André Cabral – Historiador e professor

As doenças sempre fizeram parte da história da humanidade, em todos períodos históricos. Na antiguidade, a hanseníase, na idade média, a peste negra provocou 50 milhões de mortos (Europa e Ásia) e na época a Igreja católica difundia ideia que castigo de Deus aos pecados dos Homens. Mas na verdade era falta de higiene e saneamento das cidades, as populações conviviam com os ratos urbanos. Cólera levando a morte centenas de milhares entre 1817 a 1824. Conhecida desde a Antiguidade, teve sua primeira epidemia global e em seguida veio a TUBERCULOSE, 1 bilhão de mortos, de 1850 a 1950; VARÍOLA 300 milhões de mortos – 1896 a 1980, dengue no Brasil e a AIDS nos idos de 1980, onde o mundo foi sacudido pela Síndrome da imunodeficiencia.

Durante o período ditatorial de 1964-1985 o Brasil foi sacudido por um surto de meningite, os militares incentivavam a vacinação, que era obrigatória. Hoje nos deparamos com um governo federal que nega de forma veemente a ciência. O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, difundem fake news, dificultou a campanha contra a vacinação desde o inicio da pandemia de Covid e de forma irresponsável o governo difundia os medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina , azitromicina e ivermectina   que foram  utilizados em pacientes hospitalizados por conta da Covid-19, onde segundo O COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS ”os medicamentos do “kit covid” foram testados e não mostraram nenhum tipo de benefício clínico para os pacientes com Covid-19. “Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados”, afirma o documento.”

Grupos antivacinas espalham pelo mundo as ideias contra a vacinação, questionando um dos maiores avanços da saúde mundial, as vacinas. Temos na Espanha, a Liga para a Liberdade da Vacinação. Trata-se de um movimento naturalista que, antes que a liberdade, defende a antiimunização,  segundo o jornal espanhol EL PAÍS Brasil. A figura de maior destaque mundial do movimento é o médico britânico Andrew Wakelfield, em que em 1988 publicou na prestigiosa revista The Lancet um estudo afirmando que a tríplice viral contra sarampo, rubéola e caxumba causava autismo, sendo expulso da Ordem dos Médicos do Reino Unido.

Nos deparamos no contexto do século XXI com a volta do obscurantismo, parece que retrocedemos para idade média, onde alguns afirmam que a terra é plana, negam que o homem tenha chegado à lua e os que acreditam que o ser humano coexistiu com os dinossauros e outras invencionices, será que votamos para o teocentrismo? Onde a intuição católica afirmava que a doença da peste negra era castigo de Deus aos pecados dos Homens, durante a idade média.

A Partir da idade moderna, a classe social que acendia era a burguesia com o desenvolvimento do comércio na Europa, o movimento denominado de Renascimento, onde a razão (Ciência) prevalecia sobre o mito, humanidade começou a ser dotado de razão, desenvolveu as ciências por onde superamos os problemas que afligem a humanidade até os dias de hoje.

Foram as vacinas que superaram as endemias e pandemia em cada recanto da terra. Apesar do sistema capitalista e seus laboratórios terem lucros exorbitantes com as vacinas não podemos perder a perspectiva da racionalidade, mas colocamos a saúde a serviço da maioria dos oprimidos.

Assevera o compositor Raul Seixas em um trecho de letra cambalache “Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados Contentes e frustrados, valores, confusão”

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