Considerações sobre o filme centenário de Charles Chaplin. A década de 1920 foi definitiva para mostrar o potencial artístico desta mídia nascida das fábricas
Esta será uma década para comemorar muitos centenários queridos ao cinema, pretexto para rever filmes que assistimos mesmo sem precisar de pretexto, mas os achamos para fazer das novas visitas aos clássicos uma obrigação. Ano passado, foi a vez de (O Gabinete do Dr.) Caligari, de Robert Wiene, ano que vem será a vez de Nosferatu, de Friedrich Wilhelm Murnau. Encurralado entre estas duas sinfonias do horror, neste 2021, celebramos o centenário de O Garoto, de Charles Chaplin, “um filme com um sorriso – e talvez uma lágrima” (o talvez é puramente retórico, porque a lágrima é certa).
A década de 1920 foi definitiva para mostrar o potencial artístico desta mídia nascida das fábricas. Apesar disso, se havia alguém no universo cinematográfico que já lograva dos louros da glória do reconhecimento de seu gênio artístico, esse alguém era Charles Chaplin.
Para um acadêmico como eu, os traços constituindo a genialidade de Chaplin já se encontravam por todos os cantos na literatura teórica e crítica anterior a O Garoto. Ainda assim, é interessante encontrar em The Photoplay um professor de psicologia da universidade de Harvard – portanto, um intelectual bem reconhecido entre seus pares – dando seus primeiros passos pelo cinema e já em 1915 – ou seja, no segundo ano de Chaplin como artista de cinema – reconhecer o diferencial e a superioridade deste criador de filmes. Como bem apontará André Bazin décadas depois de Munsterberg – autor de The Photoplay –, sem o ter lido, este é o período no cinema de Chaplin das grandes gags, mas de um Carlitos ainda pouco desenvolvido em sua psicologia.
Artigo completo em: https://www.redebrasilatual.com.br/cultura/2021/06/o-garoto-de-chaplin-com-um-sorriso-e-uma-lagrima-faz-100-anos/
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