Estudo aponta que os perfis do ex-presidente começaram a desabar em seguidores depois que ele viajou a Orlando antes da posse do presidente Lula
Segundo análise da agência de marketing Ativaweb, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu mais de 5 milhões de seguidores de dezembro até maio. A análise se baseia em dados coletados nos perfis do ex-mandatário no Facebook, no Instagram e no Twitter.
Apenas no Instagram, a sangria de adeptos ultrapassou os 2 milhões. A informação é do portal Metrópoles. Por conta da queda verificada no Instagram, reduziu-se em 4,5 pontos percentuais o engajamento do ex-presidente nessa rede social.
De acordo com o levantamento, os perfis de Bolsonaro começaram a retrair em número de seguidores depois que ele viajou para Orlando, na Florida, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governante também foi prejudicado pelo silêncio que adotou depois de perder a eleição.
O estudo mostra que as crises e escândalos pelos quais Bolsonaro tem passado, desde que deixou o governo – como a das joias sauditas e da fraude no cartão de vacina – reanimam a militância bolsonarista no meio digital, o que parece natural. Afinal, a própria interação de pessoas a favor do “mito” tende a aumentar nesses casos, num movimento de defender o “líder”.
O movimento que pode ser chamado de debandada é anterior a dezembro. Segundo o analista de dados Alek Maracaja, da própria Ativaweb, um levantamento da agência já apontava no final do ano que, de 1º de outubro a 19 de dezembro de 2022, Bolsonaro havia perdido 1.110.972 seguidores nas plataformas do grupo Meta, dono de Instagram e Facebook.
“Comunicação acéfala”
Em artigo publicado no site Poder360 em 21 de janeiro, intitulado “Carluxo e as trapalhadas de marketing de Bolsonaro”, Maracaja afirmou que Bolsonaro estava sendo vítima “do que podemos chamar de comunicação acéfala”.
Segundo ele, Bolsonaro mais perdeu do que ganhou com o poder outorgado a Carlos Bolsonaro, o filho 02, na área de comunicação. Desde que foi derrotado por Lula em 30 de outubro, o diálogo entre Bolsonaro e seus eleitores era “quase nulo”. De fato, na época, o ex-presidente desapareceu do cenário.
Depois, soube-se que o ainda presidente exerceu os últimos dois meses de mandato tentando a todo custo recuperar as joias da Arábia Saudita. No valor de R$ 16,5 milhões, ficaram apreendidas na alfândega do aeroporto de Guarulhos.
Grande erro
O grande erro de Carlos Bolsonaro, de acordo com o artigo de Maracajá, foi o post de 10 de janeiro de 2023 no Facebook de Bolsonaro, dois dias depois do ataque terrorista a Brasília. A publicação, na opinião do analista, foi de Carlos. Ela levou o ex-presidente a ser incluído como investigado no inquérito que apura autoria intelectual dos atos antidemocráticos.
Fonte: Rede Brasil Atual