A fire burns along the road to Jacunda National Forest, near the city of Porto Velho in the Vila Nova Samuel region which is part of Brazil's Amazon, Monday, Aug. 26, 2019. The Group of Seven nations on Monday pledged tens of millions of dollars to help Amazon countries fight raging wildfires, even as Brazilian President Jair Bolsonaro accused rich countries of treating the region like a “colony.” (AP Photo/Eraldo Peres)

Nos cinco primeiros meses de 2022, a Amazônia perdeu o equivalente a 2 mil campos de futebol por dia de mata nativa – , foram 3.360 quilômetros quadrados, em comparação a 3.088 do ano anterior. Trata-se da maior devastação da série histórica calculada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A entidade utiliza dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que monitora a Amazônia Legal desde 2008.

O desmatamento nos primeiros meses do ano foi maior do que o registrado em 2021, que já havia representado um salto em relação a 2020. Naquele ano, também segundo o levantamento do Imazon, o indicador foi de 1.740. Ou seja, em dois anos, com a aceleração promovida pelo governo Bolsonaro, o salto da devastação foi de quase 100%. Para efeito de comparação, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, o recorde foi de 474 quilômetros quadrados em 2016, ano do golpe.

De acordo com o Imazon, o cenário é alarmante, visto que os próximos meses tendem a registrar índices ainda piores. “Maio foi apenas o primeiro mês do período de seca na região, quando as ocorrências de desmatamento costumam se intensificar. Ainda temos mais todo o chamado ‘verão amazônico’ pela frente, que encerra entre setembro e outubro. Além disso, 2022 é um ano eleitoral, outro contexto que está relacionado com o aumento da devastação, pois as fiscalizações tendem a diminuir”, explica o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr.

Escalada no desmatamento na Amazônia. Fonte: Imazon

Justiça por Bruno e Dom

Dos nove estados que compõem a chamada Amazônia Legal, o que mais vem sendo atacado pela devastação promovida pelo atual governo é o Amazonas. “O monitoramento do Imazon detectou 553 quilômetros quadrados de floresta destruídos em solo amazonense, 38% do registrado em toda a região. Isso representou um aumento de 109% em relação ao desmatamento identificado no Amazonas em maio do ano passado (264 km²)”, informa a entidade.

O estado foi justamente palco do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillipsdefensores da floresta.

“O Imazon se soma a todas as pessoas e instituições que manifestam solidariedade às famílias de Dom e Bruno neste momento de extrema tristeza e indignação. Eles foram grandes companheiros na defesa da Amazônia e dos direitos humanos, que serão sempre lembrados com respeito e admiração. Por isso, o Imazon também se une ao movimento que exige justiça por Dom e Bruno. Esse crime precisa ser investigado com empenho e imparcialidade para que todas as pessoas envolvidas sejam identificadas e devidamente punidas. A impunidade não pode prevalecer na Amazônia” afirma.

Fonte: Rede Brasil Atual

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