Dia da Consciência Negra tem multidões em diferentes cidades contra racismo e Bolsonaro. Em São Paulo, milhares tomam a avenida Paulista
Neste Dia da Consciência Negra, diferentes cidades de todo o país foram tomadas por manifestantes. Em pauta, o repúdio à política de Jair Bolsonaro e a luta por um país antirracista. Em São Paulo, a multidão começou a ocupar a Avenida Paulista a partir das 12h. Por volta das 15h, esta que é uma das principais vias da cidade já reunia milhares de pessoas. Além do carro de som com falas de ativistas, o ato contou com apresentações artísticas de vários grupos e ritmos, como o samba de roda e o tradicional Ilú Obá de Min, que tem como base a valorização de culturas africanas e o feminismo.
Racismo e Bolsonaro
Muitas outras cidades também registraram atos desde a manhã. Manifestações que variaram de passeatas a apresentações artísticas e culturais. Já nas redes sociais, a hashtag #20NBolsonaroRacista figurou durante todo o dia entre os temas mais comentados do país, com mais de 20 mil menções. As mobilizações foram articuladas pelo Movimento Negro, Coalizão Negra por Direitos, Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, centrais sindicais, partidos políticos de oposição ao governo, entidades estudantis, entre outros movimentos sociais.
Outras cidades que registraram maiores atos no período da tarde foram Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. Na capital dos gaúchos, uma multidão tomou o Largo Glênio Peres por volta das 16h. A marcha, então, se deslocou pela avenida Borges de Medeiros, rumo ao Largo Zumbi dos Palmares.
Piores condições
Em Brasília, a secretária-geral da CUT Brasil, Carmen Foro, disse que “este é um dia de luta e resistência do povo negro do nosso país. Dia de fora Bolsonaro. É profundamente desconfortável no dia 20 de novembro pedir por consciência negra. O Brasil deveria ter consciência do quanto a população negra construiu nosso país. Deveria ter consciência do quanto a população negra contribuiu cultural, social e economicamente. Infelizmente estamos pertinho do que foi há 350 anos. Vivemos nos piores lugares. Vivemos os piores trabalhos. O desemprego em massa atinge a população negra”.
Carmen ainda chamou a atenção para a situação especialmente dramática das mulheres negras. “Quando se trata das mulheres negras, este é um patamar pior. Nossos filhos negros morrem nas periferias. Temos um país que não corresponde aos construtores da sua riqueza. Hoje, estamos nas ruas em todo o Brasil para dizer basta de racismo, de genocídio da população negra, dos jovens negros e das mulheres negras violentadas diariamente”.
Fonte: Rede Brasil Atual