Companhia teve perda de passageiros que chega a 80% devido ao afundamento de solo

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) quer que a Braskem arque com os prejuízos causados pela interrupção da linha férrea nos bairros que sofrem com afundamento de solo, para tanto teve que acionar judicialmente a petroquímica.
Em 1º de abril de 2020, a estação Mutange, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), teve de ser desativada, por recomendação das Defesas Civis municipal, estadual e federal, devido aos afundamentos causados pelas minas de sal-gema da petroquímica Braskem, num trecho de aproximadamente 3 km. Essa medida trouxe transtornos aos usuários, que foram obrigados a fazer baldeação de ônibus. Nas estações Bebedouro, vindos de Rio Largo, ou Bom Parto, vindos de Jaraguá, se veem obrigados a descer do VLT, caminhar alguns metros e seguir viagem em um ônibus desconfortável e barulhento.

“Bebedouro era a nossa terceira melhor estação de arrecadação. Antes do episódio da Braskem, a terceira estação com mais usuários. Hoje em dia não tem ninguém em Bebedouro para transportar. Então, realmente, afetou e muito a CBTU. Mudou bastante nossa rotina. O passeio ainda é o mesmo, de Jaraguá a Lourenço de Albuquerque, com a baldeação na Estação Mutange”, explicou a coordenadora de comunicação e marketing da CBTU Maceió, Morgana Moraes.

“A CBTU vive um momento difícil. Caiu em cerca de 11 mil para 1.600 pessoas nas 26 viagens diárias do VLT. A gente chegou, antes do episódio [da Braskem], ao nível de transportar mais de 300 mil passageiros por mês”. E acrescenta: “Os trabalhadores e os estudantes, principalmente do IFAL, foram os principais afetados. Eles hoje vêm de ônibus e pagam muito mais caro. A passagem do ônibus custa entre R$ 3,49 [Cartão VAMU] e R$ 6,75, enquanto no VLT pagam só R$ 2,50”, desabafa Morgana.

Com a compensação de danos, que está na mesa de negociação com a Braskem, a CBTU tem planos de traçar uma nova linha férrea, longe da área condenada pelos afundamentos, cruzando a parte alta da cidade em direção à estação Lourenço Albuquerque. Além do projeto de expandir o VLT, com mais três estações até o Shopping Maceió, no bairro da Mangabeiras.

Redação com Tribuna Hoje e Notícias do Centro

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