A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), concretizada em julho de 2024 sob o governo de Tarcísio de Freitas, já apresenta seus efeitos desastrosos. Sob a gestão privada, a empresa anunciou o rompimento de 555 contratos que garantiam descontos na conta de água e esgoto para grandes consumidores, como hospitais, shoppings e museus. Essa medida pode provocar aumentos de até 200% nas tarifas desses setores estratégicos para a sociedade.
O CEO da Sabesp, Carlos Piani, justificou a decisão como uma “execução contratual” imposta pela privatização, afirmando que os subsídios eram políticas públicas vinculadas ao caráter estatal da empresa. “A Sabesp não é mais controlada pelo Estado. Quem tem que fazer essa política pública é o Estado”, declarou, revelando o descompromisso da lógica privada com as necessidades sociais.
PRIVATIZAÇÃO: LUCRO ACIMA DO INTERESSE PÚBLICO
A decisão escancara o impacto negativo da privatização no acesso a serviços básicos. Quando estatal, a Sabesp desempenhava um papel crucial na implementação de políticas públicas, garantindo acesso justo e equilibrado aos recursos hídricos. Agora, sob controle privado, o lucro é priorizado, enquanto trabalhadores e setores essenciais, como saúde e cultura, enfrentam as consequências.
Essa experiência soma-se a inúmeros exemplos recentes que evidenciam como a privatização agrava desigualdades e precariza serviços. Em Ouro Preto, com a privatização da Saneouro, a taxa de água de cerca de R$ 27 saltou para R$ 79,88 por 10m³, um aumento de quase 200%. Em Belo Horizonte, desde a privatização do metrô, a tarifa foi reajustada duas vezes, tornando o sistema metroviário a cobrar mais caro por quilômetro rodado no país.
O PERIGO DA PRIVATIZAÇÃO EM MINAS GERAIS
O governo Zema, seguindo os passos de Tarcísio de Freitas em São Paulo, pretende privatizar a Cemig e a Copasa, dois pilares fundamentais para o acesso a energia elétrica e saneamento em Minas Gerais. Essa entrega de serviços essenciais ao setor privado acentuará ainda mais as desigualdades, comprometendo direitos básicos como água e energia acessíveis.
A privatização transfere o controle desses serviços para mãos que priorizam lucros de acionistas, ignorando as necessidades do povo. O resultado é claro: tarifas abusivas, piora na qualidade dos serviços e exclusão de parcelas vulneráveis da população.
Os ataques à gestão pública de serviços essenciais exigem uma mobilização firme de toda a sociedade. Somente com luta popular será possível reverter os danos causados e garantir que serviços essenciais sejam geridos com foco na universalização, equidade e dignidade para todos(as).
Privatizar não é modernizar: é vender o direito do povo ao acesso justo e humano a recursos básicos. A história recente mostra que a resistência organizada é o único caminho para barrar esse retrocesso. Privatiza, que piora!
Fonte: Sindut/MG