O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou ontem o congelamento de toda a ajuda que entra em Gaza em uma grande violação do acordo de cessar-fogo. A primeira fase de seis semanas do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, terminou oficialmente à meia-noite de sábado. No entanto, Israel não concordou em avançar para a segunda fase do acordo para pôr fim à guerra em Gaza.
“Nenhum caminhão entrou em Gaza nesta manhã e nenhum entrará” até novo aviso, escreveu Omer Dostri, porta-voz de Netanyahu, no X.
O Hamas denunciou imediatamente a decisão como “uma chantagem barata, um crime de guerra e um ataque descarado contra o acordo” de trégua.
O movimento palestino, que governa Gaza desde 2007, pediu que “os mediadores e a comunidade internacional pressionem” Israel para que “ponha fim às suas medidas punitivas e imorais contra mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza”, devastada após 15 meses de guerra, iniciada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel.
O acordo inicial de cessar-fogo compreende três fases, cada uma com duração de 42 dias.
Durante a primeira fase, que esteve à beira do colapso várias vezes, o Hamas libertou 25 reféns e devolveu os corpos de outros oito a Israel, em troca da libertação de cerca de 1.800 prisioneiros palestinos.
A segunda fase, por enquanto hipotética, prevê a libertação dos reféns que permanecem em Gaza, em troca de vários centenas de prisioneiros palestinos, e o fim definitivo da guerra.
A última etapa deve focar na reconstrução do território palestino.
O acordo inicial inclui uma cláusula que prolonga automaticamente a primeira fase enquanto a segunda ainda estiver em negociação.
Fonte: Monitor do Oriente e Jornal de Brasília