França anuncia apoio oficial em setembro e se junta à maioria da ONU; reconhecimento global cresce

Em meio a uma nova onda de apoio internacional à causa palestina após a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia em outubro de 2023, o número de países que reconhecem oficialmente o Estado da Palestina chega a 147 dos 193 membros da Organização das Nações Unidas (ONU). A França, primeira entre os países do G7 a dar esse passo, confirmou que fará o reconhecimento formal em setembro deste ano.

O movimento francês não é isolado. Em 2024, várias nações – entre elas Jamaica, Trinidad e Tobago, Barbados, Bahamas, Armênia e Noruega – somaram-se à crescente lista. No bloco europeu, Espanha, Irlanda e Eslovênia se uniram à Suécia, que já havia reconhecido o Estado Palestino em 2014. Outros países do Leste Europeu, como Polônia, Bulgária e Romênia, o fizeram antes mesmo de integrarem a União Europeia, ainda em 1988.

Um movimento histórico – O reconhecimento da Palestina como entidade soberana teve um marco em 15 de novembro de 1988, quando Yasser Arafat, então líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), proclamou a independência do território, com Jerusalém como capital. A Argélia foi a primeira a reconhecer oficialmente o novo Estado, sendo seguida imediatamente por dezenas de países. Ao final do século 20, mais de 100 Estados já haviam aderido ao reconhecimento.

Na América Latina, entre 2009 e 2011, Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela também reconheceram a Palestina. Em 2013, o Vaticano – embora não seja membro da ONU – também declarou seu reconhecimento, reforçando o apoio à autodeterminação do povo palestino.

O caso mais recente: México – O exemplo mais recente veio do México. Em 21 de março de 2025, a presidente Claudia Sheinbaum oficializou o reconhecimento do Estado Palestino e recebeu, em solenidade oficial, a embaixadora da Autoridade Palestina, Nadya Rasheed.

Apesar do amplo apoio internacional, a Palestina ainda não é membro pleno da ONU. Em 2012, foi aceita como “Estado observador não membro”, uma condição simbólica, mas que não garante representação plena. Para uma adesão completa, é necessário o aval do Conselho de Segurança da ONU – onde os Estados Unidos já vetaram várias propostas nesse sentido, bloqueando o avanço diplomático.

Além dos EUA, outros 45 países não reconhecem oficialmente o Estado Palestino. Entre eles estão Canadá, Austrália e membros da União Europeia como a Itália (atualmente sob governo de extrema direita). Embora apoie a chamada “solução de dois Estados”, o governo italiano defende que o reconhecimento palestino deva ocorrer em paralelo com o reconhecimento palestino do Estado de Israel.

Fonte: Brasil 247

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