Trabalhadores demandam aumento salarial de 8% e afirmam que ficarão de braços cruzados indefinitivamente
O Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (NUMSA, na sigla em inglês) iniciou nesta terça-feira (5) uma greve de grandes proporções por reajuste salarial.
Com atos em diferentes partes do país, os trabalhadores rejeitam a proposta patronal de 4,4% de aumento salarial e pedem uma recomposição de 8% nos vencimentos.
A porta-voz do NUMSA, Phakamile Hlubi-Majola, destaca que os trabalhadores aceitaram não ter um reajuste salarial em 2020 com a crise criada pela pandemia de covid-19 para preservar o setor e a economia. Em 2021, contudo, Hlubi-Majola destaca que os representantes patronais não melhoraram sua proposta de reajuste, enquanto os trabalhadores aceitaram diminuir sua pedida inicial de 15%.
“Nossos membros estão bravos, eles sentem como se os empregadores não estão levando em conta o sacrifício que fizeram ano passado”, diz Hlubi-Majola ao Peoples Dispatch.
A porta-voz destaca que os metalúrgicos do país fazem produtos utilizados pelo setor de mineração, construção civil e automobilístico, o que fará com que a mobilização tenha profundos impactos econômicos.
De acordo com a agência de notícias Reuters, o NUMSA tem 155 mil membros e é o maior sindicato do setor na África do Sul. O Congresso dos Sindicatos da África do Sul, responsável por reunir mais de 20 entidades de classe, pediu que seus trabalhadores afiliados não trabalhem nesta terça-feira.
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A taxa de desemprego na África do Sul atingiu 32,6% no primeiro trimestre de 2021. São mais de 7,2 milhões de desempregados, o maior índice desde o início da série histórica em 2008. Entre os jovens, os números são maiores: 46,3% da população entre 15 e 34 anos não tem emprego. A África do Sul tem 55,7 milhões de habitantes.
De acordo com o Departamento de Estatística da África do Sul, a variação anual do Índice de Preços ao Consumidor em agosto foi de 4,9%, o quarto mês seguido em que o aumento anual é maior do que a meta estabelecida pelo Banco Central.
Fonte: Brasil de Fato