Pelo menos 107 pessoas morreram esmagadas numa reunião religiosa hindu no norte da Índia nesta terça-feira (2), segundo um alto funcionário do governo. Diversas outras pessoas ficaram feridas.
Uma grande multidão reuniu-se perto da cidade de Hathras para um sermão de um pregador famoso, mas uma forte tempestade de poeira provocou pânico quando as pessoas estavam saindo. Muitos foram esmagados ou pisoteados, caindo uns sobre os outros, e alguns caíram em um bueiro à beira da estrada em meio ao caos.
“Os participantes estavam saindo do local quando uma tempestade de poeira cegou sua visão, levando a uma confusão e ao subsequente trágico incidente”, disse à AFP Chaitra V., comissária da divisão da cidade de Aligarh, no estado de Uttar Pradesh. Estamos nos concentrando em fornecer socorro e assistência médica às vítimas”, acrescentou.
Horas depois da tragédia, ela disse aos repórteres que o número de vítimas passou de cem. “A informação inicial é que 107 pessoas morreram”, disse a comissária aos repórteres. A maioria dos mortos eram mulheres, segundo o chefe médico do estado, Umesh Kumar Tripathi, que disse aos repórteres que “muitos feridos” foram hospitalizados. Incidentes mortais são comuns em locais de culto durante os principais festivais religiosos da Índia, o maior dos quais leva milhões de devotos a fazer peregrinações a locais sagrados.
‘Esmagado até a morte’ Filas de ambulâncias levaram os feridos aos hospitais. Mulheres e homens chorando se reuniram em frente a um necrotério na cidade de Etah, para onde muitos dos mortos foram levados, em busca de notícias de seus parentes. Quando o sermão terminou, todos começaram a sair correndo”, disse Shakuntala, uma mulher que citou apenas seu primeiro nome, à agência de notícias Press Trust of India.
“As pessoas caíram em um bueiro à beira da estrada. Começaram a cair umas em cima das outras e morreram esmagadas”. O primeiro-ministro Narendra Modi anunciou uma indenização de US$ 2.400 aos familiares dos que morreram e US$ 600 aos feridos no “trágico incidente”.
“Minhas condolências para aqueles que perderam seus entes queridos. Desejo a rápida recuperação de todos os feridos”, escreveu Modi na rede social X, antigo Twitter. A presidente Draupadi Murmu disse que as mortes foram “comoventes” e apresentou as suas “mais profundas condolências”.
Registro sombrio Yogi Adityanath, ministro-chefe de Uttar Pradesh e também monge hindu, expressou suas condolências aos parentes dos mortos, disse seu gabinete. “Ele instruiu os funcionários da administração distrital a levarem imediatamente os feridos ao hospital e a acelerarem o trabalho de socorro no local”, afirmou.
O gabinete de Adityanath disse que uma investigação foi ordenada sobre as mortes. As reuniões religiosas na Índia têm um histórico sombrio de incidentes mortais causados por má gestão de multidões e falhas de segurança. Pelo menos 112 pessoas morreram em 2016 após uma enorme explosão causada por uma queima de fogos de artifício proibida em um templo que marcava o ano novo hindu.
A explosão destruiu edifícios de concreto e provocou um incêndio em um complexo de templos no estado de Kerala, onde milhares de pessoas estavam reunidas. Outros 115 devotos foram mortos em 2013, em um tumulto numa ponte perto de um templo em Madhya Pradesh.
Cerca de 400 mil pessoas estavam reunidas na área e a debandada começou depois que se espalhou o boato de que a ponte estava prestes a desabar. Em 2008, 224 peregrinos foram mortos e mais de 400 ficaram feridos numa debandada num templo no topo de uma colina na cidade de Jodhpur, no norte do país.
Fonte: Ultimo Segundo