Moradores exigem realocação e foram até a Prefeitura de Maceió cobrar providências contra o descaso da Braskem

Moradores da região dos Flexais, no bairro de Bebedouro, ocuparam ontem (27/09) a sede da Prefeitura de Maceió, no bairro do Jaraguá. Os manifestantes pedem a realocação dos imóveis para outra localidade, devido aos problemas causados pela mineração na região pela Braskem.

A mobilização contou com cerca de 60 moradores afetados nos Flexais de Cima e de Baixo, que representam as 3.500 pessoas que ainda moram no bairro sem receber indenização ou realocação. Os moradores afirmam estar ilhados e a espera de uma reunião com o prefeito da capital.

Para Antonio Domingos dos Santos, morador do bairro e líder do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), esse é apenas um começo, a luta ainda continua. Os moradores reivindicam danos psicológicos, desvalorização dos imóveis, segurança, transporte, água. “O que me entristece, é que todo mundo sabe da nossa luta, da nossa angústia e pelo que estamos protestando já faz 3 anos. Eles querem nos dar R$ 25 mil pelos nossos imóveis e que continuemos aqui. Queremos realocação e uma indenização justa” criticou a decisão.

As áreas dos Flexais foram classificadas como área de monitoramento, por isso, fazem parte do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, criado pela Braskem para assistir família que foram obrigadas a deixar suas residências.

Segundo Maurício Sarmento, um dos líderes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) e morador da região, nenhum líder municipal ouviu as queixas dos moradores. “Somente quando ocupamos o prédio é que concordaram em receber a nossa comissão, o prefeito se comprometeu em nos receber para uma reunião no dia 6 de outubro na sede da prefeitura, no Jaraguá” disse.

A comissão, formada por 6 moradores dos Flexais, foi recebida por Júnior Leão, Secretário de Governo da Prefeitura.

Os moradores dos bairros do Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol foram realocados depois que mais de 14 mil imóveis foram condenados, devido ao afundamento de solo causado pela extração de Sal-gema durante décadas nesses locais.

ILHAMENTO SOCIAL

O Ilhamento acontece em decorrência da saída de grande parte dos equipamentos públicos e estabelecimentos comerciais da região, que acaba comprometendo a vida social de quem vive nas localidades.

Fonte: Tribuna Hoje

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