A sede da Secretaria Municipal de Gestão de Maceió ficou lotada de servidores na manhã desta quarta-feira (13). Em dia de paralisação geral, o Movimento Unificado organizou protesto para cobrar propostas de valorização para todas as categorias. Com presença massiva da educação, o Sinteal reforçou com cartazes faixas e bandeiras o apelo ao prefeito JHC.

Inicialmente dentro do estacionamento da Semge, a mobilização lotou o espaço com trabalhadoras/es de todos os setores de serviços públicos municipais. Educação, saúde, segurança e setor administrativo se reuniram em uma só voz cobrando respeito.

Consuelo Correia, presidenta do Sinteal, relembra a pauta do movimento. “A proposta de não dar reajuste salarial fez com que o sentimento de indignação tomasse conta de todos. Mas não é só disso que reclamamos, a pauta da valorização inclui condições dignas de trabalho, estrutura física e tantas outras questões que estamos dialogando. A gestão fala sorrindo, diz que quer o melhor, mas na prática as ações são de destruição do serviço público”.

Na educação, a estrutura das escolas pede socorro. Foram flagradas escolas sem ventilação, banheiros. Pias e fornecimento de água. Faltam auxiliares de sala e os estagiários que estão cuidando das crianças estão com bolsas (irrisórias de R$ 572 para 30h semanais) atrasadas. Algumas unidades estão até sem prédio (a exemplo das unidades atingidas pelas escavações da Braskem). Na saúde, a precarização e o plano de privatização desmontam o SUS e penalizam as condições de trabalho e o usuário.

Na carreira dos servidores, progressões atrasadas e acúmulo de perdas com a inflação que a prefeitura se nega a repor. “Cadê o JHC que prometeu valorizar o servidor, porque não vem aqui conversar com a gente?”, disse uma das falas.

Uma servidora da educação, que também é mãe de aluno, relatou o sentimento da população. “Não são só os servidores que estão insatisfeitos, a comunidade está sendo afetada”.

Após algumas horas sem reações da gestão, o protesto foi levado à rua e fechou vias locais. O movimento ficou ainda mais forte e com isso a gestão decidiu receber uma comissão. “Inicialmente disseram que só iam receber uma pessoa, mas pressionamos e só aceitamos sentar com todas as categorias representadas, porque o movimento é unificado”, relatou Consuelo.

Já no início da tarde, a reunião da comissão com a gestão foi tomada por justificativas. O Secretário Municipal de Economia, João Felipe Borges e a Secretária Municipal de Gestão, Rayane Tenório pediram compreensão das lideranças. Mas assumiram a legitimidade da reivindicação.

“Reajuste é inflação, inflação come o salário do servidor, isso é obvio. Não era nem pra gente estar discutindo isso aqui”, disse João Felipe. Por outro lado, ele apresentou a mesma linha da gestão anterior que tanto foi criticada por JHC, pedindo prazo de anos para organizar as finanças, sugerindo que poderia faltar recurso para a folha no futuro.

As lideranças presentes refutaram a possibilidade de esperar anos, explicou que a categoria não aguenta mais perder poder de compra, e que não aceitará proposta que considere os biênios já conquistados.

“Se é pra transformar biênio em reajuste, não temos acordo. Esse percentual é pífio diante da inflação que hoje já está em 12%. Não dá pra aceitar agora um recuo desse, depois de tanta promessa nas eleições”, disse Consuelo.

Os gestores se comprometeram a se reunir na próxima segunda-feira (18) para discutir uma nova proposta e apresentar aos servidores até o final do dia. O movimento marcou nova assembleia unificada de luta para o dia 19 de abril, às 9h, na sede do Sinteal.

Fonte: Sinteal

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