Ataques de família Bolsonaro e aliados à imprensa chegaram a 580 em 2020

De acordo com pesquisa, chefe do Executivo e os filhos ocupam os quatro primeiros postos no ranking dos ataques à imprensa no Brasil em 2020 - Arquivo/Agência Brasil

Já conhecidos pelos ataques à imprensa e aos jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu clã e aliados hostilizaram os profissionais da categoria 580 vezes em 2020. O número é resultado de um levantamento da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), que acompanha esse tipo de ocorrência no mundo.

De acordo com a pesquisa, o chefe do Executivo e os filhos ocupam os quatro primeiros postos no ranking dos ataques. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) lidera a lista, com 208 agressões. Na sequência, vêm o presidente, com 103; o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que soma 89 casos; e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), com 69. Juntos, eles somam 469 casos.

A lista traz, na sequência, nomes como os dos ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Onyx Lorenzoni (Cidadania) e do vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Segundo a ONG, as redes sociais foram o palco principal dos ataques. O Twitter, por exemplo, abrigou 409 delas, enquanto o Facebook registrou 10 e as chamadas “lives” tiveram 17 casos. Mas não só a internet serviu de substrato para a pesquisa da organização, que contabilizou ainda entrevistas e aparições públicas, incluindo as coletivas informais concedidas por Bolsonaro nas imediações do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), onde mora.

Edição: Rogério Jordão

STF abre inquérito para apurar omissão de Pazuello em Manaus. Aras poupa Bolsonaro

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, acatou nesta segunda-feira (25) o pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pela condução na crise em Manaus, no Amazonas, que vive uma situação dramática devido à falta de oxigênio para pessoas internadas com Covid-19.

Pazuello agora é considerado formalmente investigado e o prazo inicial das investigações, que fica a cargo da Polícia Federal, é de 60 dias.

A capital amazonense entrou em colapso pela falta de cilindros de oxigênio e com pacientes morrendo asfixiados em unidades de saúde. Pazuello, no entanto, sabia da ameaça da falta do insumo em 8 de janeiro, seis dias antes de o sistema mergulhar no caos. Foi devido a essa informação que ele e sua equipe foram para Manaus, no dia 9. Na ocasião, o ministro incentivou o uso de um aplicativo do próprio ministério, já retirado do ar depois da denúncia, que prescrevia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina.

A petição do procurador Aras poupa, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) de suas responsabilidades, já que o Pazuello faz tudo que o capitão manda. O procurador também determinou a abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar eventual omissão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e da prefeitura de Manaus, comandada pelo recém-empossado David Almeida (Avante).

Lewandowski determinou que Pazuello esclareça as ações tomadas em relação à situação do sistema de saúde de Manaus, cinco dias após ser intimado e que sejam enviados os autos à autoridade policial “para fins de adoção das medidas investigativas que entender cabíveis, sem prejuízo do requerimento posterior pelo Ministério Público Federal (MPF) de outras que se revelarem necessárias. ”

O ministro trouxe informações colocadas pelo procurador-geral que apontam a demora de Pazuello a agir diante da crise.  Lewandowski não tirou férias e segue trabalhando normalmente durante o recesso do tribunal, já que é relator das principais ações que tratam do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

“A Constituição Federal prevê que compete a esta Suprema Corte ‘processar e julgar, originariamente’, os Ministros de Estado, ‘nas infrações comuns e nos crimes de responsabilidade’”, destacou Lewandowski em sua decisão.

“Assim, atendidos os pressupostos constitucionais, legais e regimentais, determino o encaminhamento destes autos à Polícia Federal para a instauração de inquérito, a ser concluído em 60 (sessenta) dias, conforme requerido pelo Procurador-Geral da República, ouvindo-se o Ministro de Estado da Saúde”, continuou o ministro.

Aprofunda o desgaste

A abertura do inquérito contra Pazuello aprofunda o desgaste do governo federal. Os constantes adiamentos envolvendo a campanha de imunização e a negociação de insumos para a vacina pesam para o abalo da imagem do ministro, nomeado para o cargo, segundo Bolsonaro, por sua “experiência em logística”.

Sob pressão, o general viajou a Manaus no último sábado (23), sem data para voltar e afirmou que deve ficar na capital do Amazonas por “o tempo que for necessário”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, nesta segunda-feira (25), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação do ministro durante a pandemia.

“Em relação ao ministro, eu não tenho dúvidas que já tem crime. Eu não tenho dúvida nenhuma”, afirmou Maia.

Na pandemia cresce 35% a contratação de trabalhador sem direitos

A insegurança econômica e política do governo de Jair Bolsonaro  (ex-PSL), têm favorecido somente os patrões que podem contratar e dispensar um trabalhador sem direitos. No ano passado as contratações por trabalho temporário foram mais de 2 milhões – aumento de 34,8% em relação a 2019,  com quase 1,5 milhão de vagas, de acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Esses são confirmados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Segundo a professora de Economia da Unicamp e especialista em Trabalho, Marilane Teixeira, era óbvio que o empresariado iria preferir este tipo de contratação, liberada pela reforma Trabalhista de Michel Temer (MDB-SP). O texto alterou a legislação e passou a permitir os trabalhos temporários que podem chegar até a 9 meses de contratação, sendo seis meses no contrato inicial e mais três de prorrogação, num total de 270 dias. 

Em 2017 a reforma retirou mais de 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), prometendo a criação de seis milhões de novos empregos, mas o que se vê são mais de 14 milhões de desempregados.

“Nos dois primeiros anos da reforma Trabalhista, o crescimento neste tipo de contratação já era esperado, mas a pandemia fez ‘explodir’ o trabalho temporário, deixando ainda mais o trabalhador inseguro, especialmente a mulher que tenha ficado grávida durante o período do contrato por que ela pode ser dispensada, sem nenhum auxílio, num momento em que mais precisa de uma renda, de apoio financeiro”, critica Marilane.

Para a economista, o grau de insegurança e a instabilidade econômica do governo Bolsonaro são os principais responsáveis para que o trabalhador aceite qualquer tipo de emprego e ainda temporário.

“Quem perde é o trabalhador, que tem as mesmas obrigações e responsabilidades dos demais efetivados e pode ser dispensado sem direitos. E com a perspectiva que a crise econômica perdure mais tempo, a avaliação é de que esta será uma prática comum das empresas, que é de reduzir custos nas costas do trabalhador”, diz Marilane.

Apesar de existir a possibilidade do trabalhador temporário ser efetivado, a economista vê esta hipótese como remota, diante do tamanho da atual crise econômica.

“É uma terceirização disfarçada por que a contratação é feita por agências de intermediação de mão-de-obra, sem restrições. É uma relação triangulada, que permite depois de nove meses dispensar o trabalhador sem direitos e contratar outro na mesma função, gerando mais insegurança na vida dos trabalhadores de suas famílias”, critica.

Outro alerta que a professora de Economia faz é em relação a problemas de saúde causados pela função que o trabalhador exerce e à dificuldade dele comprovar o nexo causal, que é a relação da sua atividade com a doença que o acometeu.  

“Como este trabalhador pode ficar pulando de emprego em emprego, mesmo que ele tenha uma profissão insalubre, ficará muito mais difícil comprovar que a doença foi desenvolvida durante seu trabalho na atual empresa, porque ele pode desenvolver diferentes atividades, em diferentes empresas”, avalia.

Outra preocupação é que com o agravamento da crise e pela pressão em aumentar o isolamento, necessário para conter a disseminação do covid-19 , esse trabalhador vai ser o primeiro a ser dispensado e nem vai ter direito ao seguro-desemprego.

“ O governo federal não tem nada a propor e sem o auxílio emergencial, sem a compensação pela redução de jornada e salários, sem políticas públicas para enfrentar o pior momento da crise e com as taxas caóticas de desemprego vai explodir a pressão e quem sempre acaba pagando a conta é o lado mais frágil, que é o trabalhador”, conclui Marilane.

O que o trabalhador perde com contrato temporário

Pelo contrato temporário, o trabalhador não tem direito ao aviso prévio, 13º salário, férias integrais, multa em caso de rescisão contratual, direitos da gestante, seguro-desemprego, entre outros.

O trabalhador tem à remuneração mensal, pagamento de 20% sobre duas horas diárias extras, se for o caso, férias proporcionais; repouso semanal remunerado; adicional noturno; indenização por demissão sem justa causa, ou antes do término normal do contrato, correspondente a 1/12 do pagamento recebido; seguro contra acidente do trabalho e direitos previdenciários.

Mortes por covid se multiplicam em SP em janeiro

Da coluna de Mônica Bergamo na Folha:

O estado de São Paulo registrou, até esta terça-feira (26), o dobro de novos casos e mortes pela Covid-19, em comparação aos indicadores de novembro.

O estado também registrou aumento de 15% nas infecções e 11% nas mortes em relação ao mês de dezembro. Segundo a secretaria estadual de Saúde de SP, no total, em janeiro, já são 252.956 casos e 5.121 mortes. Em todo o mês de dezembro, foram 220.664 e 4.622, respectivamente. Já em novembro, foram 125.526 casos e 2.784 mortes.

As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 71% na Grande São Paulo e no estado. O número de pacientes internados, de acordo com a pasta, é de 13.106 —sendo 7.256 em enfermaria e 5.820 em unidades de terapia intensiva​.

Os 645 municípios do estado têm pelo menos uma pessoa infectada com o novo coronavírus, sendo 618 com um ou mais mortes.

Marketing identitário: como ganhar dinheiro com demagogia e manter a desigualdade

Por Anderson Pires*

Nos últimos anos o debate identitário, principalmente envolvendo questões de gênero e raça, tem tomado grandes proporções no Brasil. Em meio a um cenário de preconceitos os mais diversos e episódios diários de violência, abuso e assédio, a questão passou a ganhar espaços, notadamente, nos meios de comunicação e mídias sociais.

O Brasil acumula indicadores negativos absurdos com relação a diversas formas de violência relacionadas ao preconceito. Tem havido um aumento de entidades, movimentos sociais e representação política comprometida em travar o debate identitário. Porém, quase sempre essa discussão não apresenta uma abordagem classista, que trate a redução da desigualdade e a quebra da lógica do mercado como principais fomentadores da situação que o país vivencia.

Atento a isso, o mercado incorporou discursos relativos a igualdade de gênero, orientação sexual, racismo e outros temas relacionados com a velocidade de um predador que fareja a presa a quilômetros de distância. Os responsáveis pelo marketing perceberam o potencial que existiria nessa abordagem, como também os ganhos no faturamento e imagem institucional.

Empresas passaram a utilizar imagens e signos capazes de promover associações com o público inserido nas questões identitárias. Comerciais de TV, vídeos no YouTube e todas as mídias digitais viraram um ambiente de propagação de beijos gay, modelos negros e transexuais. Porém, mesmo com a exposição de cenas que são reprimidas e vistas com preconceito por uma grande parcela da sociedade, o mercado percebeu que isso não representaria mudanças no modelo de exploração que adotam, muito menos seria motivo de redução dos lucros. Afinal, qual família não tem algum membro escondido no armário? Sendo assim, na medida que a publicidade passa a mostrar aquilo que escondem, lhes conforta de alguma forma e até encoraja.

O grau de demagogia é significativo. Empresas apoiadoras de políticos conservadores, marcas que usam de trabalho análogo ao escravo e extraem de forma predatória recursos naturais usam sem qualquer pudor esses signos do identitarismo. O pior de tudo nessa história é ver pessoas ligadas a movimentos sociais, alguns que se arvoram de esquerda, embarcarem nesses instrumentos de marketing sem qualquer capacidade crítica. Não percebem que fortalecem quem dizem combater. É como ser pacifista e bater palmas para um magazine que elabora uma campanha estilo “Faça paz, não faça a guerra”, mas que vende armas entre seus milhares de produtos. Para ficar ainda mais fácil o entendimento, já imaginou o Boulos fazendo propaganda para a MRV? Isso seria inconcebível.

Mais que incoerência, em alguns casos beira o oportunismo. Como pode alguém que se diz ativista e intelectual da causa dos negros, a parcela mais explorada da sociedade, fazer propaganda para o aplicativo 99, como fez a Djamila Ribeiro? Ou o 99 não seria promotor da exploração e desigualdade como o UBER e o iFood? Não são os negros majoritariamente os explorados por esses modelos de precarização do trabalho?

Da mesma forma, temos o exemplo do Emicida. Após promover um documentário que exalta a necessidade de resgate da luta dos negros, do combate ao racismo, da abertura de espaços na sociedade para os mais oprimidos, faz uso dos seus minutos de fama para promover o maior grupo privado de educação no mundo. Alguém pode querer passar o pano e dizer que não é algo tão grave. Claro que é grave. É gravíssimo. Quem se propõe ativista não pode corroborar com a promoção de empresas como a Universidade Estácio de Sá, do grupo Kroton, que trabalha pelo processo de privatização da educação e pela extinção de direitos que deveriam ser de todos, mais ainda dos negros, que nunca tiveram um espaço proporcional nas instituições de ensino superior no Brasil. O cachê do Emicida não paga o processo de exclusão do qual ele resolveu fazer parte. Usar um slogan “Vai lá e brilha”, além de totalmente positivista, é tripudiar com a realidade de desigualdade que o Brasil vive.

Não vou nem me alongar com relação aos elogios que escuto referentes a Anitta e todo seu “empoderamento”. Achar que a apropriação por parte da indústria de manifestações culturais oriundas das classes desfavorecidas é algo novo, é pelo menos ignorância, pra não dizer burrice. Essa estratégia é tão antiga quanto o capitalismo. Dizer que Anitta tem poder sobre seu corpo e tratar como exemplo de emancipação feminina é um desrespeito a milhões de mulheres excluídas, que não foram abduzidas pelo empreendedorismo que lhe garantiu sucesso. Porque Anitta é a versão pós-moderna da objetificação com o requinte de crueldade da meritocracia empreendedora. Direitos que devem ser universais não podem ser exaltados por quem se diz defensor de uma causa quando a forma de conquista segrega e promove desigualdade.

O marketing identitário (mesmo sem ainda ter uma conceituação) já é tão difundido que até exemplos de fraudes para obtenção de engajamento podem ser encontradas. Marcas que criam estórias de preconceito e jogam nas redes sociais, sem ações jurídicas efetivas que comprovem o fato e as pessoas embarcam sem qualquer criticidade em relação ao episódio, muito menos à forma como ele está sendo difundido.

O Marketing identirário é mais um dos malabarismos do capitalismo para afastar as pessoas da luta de classe e fazer as concessões que lhe são convenientes para manter a dominação, ampliar a exploração e garantir lucros. Promover a luta pela faceta e não pelo conceito provoca distorções que só fortalecem a segregação que alguns dizem combater. Quem diz defender os menos favorecidos, mas perdeu a consciência de classe, desconfie. Pode ser só mais um garoto-propaganda à espera do seu primeiro grande cachê, ou mais um criador do seu “lugar de lucro”.

*Anderson Pires é formado em comunicação social – jornalismo pela UFPB, publicitário, cozinheiro e autor do ‘Termômetro da Política’.

Mapa da covid-19: siga em TEMPO REAL o número de casos e mortes por covid-19 no mundo

Quantos casos de coronavírus foram registrados no mundo até o momento? E quantas mortes? Os países achataram a curva?

Nos gráficos e mapas abaixo, você encontra todas as informações sobre a evolução da pandemia de covid-19 pelo mundo. É possível ver quais países lideram o ranking e ainda incluir aqueles que você quiser comparar.

Opera Mundi tem uma cobertura completa sobre a pandemia do novo coronavírus, separada por continentes. Além disso, estamos acompanhando de perto, em tempo real, o mapa da vacinação pelo mundo.

Mapa do coronavírus no mundo

Como usar o mapa: Use as abas para mudar de categoria. Em “Totals”, você vê os dados consolidados; em “World”, os números por país; em “Plots”, você vê a evolução dos números em gráficos; em Map, o mapa geral de casos; em US, o número de casos por Estado nos EUA. Caso as abas não apareçam, use a setinha para mudar.

O mapa mundial foi desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins e está disponível somente em inglês.

https://www.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/85320e2ea5424dfaaa75ae62e5c06e61

Veja como está a confirmação dos casos em países selecionados da América Latina (defasagem de 24 horas):

https://ourworldindata.org/grapher/total-cases-covid-19?country=ARG+BOL+BRA+CHL+COL+CUB+ECU+MEX+PRY+PER+URY+VEN

Aqui você vê animações gráficas que mostram a evolução do número de casos e de mortos ao longo do tempo. Essas animações estão sempre um dia defasadas, pois dependem da compilação de dados feita pelo Centro Europeu de Prevenção de Doenças e Controle.

Para ver a animação ao longo do tempo, clique duas vezes no botão de play que se encontra no canto inferior esquerdo.

Gráfico de casos de coronavírus no mundo

https://ourworldindata.org/grapher/total-cases-covid-19?time=35..366&country=USA+GBR+ESP+ITA+DEU+FRA+IRN+BEL+TUR+BRA+CAN+NLD+RUS+CHE+CHN+PRT+IND+PER+PAK+MEX+CAN+SAU+BGD

Gráfico de mortes por coronavírus no mundo

https://ourworldindata.org/grapher/total-deaths-covid-19?time=35..366&country=USA+GBR+ESP+ITA+DEU+FRA+IRN+BEL+TUR+BRA+CAN+NLD+RUS+CHE+CHN+PRT+IND+PER+PAK+MEX+CAN+SAU+BGD

Bolsonaro abre privatização dos maiores parques nacionais

O governo Jair Bolsonaro, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pretende estruturar até dezembro uma série de concessões de parques naturais ao setor privado. Há menos de um mês, a entidade firmou contratos com seis estados, para a concessão de 26 parques. A expectativa é que os primeiros leilões aconteçam no fim deste ano e o restante ao longo de 2022.

As concessões acontecem num momento em que, com recordes de desmatamentos, o Brasil vive sua maior crise ambiental e deverá ter o menor orçamento do Ministério do Meio Ambiente em 21 anos, de acordo com Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deverá ser analisado em fevereiro pelo Congresso.

Entre os estados com parcerias já definidas estão Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Tocantins. Parques como Ibitipoca (MG), Rio Doce (MG), Dois Irmãos (PE) e Jalapão (TO) estão entre os destaques das unidades de conservação previstas, informou uma reportagem da jornalista Carolina Nalin, no jornal O Globo.

Superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, Pedro Bruno disse que a fiscalização de infrações e crimes ambientais continua sob responsabilidade dos órgãos públicos federal e estaduais. Os modelos de negócios cabem aos concessionários e operadores interessados, que podem prever receitas de bilheteria e serviços associados como hotelaria e arvorismo.

“Conseguimos amarrar no contrato uma série de atribuições com bastante transparência que garantem para o usuário final uma percepção clara da melhoria do serviço”, afirmou.

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