Incêndio teria sido motivado por acidente na instalação de uma antena de internet, que se chocou com fios de alta tensão
O acampamento Terra e Liberdade, em Parauapebas, no sul do Pará, foi atingido por uma descarga elétrica na noite deste sábado (9). Segundo o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), nove pessoas morreram. Outras oito pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o hospital. Destas, sete já foram liberadas e uma segue internada com queimaduras de 2º grau, mas permanece estável.
O acidente, de acordo com investigações preliminares do próprio Movimento, teria sido motivado por funcionários de uma empresa de telefonia, que faziam a instalação de uma antena com sinal de internet no local. O equipamento teria colidido com fios de alta tensão e iniciado um incêndio de grandes proporções.
Entre os mortos, apenas um corpo ainda não foi identificado no Instituto Médico Legal da região. São seis acampados do MST mortos e três servidores da empresa de internet.
As chamas atingiram os primeiros barracos no acampamento e dois deles foram totalmente destruídos pelo fogo.
“Uma tristeza, que em um dia tão importante como o dia de hoje, de celebrar os Direitos Humanos, o nosso Movimento precise passar por mais essa tragédia no Sul do Pará, fruto de uma sociedade que não deu oportunidade para que essas famílias tivessem um lugar digno para viver”, afirma João Paulo Rodrigues, que integra a direção nacional do MST.
Segundo o MST, o fogo foi contido pelo Corpo de Bombeiros, mas a coordenação do acampamento segue acompanhando a situação junto com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi) e a Defesa Civil do munícipio de Parauapebas.
“Quero, em nome da direção do MST, me solidarizar com todas as vítimas desse incidente e abraçá-los, em um momento de tanta tristeza. Que o MST do Pará receba o abraço coletivo do nosso Movimento”, diz João Paulo Rodrigues.
Rodrigues afirmou ainda que “na segunda-feira (11), vamos fazer o enterro coletivo de todas essas famílias e reafirmar com elas o compromisso do Movimento, de continuar lutando pela terra e por um lugar digno para se morar”.
Fonte: Brasil de Fato