Dia 18 de janeiro, servidores federais do executivo, legislativo e judiciário realizaram atos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia iniciando campanha unificada pela reposição emergencial linear das perdas salariais.

O movimento parte da vitoriosa luta unificada das três esferas que, em 2021, barrou a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32), da reforma administrativa.

Os servidores do país estão com os salários congelados há anos e, como todos os demais trabalhadores, sofrem com o arrocho e a inflação. Somente nos três anos de Bolsonaro as perdas acumuladas chegam a 19,99 %, índice apresentado pelos servidores federais ao Ministério da Economia, exigindo negociação.

Nos atos, os oradores destacaram o fato de o governo reservar recursos no orçamento de 2022 somente para as polícias federal, rodoviária e penitenciária. Também foram lembrados os 20 bilhões do orçamento secreto (das emendas parlamentares para atender aos interesses da base do governo) como fonte para conceder a reposição emergencial linear.

Congelamento? Não há clima para reposição?
Enquanto os atos aconteciam, o vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, defendeu reajuste zero, afirmando que “não há espaço no orçamento”. Questionou até mesmo a promessa feita por Bolsonaro aos policiais.

Por outro lado, interlocutores do Supremo Tribunal Federal (STF) externaram “preocupação dos ministros com o impacto que o reajuste causaria nos cofres públicos”, emendando que “não há clima” para a reposição. Dizem isto bem confortáveis com os altos salários e benesses que são garantidas à cúpula do Judiciário.

Enquanto crescem os recursos de emendas parlamentares, o intocável pagamento dos juros da dívida e os bancos empilham resultados financeiros extraordinários a cada trimestre, são os salários do funcionalismo que geram preocupação das instituições!

Entidades constroem calendário
Depois do dia 18, as entidades nacionais dos servidores – em particular as entidades cutistas dos três níveis – prosseguem na construção de um calendário unificado de mobilização, reativando as estruturas da vitoriosa campanha pela derrota da PEC 32. O movimento pode desembocar numa greve geral do funcionalismo. Em função do ano eleitoral, tudo deve ser decidido até abril.

Fonte: O Trabalho

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