Relatório elaborado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil associa tremores de terra sentidos na cidade de Craíbas, interior de Alagoas, às atividades de mineração da Vale Verde, que exporta cobre e derivados.
É a primeira vez que um documento do governo contém esta associação (tremores de terra-mineração) em Craíbas. A Defesa Civil pede mais estudos para conclusões definitivas.
Um questionário foi aplicado entre os dias 9 e 22 de janeiro. Foram ouvidos 349 proprietários em 979 imóveis em Craíbas, próximos à mineradora.
O resultado:
– 114 moradores denunciam fissuras e rachaduras em suas casas, após a instalação da Vale Verde;
– Antes da mineradora, 76 residentes tinham doenças pré-existentes, como diabetes, ansiedade, hipertensão ou alergias; após a instalação da Vale Verde, 95 pessoas relataram doenças deste tipo;
– 28 moradores dizem que a qualidade da água para consumo mudou;
– Foram registradas 312 reclamações por ruídos durante à noite e poeira;
E o dado mais importante:
– 309 entrevistados sentem os tremores de terra após a instalação da mineradora, sentidos nas quintas e sextas feiras, dias de desmonte e explosões.
O resultado deste questionário foi encaminhado para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC.
O último tremor de terra na região, que rachou paredes e chão de imóveis na cidade, foi relatado por moradores em 19 de novembro do ano passado. A SEDEC pediu explicações sobre este episódio.
Mas no dia 21 de fevereiro, o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) atestou um tremor de terra em Arapiraca, que fica a 20 quilômetros de Craíbas.
A Mineradora Vale Verde lidera em exportações alagoanas. O cobre extraído aqui abastece o mercado chinês e europeu.
Fonte: Repórter Nordeste