Déficit de peritos, sistemas sucateados e falta de servidores estão entre as causas, segundo o sindicato do setor
Mais de 2 milhões de brasileiros aguardam a concessão de seus benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Nessa fila do INSS que pode levar meses, a maioria aguarda por perícia médica, segundo Pedro Totti, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP). De acordo com o dirigente, o atendimento já foi melhor, mas teve piorou muito. Isso depois que o governo de Jair Bolsonaro extinguiu as mais de 100 gerências espalhadas pelo país responsáveis pelo serviço. “Cada uma tinha de dar conta de seu estoque. Desse modo, com a criação de uma espécie de ‘fila única’, vieram os atrasos e os problemas foram se acumulando.”
No entanto, outros fatores contribuem para que o mau funcionamento e à nova fila do INSS, afetando a vida dos servidores e da populaçã. “Para se ter uma ideia do sucateamento, o rendimento aumentou depois que o trabalho passou a ser feito em home office porque a internet nas agências é mais lenta”, diz Totti.
A falta de servidores é outro fator que vem se agravando. “Nos governos do PT, colocaram pessoal da área para discutir previdência na lógica salarial dos servidores. Investiram em tecnologia, em internet. As filas que dobravam quarteirão acabaram. Foi feita gestão por espécie de benefício. No governo Dilma já não tinha mais fila do INSS. Além disso, foi apresentado plano de reposição de 5 mil servidores que se aposentaram e depois de mais 2 mil. Mas, com o golpe, Temer cancelou tudo e veio o sucateamento em toda a máquina”, conta Totti.
Na semana passada, os servidores deram início à chamada Operação Excelência, para chamar a atenção para esse processo que piorou o INSS para os trabalhadores e para quem depende de um benefício. A operação envolve todos os setores.
Na próxima quarta-feira (9), quando representantes de sindicatos se encontram com o ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni, será um dia de paralisação. O dirigente não descarta a deflagração de uma greve ainda sem data.
Fonte: Rede Brasil Atual