A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) a Operação Crassa contra exploração ilegal de diamantes na Terra Indígena Cinta Larga e na Reserva Roosevelt em Rondônia. No total são cumpridos 53 mandados de busca e apreensão no interior de Rondônia, São Paulo, Roraima, Paraná, Piauí, Mato Grosso, Minas Gerais e Distrito Federal.

Ibama apreendeu equipamentos da Starlink, provedora de internet via satélite do bilionário durante operações. Mas o número pode ser bem maior. Bolsonaro abriu portas para o empresário sob pretexto de conectar escolas

Uma das empresas do bilionário Elon Musk, a Starlink, provedora de internet via satélite, forneceu conexão para ao menos 20 garimpos ilegais na Amazônia, segundo o Ibama. Servidores do órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente apreenderam esses equipamentos da empresa somente nos últimos 12 meses. Mas o número tende a ser bem maior.

Segundo reportagem do Uol divulgada nesta sexta-feira (12), operações contra o garimpo realizadas de abril de 2023 a março de 2024 encontraram 32. Além disso, um levantamento da publicação aponta que o órgão ambiental recolheu antenas ou roteadores da empresa de Musk em pelo menos 20 áreas de mineração ilegal no mesmo período em quatro estados.

E que o Ibama apreendeu mais de 90 aparelhos de internet nos últimos 12 meses. No entanto, a marca do equipamento não foi anotada na maioria dos casos. Apesar disso, agentes do órgão pressupõem que quase todos os garimpos ilegais aderiram à Starlink no último ano.

Empresa de Musk cresce no Brasil

Ainda segundo o portal, a empresa de Elon Musk tem hoje 150 mil usuários no Brasil. A Starlink foi autorizada a funcionar no país há pouco mais de dois anos, em janeiro de 2022, sob as bênçãos de seu amigo, o então presidente Jair Bolsonaro (PL). O pretexto era conectar a Amazônia, especialmente as escolas – o que não avançou. Mas tornou-se a opção preferencial em áreas rurais ou de difícil acesso. Seu sinal via satélite nessas regiões costuma ter mais qualidade e velocidade.

Das 32 antenas encontradas pelo Ibama desde abril de 2023, nove estavam na Terra Indígena Yanomami e outras 12 distribuídas próximo ao Vale do Javari. Ou seja, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados em 2022.

Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a provedora tinha 19.705 antenas em funcionamento no país em fevereiro de 2023. Um ano depois, em fevereiro de 2024, o número de receptores saltou para 149.115.

Ainda segundo o portal, a Starlink, que não tem escritório físico no Brasil, não respondeu aos questionamentos enviados por meio eletrônico.

Fonte: Rede Brasil Atual

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