A empresa reduziu a jornada semanal de trabalho para 4 dias e estabeleceu folga às quartas-feiras. Além de manutenção nos salários, funcionários ganham R$ 400 para gastar com shows, cinema e teatro. Segundo especialista, lei permite mudança, desde que em benefício dos empregados.
Com a justificativa de aumentar a produtividade dos funcionários, uma empresa de tecnologia em Franca (SP) decidiu reduzir, sem corte nos salários, a jornada semanal de trabalho de cinco para quatro dias.
Desde março, ainda em período de testes, as cerca de 40 pessoas que trabalham no grupo, além do fim de semana, folgam às quartas-feiras.
Além de manter a remuneração original, a empresa incentiva o descanso no meio da semana com um vale de R$ 400 para usar em aplicativos de música, filmes, livrarias, cinemas, teatros e shows.
Jornada reduzida
A jornada reduzida já é uma realidade em outros países, mas, no Brasil, a NovaHaus, que desenvolve sites e programas comerciais para computador em Franca, é uma das primeiras.
Segundo o advogado especialista em direitos trabalhistas Renato Barufi, normalmente o que se tem percebido é que as empresas voltadas para a área tecnológica são as que têm iniciado esse movimento, mas não é algo fácil de ser implementado.
Fase de teste até novembro
A iniciativa surgiu depois do período da pandemia, em que os funcionários estavam em home office. Desde março, os donos do negócio testam a implementação do modelo, que foi negociado com o sindicato da categoria.
Após os testes, que devem se encerrar em novembro, a diretoria irá avaliar se mantém essa jornada. Mas, ao que tudo indica, a semana reduzida veio para ficar, já que tem apresentado resultados positivos em relação à produtividade dos funcionários.
Para a animadora 2D Larissa Hamuy, que está há 11 anos na empresa, a estratégia tem sido benéfica, pois quebra a rotina, evita o estresse e o cansaço, o que se reflete na rotina de trabalho das equipes.
Salário mantido
As novidades não impactam na remuneração dos colaboradores. Segundo o especialista Barufi, a alteração é possível, desde que o empregado receba como se estivesse trabalhando os cinco dias semanalmente.
“A lei trabalhista coloca um limite máximo de jornada, que é oito horas diárias e 44 horas semanais. Então, se o empregado está recebendo um salário como se trabalhasse oito e 44, mas trabalhando menos, isso é benéfico para o empregado, e tudo que é benéfico para o empregado a lei brasileira vai permitir”, explica.
Barufi ressalta que, uma vez feita a mudança na jornada, a empresa não pode mais voltar atrás. A exceção é se o empregado for contratado por horas de trabalho ou em regime de tempo parcial, ou seja, em que ele trabalha no máximo 30 horas por semana.
Fonte: G1