Um hospital no norte de Gaza registrou ao menos 50 casos de crianças palestinas com grave desnutrição em apenas uma semana, segundo informações da agência Anadolu.
Hossam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, que opera com recursos escassos devido ao violento cerco israelense, reportou o número em comunicado oficial no domingo (9).
“O sistema de saúde de Gaza é alvo das forças da ocupação israelense, mas estamos tentando retomar minimamente nossos serviços, apesar da carência de recursos combustíveis”, comentou Abu Safiya.
O médico descreveu as condições em Gaza como “catastróficas”, ao reiterar que “o espectro da fome está por toda parte”.
Israel impôs seu cerco militar absoluto — sem comida, água, insumos combustíveis ou medicamentos — em outubro, como retaliação e punição coletiva por uma ação transfronteiriça do grupo Hamas. Desde então, dezenas de crianças morreram de fome.
Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos de Gaza como “animais humanos”. Seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, chegou a proclamar uma “guerra santa contra as crianças das trevas”.
Após a tomada da travessia de fronteira de Rafah pelo exército israelense, em 7 de maio, apesar de alertas internacionais e mesmo em desacato a uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, a crise humanitária em Gaza se intensificou ainda mais.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM), em torno de um milhão de pessoas — entre 2.4 milhões de habitantes em Gaza — devem enfrentar fome endêmica até meados de julho.
A Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) reportou na quinta-feira (6) que doenças e desidratação também assolam Gaza devido aos cortes deliberados de recursos hídricos e à destruição da infraestrutura de saneamento.
Israel desrespeita ainda resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança.
Ataques diretos a Gaza deixaram 37.164 mortos e 84.832 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, ao menos 15 mil são crianças.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.
Fonte: Monitor do Oriente