Paralisação por tempo indeterminado é em defesa dos empregos

Os trabalhadores das usinas da Petrobras Biocombustível (PBio), que está em processo de privatização, decretaram greve nacional por tempo indeterminado a partir das 7h da próxima quinta-feira (20), em defesa dos empregos.

A paralisação é a resposta da categoria à direção da Petrobras que se recusa a negociar a manutenção dos trabalhadores no quadro de funcionários da estatal. Os responsáveis pelo departamento de Recursos Humanos (RH) da petroleria não querem negociar. Mas os trabalhadores da PBio prometem brigar para manter seus empregos. Eles alegam que seguem o mesmo Plano de Cargos e Avaliação de Carreiras (PCAC) do sistema Petrobras e podem facilmente ser realocados nas demais unidades da estatal para continuar trabalhando na empresa, pois fizeram concurso para isto. 

Outra preocupação é com os trabalhadores terceirizados, pois a venda da PBio vai impactar esse segmento da categoria, que vem sendo muito prejudicado com o desmonte e privatização das unidades da Petrobrás. Centenas de terceirizados já foram demitidos e encontram dificuldade para retornar ao mercado de trabalho.

A greve dos trabalhadores paralisa as atividades nas usinas da PBio de Candeias, na Bahia e de Montes Claros, em Minas Gerais, além da sede da empresa, localizada no Rio de Janeiro. A unidade de Quixadá, no Ceará, que também foi colocada à venda como as outras unidades de biodiesel, está em hibernação.

Mudança no modelo de venda é uma das reivindicações

A antiga diretoria executiva da Petrobrás aprovou a venda dos ativos da PBio, incluindo os seus trabalhadores no mesmo pacote, “como se eles fossem meras mercadorias e não tivessem família”. A diretoria do Sindipetro Bahia e da FUP temem que esses trabalhadores sejam demitidos assim que a nova empresa assumir a gestão da PBio. As entidades sindicais também querem discutir a situação dos terceirizados.

A greve está sendo decretada como último recurso devido à intransigência da antiga direção da Petrobrás. Os trabalhadores, a FUP e as direções dos Sindipetros buscam com isso reabrir as negociações com a nova diretoria da estatal para que seja revisto o envio desses trabalhadores para a sumária demissão pela nova empresa. O objetivo é mudar o modelo de venda para que os trabalhadores permaneçam no Sistema Petrobrás.

A PBio, que está na fase vinculante para venda, foi fundada em 2008 e é uma das maiores produtoras de biodiesel do país, tem 152 trabalhadores entre técnicos de operação, químicos, engenheiros, médicos e advogados.

A usina de Montes Claros (MG), tem capacidade produtiva de 167 mil m³/ano; a de Candeias (BA), pode produzir 304 mil m³/ano. Já a de Quixadá (CE), que está em hibernação, tem capacidade produtiva de 109 mil m³/ano.

De acordo com a Petrobrás “as três usinas podem usar uma mistura de até 5 matérias-primas diferentes (óleo de soja, de algodão e de palma, gordura animal e óleos residuais) para produção de biodiesel, capturando vantagens na dinâmica sazonal dos preços”.

O Sindipetro Bahia notificou a gerência da Usina de Candeias, informando o início da greve no dia 20/05.

CUT Brasil

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