Jhony que é cabo da Polícia Militar e faz parte do movimento evangélico em Rondônia, também é acusado de promover surubas com “influenciadoras digitais”.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual do Republicanos de Rondônia, Jhony Paixão tem vivido um inferno astral. Desde a semana passada o parlamentar é o centro das polêmicas no estado.
Ele teve sua vida íntima exposta nas redes sociais. Vazaram conversas do deputado com mulheres, que revelam a sua sede por sexo, e para saciar ele combinava sessões de suruba (sexo em grupo) com ‘influenciadoras digitais’.
O deputado nega tudo, diz que identificou quem vazou as conversas, afirma que é notícia falsa e comentou que vai cobrar responsabilidades na justiça sobre o vazamento dos diálogos. Por meio de nota pública para a imprensa, ele fez sua defesa dessa questão relacionada à exposição de sua intimidade.
“O deputado estadual Jhony Paixão vem a público manifestar seu repúdio quanto a disseminação de Fake News, onde utilizaram montagens para atribuir a ele um suposto relacionamento com duas mulheres, com nítida intenção de prejudicar e manchar seu nome e sua honra”, disse. Jhony é cabo da Polícia Militar e faz parte do movimento evangélico em Rondônia.
E acrescentou. “Tal fato apenas demonstra que o deputado está sendo vítima de perseguição política, uma ação orquestrada por pessoas maldosas e sem escrúpulos, que buscam com a publicação dessas insinuações absurdas, desrespeitosas e mentirosas, ferir a sua integridade moral. O deputado Jhony Paixão lamenta profundamente a disseminação dessas notícias falsas e tomará todas as medidas cabíveis para punição dos verdadeiros responsáveis pela autoria e disseminação desta fake News.”
Na sexta-feira, 14, da semana passada, cerca de 150 policiais civis fizeram buscas e apreensões em 32 locais entre escolas, empresas, casas (do deputado) de assessores e gabinete (Assembleia Legislativa) nas cidades de Porto Velho e Ji-Paraná. Toda investigação foi coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil.
A operação “O Chamado”, buscava elementos que comprovem o envolvimento de Jhony Paixão com uma organização criminosa dedicada ao uso de emendas parlamentares em contratações fraudulentas de obras e reformas de escolas estaduais. A suspeita é que o deputado tenha movimentando nesse esquema mais de R$ 1 milhão, mas os valores podem ser maiores, segundo os investigadores.
O deputado Jhony Paixão também é acusado de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Rondônia (Ale-RO). Entre os denunciantes que relevaram todo o esquema envolvendo o parlamentar estão ex-assessores que trabalharam com ele em 2019, e pediram exoneração por não concordarem em dividir o salário do mês com o deputado.
Em um dos casos, o denunciante disse no inquérito que do salário mensal no valor de R$ 7 mil trabalhando na Assembleia para o deputado, era obrigado a repassar R$ 5 mil para o político.
Tem ainda casos de assessores que eram lotados no gabinete do deputado, mas não cumpriam expediente e mesmo assim ainda tinha que deixar parte do salário com Jhony Paixão. Eram funcionários fantasmas.
Esse esquema é chamado de Rachadinha que é quando alguém se apropria de parte dos salários de assessores do gabinete político. No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral definiu que a prática de rachadinha configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público.
No inquérito também aparecem movimentações financeiras suspeitas. De acordo com relatórios do Conselho de Atividades Financeiras – COAF, órgão ligado aos Ministérios da Fazenda, Economia e vinculado ao Banco Central, entre os dias 15 de abril de 2019 e 23 de dezembro de 2020, o deputado fez 13 operações bancárias, onde sacou cerca de R$ 620
O COAF detectou que a renda do parlamentar era incompatível com as movimentações e passou a notificar os órgãos de controle.
No mesmo inquérito aparecem anexados imagens dos investigados, um mapa que mostra os vínculos pessoais e familiares entre os envolvidos, suas posições hierárquicas no gabinete entre outros dados. Nas buscas e apreensões foram recolhidos aparelhos telefônicos que podem embasar ainda mais as investigações.
Testemunhas do inquérito revelaram que estão sofrendo pressões de familiares, amigos e ex-colegas de trabalho. As investigações estão todas em segredo de justiça. O inquérito após ser concluído será encaminhado para o Ministério Público Estadual.
O OUTRO LADO – Quanto ao teor da investigação, o deputado falou que não teve acesso aos autos do inquérito, mas reafirma o desejo de que os fatos sejam esclarecidos.
Disse que continua à “disposição da Justiça para elucidar qualquer fato que seja necessário, pois está tranquilo quanto a todas as suas ações em sua vida privada e pública”.
O deputado publicou e compartilhou um vídeo nas redes sociais onde se diz inocente das acusações feitas pela Polícia Civil durante as investigações e afirma que seu nome foi colocado por aliados e adversários para disputar o cargo de vice-governador e ele não aceitou.
“Mas o fato é que as perseguições começaram. Peço ao Ministério Público que chegue na raiz, elucide o caso e mostre que foram denúncias infundadas”.
Se as acusações forem confirmadas, o parlamentar pode perder o cargo na Polícia Militar e até o mandado. A mesa diretora da Assembleia Legislativa mantém silêncio sobre a conduta do parlamentar.
Fonte: Painel Político Blog