Morador perdeu tudo no incêndio. Área que deveria ser protegida é desmatada e tem milhares de cabeças de gado

A Polícia Civil investiga desde o dia 18 deste mês o possível incêndio criminoso da residência de um morador da Reserva Extrativista (Resex) Estadual do Rio Jaci-Paraná, nos municípios de Porto Velho, Campo Novo de Rondônia  e Nova Mamoré, no oeste de Rondônia.

Conforme o boletim de ocorrência obtido por ((o))eco, o extrativista denunciava crimes como retirada de madeira, grilagem e o envenenamento de cultivos. O mesmo documento registra que ele era ameaçado para deixar o local por gerentes e jagunços de uma fazenda de gado. 

Criada em 1996, a Resex é invadida constantemente por grileiros e agropecuaristas. Suas florestas são derrubadas e mais da metade dos extrativistas originais foram expulsos ao longo dos quase 30 anos, Poucas famílias resistem aos ataques criminosos, relatam ONGs. 

As mesmas entidades contam que seringueiras e castanheiras são derrubadas para encolher as fontes de renda dos extrativistas e empurrá-los para fora da área, que deveria ser protegida. Haveria serrarias operando na reserva. Balsas transportariam madeiras e gado para a capital Porto Velho. 

No fim de 2021, a Justiça de Rondônia julgou inconstitucional uma lei que reduziu em quase 220 mil ha o Parque Estadual de Guajará-Mirim e a Resex do Rio Jaci-Paraná. O encolhimento dessa última seria de quase 90%, de 191 mil ha para 169 mil ha.

Mais informações sobre os incessantes ataques à reserva extrativista e às suas populações podem ser conferidas no documentário “Exilados – extrativistas são expulsos à bala em Rondônia”, acessível no YouTube. 

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