Mães de crianças atendidas pela unidade Doutor Pompeu Sarmento afirmam que problemas são recorrentes no local
A Creche Doutor Pompeu Sarmento, no Barro Duro, ligada à escola municipal de mesmo nome, pertencente à rede municipal de ensino da Prefeitura de Maceió, foi alvo de várias denúncias na sexta-feira (16), quando mães de alunos enviaram vídeos no WhatsApp do jornalismo do Sistema Tribuna de Comunicação, relatando abandono e descaso com a instituição de ensino.
A reportagem esteve no local, a convite de uma das mães denunciantes, a senhora Aliete Lima, e constatou diversos problemas, como parte do teto desabando em várias salas de aula, ventiladores que não funcionam na maioria das salas, muito mato ao redor da creche, todos os brinquedos quebrados, cozinha precária e banheiros inadequados.
A creche, que funciona em dois turnos, com 12 turmas, para um total de 212 crianças, mantém boa parte dessas crianças em casa, já que cinco turmas não estão em condições de receber as crianças devido aos problemas relatados. Aliete Lima, a mãe denunciante, afirmou que seus filhos estão em casa, já que na quinta-feira, na volta às aulas, depois do carnaval, sua filha passou mal devido ao calor intenso dentro da sala de aula, que passou dos 35 graus. Ela disse que existe também o perigo do teto desabar em cima das crianças.
Já a coordenadora pedagógica, Ana Cristina, espera uma solução urgente por parte da Secretaria Municipal de Educação. “Todos esses problemas já foram relatados, e esperamos que a Semed olhe com atenção para a nossa creche, que é uma escola da comunidade. Temos aqui 212 crianças, e boa parte delas estão em casa, não podendo frequentar as salas de aula”.
Situação piorando
Para as professoras Juliete Santos e Solange Tavares, os problemas apresentados são recorrentes, e desde o ano passado a situação só vem piorando. “Minha sala de aula está imprópria. Meus alunos não podem ficar dentro deste espaço de ensino, com o teto desabando e o ventilador que não funciona. Meus alunos estão passando mal com o calor e ficam impacientes. Estamos implorando para que a Semed olhe para a creche da nossa comunidade”, relatou a professora Solange.
A professora Juliete diz não aguentar mais ter de enfrentar todos os dias os mesmos problemas, como a cozinha imprópria, os banheiros inadequados e o mato crescendo, com riscos de cobras e escorpiões, além de outros insetos. “Essa escola pertence à comunidade, e é para a comunidade que estamos aqui, todos os dias. Nossas crianças merecem respeito e dignidade. Por favor, olhem para cá”.
Já para Juliana Silva, mãe de uma criança de apenas quatro anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sua vida virou do avesso, já que precisa passar o tempo todo na escola, uma vez que a creche não possui acompanhantes especializados para alunos com TEA. “Além da preocupação que temos que ter com o teto, com a falta de ventiladores nas salas de aula, no meu caso, preciso ficar o tempo todo aqui com meu filho”.
Os setores responsáveis pelas creches do município foram procurados, mas até o fechamento desta edição não retornaram.
Fonte: Tribuna Hoje