Flávio Show – Funcionário dos Correios
Maceió, 08 de Outubro de 2023
Quando estreou o filme Robocop nas telas de tubo, que foram por muito tempo o único aparelho eletrônico de diversão e informação nas casas dos brasileirinhos, fiquei, confesso, entusiasmado com a possibilidade de uma polícia que pudesse combater o crime com tanta eficiência. Não via a hora desse policial chegar ao Brasil.
Por coincidência, ontem 07 de Outubro, o filme fez 36 anos que desembarcou nas terras brazucas, mas não vamos falar de Murphy, que era o nome do policial robô, vamos falar de outro Murphy, que era engenheiro e criou a “Lei”, a “Lei” dele mesmo. Posso resumir sua criação, dizendo que se algo tem a possibilidade de dar errado, então dará.
Sou fã do alagoano Elinaldo Barros, mas não vamos falar de cinema, vamos falar do crime que ocorreu do Rio de Janeiro e a “polícia” do futuro.
Quatro médicos estavam na cidade maravilhosa para participar de um Congresso de Ortopedia e como todo brasileiro, saíram pra tomar uma cervejinha num quiosque e 3 deles foram assassinados. As cenas rodaram o mundo e a “polícia” do Rio entrou em ação. O caso ganhou contornos dramáticos, pois um dos mortos era irmão da Deputada Samia Bonfim. Crime político? Vingança? Logo, o caso Marielle que está sem solução a cerca 5 anos veio à tona.
O Governo carioca não desperdiçaria a chance de mostrar que é eficiente e “polícia” do futuro entrou em ação. Não era para usar a “Lei” de Murphy, A “policia” do futuro queria usar a lei de Murphy, sim ,do policial robô e assim foi feito.
A “policia” do futuro “resolveu” o caso em menos de 24 horas. Se reuniu, assistiu as imagens, foi ao local do crime, ouviu testemunhas, prendeu, julgou e condenou os bandidos a pena de morte. Sim, pena de morte, a “policia” do futuro matou os “manos”.
Quando uma coisa tem a possibilidade de dar errado, dará. O Rio vem dando errado a muito tempo e as sucessivas eleições de Governadores eleitos com o apoio da “policia” do futuro faz com que o Estado seja apenas um telespectador do robocop das milícias. “Tiro na cabecinha”, “bandido bom é bandido morto” são “leis” do Murphy carioca, não importa quem vai morrer, médico, criança, preto, favelado, a “lei” tem que ser cumprida.
O Rio de Janeiro conseguiu nos provar duas coisas: Que o crime é organizado e a polícia é um gigante de ferro retorcido que não serve pra nada; e que a “Lei” de Murphy existe, mas a lei que impera é a do Murphy.
Reflexões Flávio Show 2023 , ano 03 – Edição 148