Protestam maciços ocorrem no Afeganistão, Irã, Iêmen, Paquistão, Líbano, Indonésia, Iraque, Índia, Sri Lanka, Bangladesh, Turquia, Jordânia, Síria e Japão
Capitais do Oriente Médio, territórios palestinos e países afastados do conflito entre Israel e Hamas registraram protestos, nesta sexta-feira, em apoio ao povo palestino e contra os ataques contra a Faixa de Gaza em resposta ao ato terrorista do último sábado contra o Estado Judeu .
Manifestações pró-Palestina foram registradas em ao menos 14 países, um dia após o Hamas apelar aos palestinos na diáspora, bem como ao “povo livre de nossa nação árabe e islâmica em todo o mundo”, para que se reunissem em solidariedade ao grupo terrorista ao redor do mundo. Imagens divulgadas pela AFP mostram que protestos maciços ocorreram no Afeganistão, Irã, Iêmen, Paquistão, Líbano, Indonésia, Iraque, Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Japão, além da Cisjordânia ocupada, onde nove palestinos foram mortos em confronto com as forças de Israel.
Em Teerã, manifestantes demonstraram apoio a grupos considerados terroristas por Israel e por parte do ocidente, agitando bandeiras do Hezbollah iraniano, palestino e libanês. Um tom antiamericano também foi registrado em meio ao protestos, que tinha faixas com os dizeres “Abaixo a América” e “Abaixo Israel”.
Reuniões semelhantes ocorreram em outras cidades do Irã — país com população de maioria xiita, mas não árabe, que apoia financeira e militarmente o Hamas — onde foram queimadas bandeiras americanas e israelenses.
No Egito, vídeos nas redes sociais mostraram centenas de manifestantes perto da mesquita Al-Azhar, no Cairo, cantando em solidariedade a Gaza. Protestos semelhantes também foram realizados em Alexandria.
“Os países árabes e muçulmanos têm o dever e a responsabilidade de fornecer ajuda humanitária urgente e ajuda aos palestinianos de Gaza”, afirmou em um comunicado a universidade de Al-Azhar, a mais conceituada instituição do Islã sunita.
Na Jordânia, que há muito tem um tratado de paz com o vizinho Israel, mais de 20 mil pessoas reuniram-se no centro de Amã, perto da Grande Mesquita Husseini, após um apelo à manifestação por parte da Irmandade Muçulmana no país e de vários grupos de esquerda e de jovens.
Massas de manifestantes encheram as ruas, agitando bandeiras palestinas e gritando “o povo quer a libertação da Palestina” Um manifestante exclamou “é direito (dos palestinos) defender suas terras e seu povo”. Centenas protestaram em outras cidades do país.
Em Bagdá, um protesto convocado pelo líder Xiita Moqtada Sadr reuniu manifestantes no centro da cidade em apoio a Gaza e contra Israel. Palavras de ordem contra os EUA também foram ouvidas, como “não à ocupação! não à América!”.
— Esta manifestação visa condenar o que está a acontecer na Palestina ocupada, o derramamento de sangue e a violação de direitos — disse Abu Kayan, um dos organizadores do protesto.
No Bahrein, centenas de fiéis gritavam “Morte a Israel!” e “Morte à América!” antes das orações de sexta-feira na mesquita de Diraz. Juntaram-se então a uma marcha de protesto, alguns deles agitando bandeiras palestinas e outros pisando em emblemas israelenses e norte-americanos que foram colocados no chão.
Na da Arábia Saudita, Riad, onde os protestos são proibidos, um jornalista da AFP testemunhou a polícia algemando um fiel que interrompeu as orações de sexta-feira gritando ao imã: “Fale sobre a Palestina! Gaza está sob bombas!”. O imã respondeu ao manifestante, dizendo que o local religioso “não foi feito para política”.
No Líbano, apoiadores do Hezbollah, outro grupo que assim como o Hamas recebe apoio do Irã, reuniram-se nos subúrbios ao sul de Beirute em apoio aos palestinos. No evento, o vice-chefe do grupo, Naim Qassem, diante de uma faixa representando os combatentes palestinos e a mesquita de Al-Aqsa, com um lenço palestino nos ombros, disse que o Hezbollah está “totalmente preparado” para se juntar ao seu aliado Hamas na guerra. Ele disse que “quando chegar a hora de agir”, o grupo estará preparado.
Em Argel, cerca de 1 mil pessoas saíram às ruas para mostrar solidariedade aos palestinos. Na França, onde o presidente Emmanuel Macron apelou na quinta-feira a Israel para dar uma resposta “forte” mas “justa” ao ataque do Hamas, o governo proibiu manifestações pró-Palestina, com a justificativa de que “são suscetíveis de gerar distúrbios à ordem pública”.
Fonte: O Globo