Erick Memória – Bacharel em Relações Internacionais e especialista em Geopolítica

A condenação do presidente russo, Vladimir Putin, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, por supostos “crimes de guerra” em áreas do Donbass, gerou controvérsia e levantou questões sobre a hipocrisia da comunidade internacional. O fato do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nunca ter sido condenado pelo TPI por crimes de guerra, é um exemplo dessa hipocrisia.

Tanto a Rússia quanto Israel não são signatários do Estatuto de Roma, mas isso não impediu Putin de ter sofrido uma condenação relâmpago pelo tribunal. Embora há mais de 2 anos o TPI tenha aberto um inquérito sobre presumíveis crimes de guerra cometidos nos territórios palestinos, que envolvem Israel e milícias palestinas, Netanyahu nunca foi julgado por seus atos criminosos.

O TPI emitiu mandados de prisão para Putin e para a Comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, por salvar crianças da zona de guerra, o que foi chamado de “deportar ilegalmente crianças de áreas ocupadas na Ucrânia para a Rússia”. No entanto, Netanyahu não foi condenado pelo TPI por uma extensa ficha criminal de crimes de guerra cometidos em Gaza, em outros países da região e contra sua própria população ao longo de 15 anos que está de forma intercalada no poder em Israel.

Há inúmeros outros motivos que poderiam levar Benjamin Netanyahu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia. A reforma judicial proposta pelo governo de Netanyahu, que ameaça a democracia em Israel e enfraquece a Suprema Corte. A ocupação ilegal de territórios palestinos, que é considerada crime de guerra pela comunidade internacional. Além disso tudo, Netanyahu foi acusado de corrupção e fraude em vários casos.

No entanto, até o momento, ele não foi denunciado pelo TPI por nenhum desses crimes. A falta de ação contra Netanyahu levanta questões sobre a imparcialidade do TPI e a hipocrisia da comunidade internacional. A comunidade internacional precisa ser consistente em sua suposta aplicação da lei internacional.

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