolar um pedido de reunião do sindicato com o presidente da Toyota e uma nova reunião dos trabalhadores no dia 7 para decidir a continuidade da mobilização. As propostas foram decididas por unanimidade.
Posteriormente foi submetido a voto um aviso de greve, a proposta foi recebida com entusiasmo e votada por unanimidade sob gritos de apoio.
Fonte: O Trabalho