O coração de Dom Pedro chegou ao nosso país para as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil. À sua chegada, as viúvas da ditadura que agora estão no poder, fizeram hastear as bandeiras de Portugal e da Monarquia.

É a segunda vez que Dom Pedro visita o Brasil depois de morto. A primeira vez em 1972: trouxeram o seu corpo para as comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil, em plena ditadura militar. Agora, nesta segunda vez, a História repete-se com a chegada do coração de Dom Pedro I para o bicentenário da Independência.

Independência do Brasil? Independência de quem e para quem?

Diferentemente do que aconteceu noutros países – onde a independência ocorreu juntamente com o fim da escravidão – no Brasil gerou uma Monarquia baseada no trabalho escravo.

A independência negociada, acertada e pactuada foi feita num grande acórdão entre os membros da família imperial e as elites escravocratas dos grandes proprietários de terra receosos de perder o seu principal privilégio, a escravidão. E várias revoltas populares – que procuravam a Independência do Brasil – foram violentamente combatidas. Para o povo pobre e preto das periferias do país, a Independência do Brasil ainda não aconteceu e está colocada na ordem do dia.

A ditadura militar acabou, mas as viúvas da ditadura – que não foram punidas pelos seus crimes, são actualmente representadas pelo “inominável” que ainda vamos ter de aturar, pelo menos até 1 de janeiro de 2023.

O caminho para uma verdadeira independência passa, obrigatoriamente, por derrotá-lo.

Nota da autoria de Osvaldo Martinez D´Andrade, publicada no jornal “O Trabalho” (da responsabilidade da Secção brasileira da 4ª Internacional), nº 906, de 2 de Setembro de 2022.

Fonte: Pous4

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