Depois do desastre ambiental provocado pela Braskem, moradores se assustaram com o aparecimento de uma nuvem tóxica que pairou sobre Maceió

Para o professor Dilson Ferreira, o lixão em Cruz das Almas, foco do incêndio que provocou a névoa, é uma “bomba-relógio”.

A nuvem de fumaça que pairou sobre vários bairros de Maceió nessa segunda (1º) e terça-feira (2) é tóxica, por ter origem no antigo Lixão de Cruz das Almas, e é fruto de um grande crime ambiental. A névoa também revela a insegurança e os riscos à saúde das pessoas que moram, trabalham ou passam por aquele bairro. O alerta foi feito ao 082 Notícias pelo professor, arquiteto e urbanista Dilson Ferreira (assista ao vídeo no final da matéria).

“Fumaça tóxica, fumaça de lixo, fumaça de matéria orgânica, fumaça de deposição de resíduos de décadas. Lá tem gás, lá tem chorume, mas tem muita matéria orgânica. Então, querendo ou não, é crime”, explicou.

Segundo ele, o equipamento, que é administrado por uma empresa privada, deveria merecer maior atenção da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), devido ao risco que representa para a população em uma das áreas que mais crescem na capital alagoana.

O professor Dilson Ferreira denuncia que o antigo Lixão é uma verdadeira “bomba-relógio” plantada naquele local. “Na Avenida Josefa de Melo tem o Atacadão, alguns prédios que estão sendo construídos e tem shopping center. Gente, por lei, um raio de 500 metros deveria ser preservado [para edificações]e nada disso foi feito”, alertou.

De acordo com o arquiteto e urbanista, existem inquéritos e processo no Ministério Público, que não avançaram e a cidade vai crescendo ao redor do antigo Lixão de maneira desorganizada. “Ali tem risco de desabamento, que já ocorreu em 2015. Também tem risco de fumaça como ocorreu de ontem para hoje e tem risco de vazamento de chorume como já ocorreu indo para o riacho das Águas Férreas”, lembrou.

Dilson sugere que os órgãos ambientais deveriam “colocar uma lupa naquilo e fazer sim programa de mitigação, programa de monitoramento e ter que publicizar esses dados para a universidade, para a sociedade, para os investidores que estão ali”, ao citar hospitais que estão investindo lá, como a Unimed.

O setor imobiliário também pode ser prejudicado. “Como é que as pessoas vão investir na região se não têm segurança? Então, gente, dessa vez foi fumaça, mas pode ser que seja pior da próxima vez”, afirmou.

Redação com 082 Notícias

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