A guerra familiar e administrativa foi declarada publicamente. O desfecho da conflagração é incerto, mas um fato é evidente: Gilberto Gonçalves recebeu a mensagem de que não dominará o sobrinho
O prefeito de Rio Largo (AL), Carlos Gonçalves (PP), comunicou ao governador Paulo Dantas (MDB) que está sendo ameaçado por seu tio, o ex-prefeito Gilberto Gonçalves (PP). Após deixar o cargo de prefeito, Gilberto foi nomeado secretário de Governo na gestão do sobrinho. Agindo como dono do poder, tentou interferir na Câmara Municipal para indicar os presidentes das comissões permanentes, o que gerou resistência unânime dos 13 vereadores.
O fato que chama a atenção é que o prefeito Carlos Gonçalves, sentido-se ameaçado, pediu proteção policial ao governador Paulo Dantas (MDB).
A crise política escalou, e os vereadores solicitaram o afastamento de GG do cargo de secretário de Governo, evidenciando um agravamento nas relações políticas locais. As tensões parecem estar centradas nas divergências políticas e administrativas entre tio e sobrinho, além do embate com os vereadores.
Diante da pressão política, o prefeito Carlos Gonçalves apoiou a decisão dos vereadores, forçando GG a recuar de suas tentativas de ingerência na Câmara. Como resultado, GG foi obrigado a se desculpar publicamente pela interferência.
A guerra familiar e administrativa foi declarada publicamente. O desfecho da conflagração é incerto, mas um fato é evidente: Gilberto Gonçalves recebeu a mensagem de que não dominará o sobrinho. O recado foi dado por Carlos Gonçalves a GG em menos de uma semana no cargo.
Histórico
Gilberto Gonçalves, ex-prefeito de Rio Largo, Alagoas, possui um histórico de envolvimento em diversos processos judiciais ao longo de sua carreira política. Esteve envolvido com:
Operação Taturana (2007): Foi preso sob acusação de participação em um esquema que desviou aproximadamente R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas. As acusações incluíam formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Ameaça de morte (2010): Enfrentou acusações de ameaçar de morte um ex-funcionário que havia movido uma ação trabalhista contra ele.
Crime eleitoral (2014): Foi detido sob suspeita de facilitar a fuga de um motorista envolvido em propaganda política irregular.
Operação Beco da Pecúnia (2022): Foi preso preventivamente e afastado do cargo de prefeito, acusado de desviar recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, relacionados a verbas do Fundeb e do SUS.
Além dessas acusações, Gilberto Gonçalves é réu em uma ação que o acusa de ocultar bens e lavar dinheiro por meio de empresas vinculadas a ele.
Fonte: 082 Notícias