Após medida editada pelo presidente Jair Bolsonaro, militares da cúpula do governo podem acumular salários e aposentadorias acima do teto

A portaria assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em abril de 2021 que autoriza o acúmulo de salários e aposentadorias acima do teto constitucional fez com que os generais integrantes do atual governo possam receber até R$ 350 mil a mais por ano, de acordo com informações da Folha de São Paulo.

A proposta beneficia o próprio presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), ministros militares e um grupo com cerca de mil servidores federais que tinham desconto na remuneração, medida cujo principal objetivo era respeitar o teto constitucional.

Militares que ocupam cargos no primeiro escalão do governo Bolsonaro ganham mais do que os ministros que integram o Supremo Tribunal Federal (STF) – que recebem o salário de R$ 39,3 mil, o teto do funcionalismo público.

De acordo com a Constituição Federal, a remuneração para cargos públicos, pensões e outros benefícios não pode ultrapassar o salário dos ministros do STF.

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, foi o maior beneficiado com a medida, com direito a receber R$ 874 mil nos últimos 12 meses. Caso o teto salarial fosse respeitado, o general receberia R$ 350,7 mil a menos em seu contracheque.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, acumulou nos últimos 12 contracheques R$ 342 mil acima do teto, com R$ 866 mil.

Quando a portaria foi publicada, o general Heleno disse em entrevista ao UOL que a medida era legal, mas não era ética.

O ex-ministro da Defesa e possível candidato à Vice-Presidência na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto, recebeu R$ 306 mil a mais em um ano.

Fonte: Metrópoles

Deixe uma resposta