Juiz do Trabalho aparece em grupo de empresários golpistas denunciados em portal; magistrado redigiu anteprojeto da reforma trabalhista

Na última quarta-feira, 17, o portal Metrópoles divulgou reportagem na qual denuncia que, em um grupo de Whatsapp, conhecidos empresários vinculados a Jair Bolsonaro (PL) vêm defendendo um golpe de Estado caso o atual presidente perca as eleições marcadas para outubro. Faz parte do grupo um juiz do Trabalho de Curitiba, um dos formuladores da reforma trabalhista aprovada em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB).

O grupo reúne grandes empresários de diversas partes do país, como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii. Veja AQUI a primeira da série de reportagens que o Metrópoles está publicando.

Reforma trabalhista e ataque a servidores: quem é Marlos Melek?

Juiz do TRT9 (de Curitiba), Marlos Melek escreveu livros sobre a legislação trabalhista e ganhou destaque no no contexto da tramitação da reforma que, em 2017, atacou dezenas de direitos dos trabalhadores brasileiros, no governo Temer. Foi um dos oito integrantes da comissão que redigiu o ante projeto da reforma e, em 2017, defendeu a proposta no Senado, dizendo que ela podia “atrair investimentos e gerar empregos, por dar segurança jurídica aos empregadores” – o que não aconteceu. Melek chamou de “discursos ideológicos” as críticas à reforma, mesma expressão utilizada em sua publicação no grupo de Whatsapp. Em agosto de 2017, entrevistado em matéria da BBC Brasil, Melek disse que “o servidor público é um dos maiores problemas que o Brasil tem hoje” e que seria preciso “acabar com os privilégios” dos servidores.

Coalizão protocola notícia-crime no STF contra empresários que defendem golpe

A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime contra os empresários Luciano Hang (Havan), Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii). O pedido é para que eles sejam incluídos no Inquérito 4.874/DF, relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, que apura suposta presença de indícios e provas acerca da existência de organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a possível finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

Na notícia-crime protocolada nesta quinta-feira, 18, a Coalizão solicita, ainda, que sejam requeridos os celulares dos noticiados e dos demais membros do grupo de Whatsapp denominado “Empresários & Política”; a quebra de sigilo telefônico para verificar a autenticidade das mensagens trocadas e se elas coincidem com a participação nos ataques sistematizados, com o uso das redes sociais como instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado de Direito e da Democracia; e a investigação sobre a atuação dos denunciados na preparação e financiamento dos atos do próximo dia 7 de setembro.

As entidades enfatizam a gravidade dos fatos porque se trata de um grupo com expressivo e considerável poder econômico e político, com notória proximidade com agentes públicos, especialmente o presidente da República, e com indícios de participação efetiva na preparação de atos do dia 7 de setembro, como revela a mensagem destacada na reportagem publicada no site Metrópoles, que divulgou as conversas, do médico gaúcho Marco Aurélio Raymundo, dono da rede de lojas Mormaii: “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”.

Fonte: Sintrajufe RS

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