Brasília (DF) 03/05/2023 Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante audiência Publica na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

Mesmo com ordem de prisão, eles foram recadastrar armas no sistema da PF, e se apresentaram como se fossem colecionadores, atiradores ou caçadores.

Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (4), 52 foragidos da Justiça. Mesmo com ordem de prisão, eles foram recadastrar armas de fogo no sistema da PF, e se apresentaram como se fossem colecionadores, atiradores ou caçadores.

Os policiais cumpriram mandados de prisão de Norte a Sul do país. Muitos dos presos ao longo do dia são acusados de crimes violentos. São, ao menos, nove casos de homícido. Cinco, de roubo. Quatro, de tráfico de drogas. Além de presos acusados de violência doméstica, organização criminosa, estelionato e crime ambiental.

A polícia chegou até os criminosos porque eles tinham posse de arma e fizeram o recadastramento. Quando foram obrigados a fornecer ao governo dados como o endereço, a Polícia Federal cruzou as informações com a lista de mandados de prisão.

Com elas, foram apreendidos rifles, pistolas, espingardas, revólveres e munição.

A lei sobre o registro de armas exige que o portador de armamento de fogo tenha ficha limpa na Justiça e comportamento irrepreensível.

“Nós temos essa situação de pessoas que tinham uma condenação ou uma prisão preventiva, o que mostra que havia um absoluto descontrole, uma irresponsabilidade no que se refere a essa profusão de armas em que pessoas que eram identificadas pelo Poder Judiciário como perpetradores de crimes, possuíam supostamente armas legais”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Essas irregularidades vieram à tona com o recadastramento obrigatório das armas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), sob controle da Polícia Federal. O prazo terminou nesta quarta-feira (3). Durante o governo Bolsonaro, as armas dos chamados CACs – colecionadores, atiradores ou caçadores – ficavam registradas apenas no cadastro do Exército.

Ao todo, foram recadastradas mais de 939 mil armas, o que significa quase 100% do que esperava o Ministério da Justiça. Mas mais de 6 mil armas de uso restrito, utilizadas pelos CACs, como fuzis e pistolas, não foram recadastradas. E, a partir desta quinta-feira (4), os donos dessas armas passaram a ser procurados pela Polícia Federal.

A operação que começou nesta quinta (4) não tem data para acabar. A Polícia Federal vai seguir no trabalho de confrontar as informações de quem tem registro de arma no país com o Banco Nacional de Mandados de Prisão. A PF teme que muitas das armas não recadastradas estejam a serviço de organizações criminosas.

Fonte: G1

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