O governo de Nicolás Maduro e a oposição seguem negociação neste início de setembro, depois da rodada realizada na Cidade do México em agosto, mediada pelo governo da Noruega. Foi adotado um memorando de entendimento que estabelece: direitos políticos para todos, garantías eleitorais, cronograma eleitoral e observadores; levantamento das sanções, restauração de direitos a ativos; respeito ao Estado Constitucional de Direito, convivência política e social, renúncia à violência; proteção da economia nacional e da seguridade social; garantías de verificação do que foi acordado.

Em 31 de agosto, a oposição agrupada na Plataforma Unitária, aonde estão os principais partidos e organizações da oposição, incluído o setor ligado a Guaidó, comunicou que participará nas eleições regionais e municipais em 21 de novembro, com o registro da Mesa da Unidade Democrática (MUD), como resultado dos acordos feitos no México.

Os acordos e negociações não são apenas eleitorais, mas também acomodações para a abertura econômica que o governo avança, com a qual a oposição está de acordo. Também tratam de temas políticos, incluindo os acordos com os EUA. O imperialismo pretende retomar o seu papel hegemônico, agora com Biden, que declarou estar disposto a revisar as sanções à Venezuela.

Reunião da CAIT
Em 23 de agosto reuniu-se a Coordenação Nacional Autônoma e independente de trabalhadores (CAIT) para avaliar a nova situação.

Concluímos que, de alguma forma, a negociação e os diálogos no México constituem uma derrota do golpismo e da operação Guaidó. E também dos EUA, que sofre quebras em todas as frentes de sua política externa, para além das explosões sociais na América Latina. A burguesia venezuelana e suas organizações foram obrigadas a reconhecer o governo Maduro que o povo elegeu.

A base dessa derrota do plano original do imperialismo está na resistência do povo trabalhador. Um triunfo parcial que custou muito, pois o ataque à nação arrasou nossa economia. Um quadro de crise econômica e social potencializado pela crescente corrupção estatal e pelos terríveis efeitos da pandemia da Covid-19.

Derrotamos a direita apátrida, agora vamos ter que reconstruir o país. Sobre que base se dará essa reconstrução? É o que estamos discutindo na CAIT.

Alberto Salcedo, de Maracaibo

Fonte: O Trabalho

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