Nos Estados Unidos, trabalhadores portuários da Costa Leste e da Costa do Golfo entraram em greve e interromperam o fluxo da metade do transporte marítimo do país. Essa é a primeira paralisação em grande escala em quase 50 anos e ocorre após trabalhadores não conseguirem sucesso em negociações por novos contratos e salários.
A greve tem bloqueado o transporte de quase todos os setores, como alimentos e automóveis, em portos do Maine ao Texas. Os impactos para economia, segundo analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, devem ser de bilhões de dólares por dia, além de ameaças a empregos e uma piora na inflação.
O sindicato Associação Internacional dos Estivadores (ILA) negocia um novo contrato para os trabalhadores com o grupo patronal Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX). A entidade afirmou que fechou todos os portos um minuto depois da meia-noite desta terça (1º).
O fechamento ocorreu após uma recusa à proposta final da USMX, feita nesta segunda (30), que ficou “muito aquém das exigências de seus membros para ratificar um novo contrato”, segundo a ILA, que representa um total de 45 mil trabalhadores portuários.
Hardol Daggett, líder da ILA, afirmou que empregadores não têm oferecido aumentos salariais adequados e se recusado a interromper projetos de automação portuária. “Estamos preparados para lutar pelo tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for preciso, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros merecem”, aponta o chefe do sindicato.
Essa é a primeira greve da ILA desde 1977 e afeta um total de 36 portos nos Estados Unidos. Há cerca de 100 mil contêineres aguardando o descarregamento e 35 navios porta-contênieres com destino a Nova York parados.
Membros da Casa Branca pediram uma reunião com o conselho da USMX para tentar acabar com a greve, que tem gerado preocupação em autoridades. O governo sinalizou que a greve não teve ter grandes efeitos sobre os consumidores.
Fonte: DCM