Secretário-geral das Nações Unidas disse no documento que estava ‘chocado com mortes e ferimentos de crianças palestinas’

No relatório anual “Crianças e Conflito Armado”, publicado na última segunda-feira (11/07) e assinado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi divulgado que as forças de ocupação israelenses mataram 78 jovens palestinos, feriram 982 e prenderam outros 637 no ano de 2021.

Guterres alertou, dentro do documento, que, “se a situação se repetir em 2022, sem melhoras significativas, Israel passará a fazer parte da lista [negra]”.

O secretário-geral da ONU afirmou que estava “chocado com as mortes e ferimentos de crianças palestinas em ataques aéreos israelenses sobre áreas densamente povoadas, recorrendo a fogo real, e com a contínua falta de responsabilização por estas violações”.

Guterres também se mostrou preocupado com o uso excessivo da força, tendo pedido para que o exército de Israel “se contivessem, para proteger vidas”, e que o governo “investigue cada caso em que armas de fogo foram utilizadas”.

Ao se referir à questão das crianças palestinas mantidas em cadeias israelenses, o secretário-geral da ONU destacou a necessidade de que Israel passe a “aderir aos padrões internacionais”, apontando que o país ponha um “fim ao regime de detenção administrativa, aos maus-tratos e à violência”.

Com o regime de detenção administrativa, Israel mantém palestinos em suas prisões sem acusações ou julgamentos, por períodos de até seis meses, que podem ser renovados.

A detenção, decretada por um comandante militar, tem como base o que Israel chama de “prova secreta”, inacessível até para o advogado de quem está detido. Parte dos presos palestinos em cadeias israelenses foram mantidos neste regime por até 11 anos.

No relatório, o secretário-geral da ONU também manifestou preocupação com “os ataques crescentes, por parte de Israel, a escolas e instituições educacionais que servem as crianças”, e destacou a necessidade de prestar ajuda humanitária e sanitária às crianças palestinas.

Fonte: Ópera Mundi

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